Fintech oferece crédito consignado com outras facilidades

O crédito consignado é um dos mais baratos do mercado, porque a mensalidade já vem descontada da renda do devedor, do salário ou da aposentadoria. Como o risco de calote é pequeno, os juros podem ser mais baixos.

A Paketá Crédito é uma dessas fintechs que está inovando no consignado oferecido a empregados do setor privado. Por meio de pesquisas regulares, ela traça um perfil dos funcionários das empresas com as quais mantém convênio para a concessão do crédito. Ao identificar pretensões e projetos da maioria deles, a fintech faz um meio-de-campo para viabilizá-los e com facilidades.

 “É um crédito contextualizado”, explica um dos sócios e cofundador da fintech, Fabian Valverde. “Se o nível de endividamento for muito alto, a ideia é mostrar que com o consignado é possível conseguir condições mais facilitadas para liquidar um crédito que esteja cobrando juros mais altos”.

A diferença pode ser demonstrada ao tomador de crédito com uma simples comparação. A taxa média nos empréstimos da Paketá está em 2,20% ao mês ou 30% ano, enquanto na maioria das vezes nas dívidas dos funcionários, no cheque especial ou cartão de crédito, as taxas superam em dez vezes esse nível, porque giram em torno de 12,2% ao mês ou 300% ao ano.

Mas em vez de ficar apenas nos números, junto com essa redução do custo na renegociação da dívida, vem a educação financeira também oferecida pela empresa por de meio de palestras. “Concedemos empréstimo mesmo aos negativados. É preciso ajudá-los a ter uma melhor relação com o dinheiro, a fazer um planejamento financeiro, mapeando seu orçamento, pagando as dívidas, e começando a investir”, afirma o executivo.

Para Fabian, “o consignado é um crédito bom, que resolve questões e permite que o empregado tenha mais tranquilidade para administrar seu orçamento, no convívio com a família, e também no seu trabalho”. Ele ressalta que quem está menos sobrecarregado por problemas financeiros costuma ser mais produtivo, inovador e engajado, enquanto os que têm mais dificuldades financeiras se ausentam com maior frequência, demostram menos comprometimento com a empresa e estão menos satisfeitos com seus salários, independentemente do seu valor.

Mas nem sempre é esse o quadro preponderante em uma empresa. Se a pesquisa indicar, por exemplo, que boa parte dos empregados tem o sonho de fazer uma viagem para a Disney com os filhos, como já aconteceu de fato, a Paketá fecha pacotes com uma operadora. Na prática, ela compra e antecipa o pagamento das viagens com seus recursos e consegue descontos por ser um número expressivo de pacotes. Esse desconto é repassado integralmente para o funcionário.

Dessa forma, o empregado vai ter facilidades para pagar sua viagem, diretamente à fintech e com as mesmas condições do consignado, com juros mais baixos. Além disso, poderá contar com um preço mais convidativo em função do desconto.

A mesma iniciativa será tomada se o sonho de consumo dos funcionários for uma tevê, uma geladeira, um smartphone, ou ainda um curso ou intercâmbio no Exterior. A fintech entra adquirindo o bem ou o serviço no atacado, com desconto, e viabilizando a operação para os funcionários interessados.

A Paketá está no mercado há menos de um ano, mas já conta com uma carteira com 6,8 mil clientes e um limite de R$ 232 milhões de crédito disponível para interessados. A meta é chegar a um total de R$ 1 bilhão em empréstimos em até cinco anos.

A empresa conta com outros diferenciais. Um deles é fechar convênio com empresas de qualquer tamanho, sem exigência de número mínimo de funcionários. Os empréstimos são concedidos para pagamento em prazos mais longos, de até 48 meses, e a taxa média dos financiamentos é de 2,20% ao mês, ou 30% ao ano. Dependendo da análise de crédito, essas taxas variam de 1,8% a 3,1% ao mês.

O total a ser emprestado vai variar de acordo com o tempo de casa do funcionário na empresa em que trabalha e poderá ser múltiplos do seu salário. A mensalidade do consignado não pode ultrapassar 30% da renda do funcionário e, além de ser aprovado pela instituição financeira, precisa da autorização da empresa.

FONTE: O ESTADÃO