Fintech ADD, que atua com banking as a service, deve atingir 1 milhão de contas no 1º ano

Criada em fevereiro pelo ex-Rio Bravo José Roberto Kracochansky, fintech tem parcerias com RB Benefícios, Conlife, Valorem, entre outras Por Álvaro Campos e Fernanda Bompan, Valor Econômico

A fintech ADD, criada em fevereiro pelo ex-Rio Bravo José Roberto Kracochansky, deve terminar este ano com mais de 1 milhão de contas digitais. A companhia atua na área de banking as a service, ou seja, montando serviços bancários para que empresas de outros setores possam oferecê-los aos seus clientes. Mesmo antes da implementação do open banking, esse novo segmento do mercado tem crescido fortemente, em meio a um movimento que vem sendo chamado de “fintechização” das varejistas e outras empresas com amplas base de clientes. A ADD realizou parcerias com companhias como a RB Benefícios e a Conlife, que gerenciam benefícios para empresas; a Valorem, que trabalha com antecipação de recebíveis; o aplicativo de táxis Wappa; o SimplyPag, ferramenta para o pagamento de profissionais autônomos, entre outros. Além disso, novos parceiros grandes devem ser anunciados em breve. Assim, boa parte dos clientes que recebem benefícios ou realizam outras transações bancárias por meio dessas empresas terão automaticamente uma conta criada pela ADD, que opera em parceria com o banco carioca Arbi.

“O negócio da ADD é facilitar a integração das empresas ao ecossistema bancário, adicionando serviços financeiros a um negócio já existente”, explica Kracochansky. As soluções oferecidas são todas white label, ou seja, o que aparece é a marca da empresa parceira. O executivo conta que um projeto mais simples, com customização de um aplicativo de celular básico oferecido pela ADD, leva 30 dias. Em projetos maiores, o prazo pode chegar a 90 dias. A fintech ganha um porcentual da receita gerada por cada transação efetuada nos serviços que criou para a empresa parceira.

Kracochansky explica que, na pandemia, todas as empresas precisaram buscar novas alternativas de negócios, e com as opções trazidas pelo banking as a service elas não precisam investir em tecnologia proprietária, obter licenças regulatórias, ou contratar mais funcionários. O executivo destaca que o grande diferencial da sua fintech é que ela permite uma monetização dos clientes desde o primeiro dia, diferentemente de muitos projetos, que primeiro crescem a base com serviços gratuitos para depois pensar em como ganhar dinheiro com aquilo. Além disso, com seu modelo fica claro que o detentor da base de clientes é a empresa parceira, não a ADD e nem o banco por trás. “A pandemia, se trouxe algo positivo, foi a digitalização da população. Antes era um grande desafio conseguir implementar esse tipo de projeto, dependia da emissão de cartão físico, por exemplo. Mas hoje se consegue rapidamente implantar e integrar serviços, chegando a todos os brasileiros, inclusive aqueles de renda mais baixa”. A ADD tem um escritório em São Paulo e uma fábrica de softwares em Ponta Grossa (PR). Para Kracochansky, no futuro a tecnologia vai se tornar uma “commodity”, assim como já acontece com o core bancário, então o que fará a diferença é a experiência dos profissionais. “Temos uma equipe que veio toda de bancos digitais, de operações de pagamentos. Isso tudo é o idioma deles”, conta.

José Roberto Kracochansky, fundador da ADD — Foto: Divulgação

FONTE: https://valor.globo.com/financas/noticia/2020/12/04/fintech-add-que-atua-com-banking-as-a-service-deve-atingir-1-milho-de-contas-no-1-ano.ghtml