Estudantes criam cápsula que ajuda a detetar incêndios

Aquele que foi considerado “o pior dia do ano em termos de incêndios” no ano passado – 15 de outubro – afetou particularmente o Norte e Centro e trouxe estragos avultados para o concelho de Braga. Uma das casas afetadas foi a de Maria Afonso, amiga de Margarida Machado, Matilde Mendes, Taís França e Diogo Vale, o presidente de uma miniempresa criada por este grupo de estudantes do Colégio Luso-Internacional de Braga, que olhou para esta tragédia para criar um produto inovador.

Chama-se “Ignis Capsule”, um sensor que deteta mais rapidamente os incêndios florestais. Desenvolvida em parceria com o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia e a empresa tecnológica Sétima, esta cápsula subterrânea é composta por um sensor de temperatura e um dispositivo emissor de ondas de rádio que transmite informação aos bombeiros.

“Falámos com os Bombeiros Voluntários de Braga e pedimos informação sobre a questão das temperaturas. Concluímos que terá de ficar programada para ativar quando atingir os 90 graus, que é uma temperatura que não será confundida com o aquecimento do sol”, explica Diogo Vale, de 16 anos.

Ajudar os bombeiros

Ao mesmo tempo que deteta o início de um fogo, a “Ignis Capsule”, que terá uma aplicação móvel associada, percebe a sua intensidade e direção. Isto porque, para ser eficaz, a ideia é que, por cada hectare, sejam enterradas quatro cápsulas.

“Mostrando a direção e a magnitude do incêndio, em vez dos bombeiros se deslocarem, inicialmente, só com um carro, podem enviar imediatamente o número de operacionais necessários, poupando tempo”, considera Diogo Vale, presidente da Extinctus Enterprise, a miniempresa formada com as suas amigas do colégio para, futuramente, lançar o produto no mercado.

O caminho parece que não será difícil. Além da “Ignis Capsule” já estar patenteada, também já foi reconhecida a nível nacional e internacional. O projeto ganhou o concurso de ideias inovadoras Portugal Inovação Social e venceu a competição para jovens empreendedores Junior Achievement Portugal. Com isto, os cinco estudantes representaram Portugal na Junior Achievement Europe, em Belgrado, onde foram distinguidos com o prémio de excelência tecnológica dado pela AT&T, uma empresa norte-americana de telecomunicações que mostrou interesse em financiar o desenvolvimento do produto.

FONTE: JN DIRETO