Franquia Odontoclinic investe em startup focada em ortodontia digital – e já tem cinco unidades abertas

Elevel nasce como marca premium, focada em alinhadores digitais. Expectativa é captar fundo externo para expansão acelerada após 2021

A cidade de São Paulo ganhou cinco unidades da Elevel nos últimos meses. A healthtech (startup da área da saúde) é focada em ortodontia digital e tem como carro-chefe os alinhadores transparentes, que substituem os aparelhos fixos. A promessa é que todas as etapas do tratamento sejam 100% digitalizadas, não envolvendo papel ou gesso como no modelo tradicional.

Neste modelo, o dentista escaneia a boca do paciente e envia a imagem para o sistema da startup, que simula a movimentação que o dente precisa fazer para chegar ao resultado esperado. Esses dados são processados no laboratório, com placas criadas em impressoras 3D, que são trocadas a cada 15 dias.

 Logo no início do atendimento, o paciente já consegue saber como será todo o tratamento. De acordo com a startup, os alinhadores transparentes podem ser removidos para alimentação e higienização, além de serem praticamente imperceptíveis. “Acreditamos que o mercado brasileiro, em cinco anos, terá 400 mil casos sendo tratados com alinhador digital. Trabalhamos para ter 12% desse mercado.”, aposta o sócio-fundador da Elevel, Hilton Almeida.A expectativa é chegar a 10 mil clientes ativos no primeiro ano de atividade. A Elevel nasceu com investimento da rede de franquias Odontoclinic em pesquisa de mercado.

Mercado estagnado
Almeida é sócio da Odontoclinic e conta que a franquia o liberou, em 2015, apenas para cuidar da área de novos negócios. O objetivo seria buscar inovações para a área odontológica. “Estava tudo muito estagnado, há vinte anos fazíamos as mesmas coisas. Com essa liberação de tempo, eu comecei a conversar com muita gente do mercado internacional”, conta. Ele ainda é sócio da marca, mas hoje está focado no desenvolvimento da Elevel.

Nessas pesquisas, Almeida descobriu o alinhador transparente e a ortodontia digital e resolveu trazer a técnica para o Brasil. Mas tudo teve que esperar o tempo certo. “Existia uma questão de patente de uma empresa americana que caiu no fim de 2017. Em 2018 lançamos o alinhador transparente, sob a marca Odontoclinic Digital, e continuamos monitorando o mercado internacional”, conta.

O piloto rodou na região da Vila Olímpia, em São Paulo, e mostrou que havia um mercado em potencial para explorar. “Criamos uma estrutura nova, com nome novo, porque o perfil do cliente é diferente. Na Elevel vamos para um cliente B+ e A. Primeiro estamos crescendo com operação própria, mas vislumbramos a provável adoção de modelo hibrido. Para algumas regiões vamos com o modelo de franquia”, adianta.

Busca de investidores
As cinco unidades já abertas e as dez previstas para 2020 serão inauguradas com capital próprio, de R$ 20 milhões. Além da infraestrutura das lojas, esse valor prevê scanners intra-orais, softwares de planejamento e impressoras 3D.

“Em 2021 queremos escalar o modelo e vislumbramos um capital de fundo de investimentos. O objetivo é acelerar a expansão tanto de varejo quanto de laboratório, que demanda um investimento mais alto. Ano que vem começaremos a ter essa abertura, fazer contato com alguns fundos”, diz, sem revelar potenciais nomes. A previsão é movimentar R$ 100 milhões em cinco anos, entre capital próprio e de terceiros, e chegar a 110 unidades.

A princípio, a Odontoclinic e a Elevel não conversarão com o mesmo cliente. A título de comparação, o tíquete médio da franquia é de R$ 2,8 mil e o da startup é de R$ 5 mil. No entanto, isso não impede um intercâmbio de conhecimento e tecnologias, segundo o empreendedor. “O desafio existe, e é de trazer a tecnologia, que ainda tem um custo alto, para atender um público com menor poder aquisitivo.”

FONTE: PEGN