Este coworking só para mulheres vai redefinir as suas expectativas de escritório

DIVULGAÇÃO/THE WING O coworking só para mulheres em Nova York

Em uma esquina do SoHo, bairro cool de Nova York, uma fila de mulheres espera para entrar em uma portinha de vidro. Um homem passa e repara no grupo de jovens entre 20 e 30 anos. Ele questiona que tipo de loja seria aquela, mas ninguém parece ouvi-lo.

Em poucos degraus, as mulheres que esperam na fila entram em um salão de mais de mais de 10 mil metros quadrados preenchidos com sofás, livros, plantas e iluminação. Bem-vindas ao The Wing, um coworking dedicado apenas para mulheres. E não só isso. Um clube feminista, que parece ter sido retirado do Pinterest, criado pela dupla Audrey Gelman e Lauren Kassan, em 2016.

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Inicialmente localizado no coração de Manhattan, o espaço já expandiu franquias para bairros como o Brooklyn, além de cidades como Washington D.C, Los Angeles e São Francisco.

Boa parte do sucesso se dá por ser um dos locais mais instagrámaveis de Nova York, não há como negar. A lista de membras já passa de 1.500 mulheres, e existem outras 8 mil esperando por uma vaga em uma das unidades.

São artistas, empreendedoras e ativistas dispostas a desembolsar cerca de 2.500 dólares por ano para poder frequentar o local.

Mas não é só sobre o décor. Com foco em desenvolver uma comunidade e um espaço seguro para as mulheres, o clube oferece mais do que um lugar para descansar o laptop.

Palestras, eventos, workshops, oportunidades de voluntariado e exibições de filmes são algumas das atividades proporcionadas para que as membras possam construir relacionamentos.

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Criado em 2016, Gelman, uma das sócias, percebeu que faltava um espaço como The Wing em Nova York durante a sua experiência no seu último emprego. Após a vitória de Donald Trump, ela teve a certeza disso.

“Esta seria a época de ouro das mulheres no poder [com a candidatura de Hillary Clinton], então as mulheres poderiam ter escritórios e espaços como esse. Mas obviamente, não foi o que aconteceu. Após o resultado da eleição, o The Wing recebeu inúmeros pedidos de novos membros. Foi então que percebemos a necessidade e a procura de espaços por algumas mulheres”, comentou em entrevista ao Business Insider.

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Gelman trabalhou como assessora durante a campanha presidencial de Hillary Clinton em 2008 e, mais tarde, como porta-voz do político da cidade de Nova York Scott M. Stringer. Para ela, o The Wing é uma continuidade natural de sua carreira política.

“Era uma espécie de projeto paralelo. Na medida em que vimos como uma missão, percebemos o quão crucial a missão se tornaria. Eu adoro tocar esse espaço porque está de acordo com os valores e questões que me interessam, mas fazendo isso fora da política”, compartilha a sócia.

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Para Kassan, a oportunidade de criar uma comunidade é o que diferencia o espaço de outros coworkings.

“A ideia original era ter um espaço de conveniência, com a estrutura necessária. Mas o diferencial é realmente poder conhecer outras mulheres”, explica.

No Man’s Land

O slogan do clube, No Man’s Land (Território sem homens) é aplicado em cada detalhe. Nas prateleiras, apenas livros escritos por autoras. Nos banheiros, rotina de cosméticos de marcas queridinhas como Glossier e Channel. Entre as inúmeras salas, ambientes dedicados apenas para amamentação. Em todo o escritório, mantras para lembrá-las de que o mundo pertence à elas.

Ao longo de 18 meses, o The Wing captou mais de dez milhões de dólares de investidores. Mas, de acordo com Katherine Rosman, do NY Times, ainda não está muito claro para qual direção o negócio deve crescer: será um ponto de encontro das influencers “feministas do Instagram” ou um “templo da exclusividade”, retomando comportamento dos clubes de elite da década de 1970?

FONTE: HUFFPOST