ESTAMOS NO PRIMEIRO MINUTO DO PRIMEIRO TEMPO, DIZ FUNDADOR DO NUBANK

Sede do Nubank, startup que se tornou o terceiro unicórnio brasileiro (Foto: Endeavor Brasil)

Após mais uma rodada de investimentos, a fintech supera o valor de US$ 1 bilhão e se torna oficialmente o segundo unicórnio brasileiro.

O Brasil ganhou hoje oficialmente mais um unicórnio, com a entrada do Nubank no seleto clube das startups que superam o valor de mercado de US$ 1 bilhão. A fintech aproveitou o anúncio de mais um aporte no roxinho  para revelar já ter ultrapassado a marca tão cobiçada. Nos quatro anos desde sua fundação, o Nubank tem crescido aceleradamente.

Foram até agora seis rodadas de investimento e quase US$ 330 milhões recebidos, além de mais de três milhões de cartões emitidos no País. Segundo uma fonte próxima ao assunto, o valor da fintech chega atualmente a US$ 2 bilhões.

Nesta quinta-feira (01/03), o Nubank anunciou que recebeu um novo aporte, de US$ 150 milhões, numa rodada de investimentos liderada pela DST Global. Também participaram os fundos Founders Fund, Redpoint Ventures, Ribbit Capital e QED, além dos estreantes Dragoneer Investment Group e Thrive Capital, que ainda não tinham participação na empresa.

O novo aporte servirá para acelerar dois serviços oferecidos pelo Nubank: a emissão de cartões de crédito e sua conta corrente digital, a NuConta. “Neste momento, é muito importante celebrar. Mas continuaremos pensando grande”, diz David Vélez, CEO e fundador da startup.

“Hoje, a NuConta é apenas para quem já é cliente do cartão de crédito. Nosso objetivo é levá-la a mais de 60 milhões de brasileiros que não têm acesso a contas correntes nos bancos ou que não queiram pagar altas tarifas”, afirma.

Segundo levantamento do Fintechlab, hub para fomento do ecossistema de fintechs no País, entre janeiro e dezembro de 2017, as fintechs brasileiras receberam cerca de R$ 1,4 bilhão em investimentos. O Nubank foi o responsável pela maior parte do montante, equivalente a R$ 705 milhões (cerca de US$ 230 bilhões na cotação atual) em linhas de crédito. Em 2017, existiam 332 fintechs no país, após um crescimento de 36% neste número em nove meses.

Para não ficarem para trás após o crescimento das fintechs, os bancos tradicionais têm investido em soluções para se tornarem mais ágeis. O Santander lançou a fintech SuperDigital, o Bradesco criou seu banco digital, o Next, e o Itaú anunciou que ampliará o espaço do Cubo. Já o Banco do Brasil lançou a fintech Ciclic para atuar no setor de previdência.

O nascimento do Nubank

Considerado pela revista Fast Company uma das empresas mais inovadoras da América Latina, o Nubank, que já nasceu digital, começou em 2013, como uma startup financeira para emissão de cartões de crédito. Na época, David Vélez, além de CEO um de seus fundadores, preferia investir em um novo negócio ao invés do que já existia no País. A oportunidade, para ele, era grande, pois nos Estados Unidos, por exemplo, seria difícil se diferenciar devido ao cenário já muito competitivo. Por aqui, ele poderia usar sua experiência para desenvolver algo grande. Na fintech, seus planos são de longo prazo. “Para daqui 20 ou 30 anos”, diz.

“A companhia atingiu um nível de maturidade muito grande nestes últimos anos, crescendo de maneira incrível”, afirma Hernan Kazah, cofundador do Kaszek Ventures, fundo que participou da primeira e da segunda rodada de investimento do Nubank, ao lado do Sequoia Capital. “Ao mesmo tempo, vejo que este é o Day 1. Estão só começando a trajetória. E todo mundo quer ver como eles vão correr essa maratona inteira.”

Há quatro anos no mercado e após seis rodadas de investimentos, o Nubank, de fato, ainda diz estar apenas no começo. “Nós dizemos aqui que estamos no primeiro minuto do primeiro tempo, na primeira página do primeiro capítulo”, afirma Vélez. “E a nossa perspectiva de longo prazo nos faz querer criar tudo muito bem desde o início.”

O crescimento não assusta o CEO. Nos primeiros dois meses de 2018, por exemplo, 230 funcionários foram contratados, totalizando 930 pessoas. Questionado sobre como este aumento pode influenciar a cultura e os serviços da empresa, ele diz que desde o começo do Nubank, a ampliação da empresa sempre foi um objetivo.

“Nós criamos uma cultura forte de crescimento. As pessoas entenderam”, diz. “Uma vez que a equipe inicial tem uma visão clara da cultura da empresa, fica mais fácil transmitir isso aos que chegam depois.”

“No começo, a execução depende muito do fundador da empresa. Depois, depende mais da equipe”, diz Kazah. “O David conseguiu criar um tipo de liderança na companhia que motiva as pessoas. Os funcionários do Nubank acreditam que estão liderando uma revolução e mudando a forma como o cliente no sistema financeiro precisa ser atendido.”

FONTE: PEQUENAS EMPRESAS GRANDES NEGÓCIOS