Esta startup constrói espaços sob medida para negócios – sem que eles precisem comprar

Fundada em 2021, a Moreco faturou mais de R$ 2 milhões no ano passado com modelo que une construção e aluguel de imóveis modulares.

Thomaz Yves e Lincoln Lemes, cofundadores da Moreco — Foto: Divulgação

Criada em março de 2021 como uma spin-off de duas construtoras, a Moreco surgiu a partir do sonho de três empreendedores de revolucionar a construção civil. A ideia da startup é oferecer um plano de assinatura de imóveis modulares, especialmente para franquias, em que o empreendedor paga apenas o aluguel, sem custo para a construção do espaço, que é personalizado e estruturado de forma sustentável. Para impulsionar o crescimento, a startup se uniu agora à Potato Valley Ventures, firma de venture capital focada em construção civil e mercado imobiliário.

Para a startup, o principal objetivo é contar com a participação da empresa no dia a dia no negócio, com suporte para relacionamentos no setor e estruturação da proptech. Já Potato vê na startup uma oportunidade de investir na sua própria expansão. “Nossa tese foi pensada para englobar as grandes tendências do setor em um portfólio diversificado, complementar e relevante. Estarmos em parte da Moreco é nossa porta de entrada para um nicho de proptechs que está crescendo”, afirma Fred Fernandes, fundador da Potato Valley Ventures.

Como funciona o negócio

Depois de perceber uma tendência de mercado por planos de assinatura, Thomaz Yves e Lyncoln Lemes, que já tinham experiência no setor de construção modular (sistema que constrói a partir de módulos pré-fabricados de fácil transporte), decidiram começar um negócio que visa resolver duas dores de empreendedores que procuram um espaço físico: o alto custo para construção do local e os problemas que surgem durante a estruturação do espaço.

A Moreco oferece um plano de assinatura que funciona de forma similar ao aluguel tradicional, sem custos iniciais para construir o espaço. “Podemos fazer um paralelo com o aluguel de carros. Se você deseja um veículo, mas não pode comprar, você faz um plano de assinatura de alguns anos para utilizar um carro sem despender um capital muito grande no início”, exemplifica Thomas Yves.

Outro objetivo dos empreendedores é manter o negócio fiel aos princípios de ESG (sigla para governança ambiental, social e corporativa). Assim, as construções são feitas com contêineres ou blocos plásticos, feitos com PET ou PP, a fim de trabalhar com materiais reaproveitados. Ainda pensando no pilar da sustentabilidade, a startup oferece aos clientes a possibilidade de reaproveitar seus próprios resíduos para a construção de novos blocos.

“Todo material de PET, como garrafas de água, e PP, como potes de açaí, pode ser reaproveitado. Para os clientes, funciona como um cashback, em que eles têm descontos que podem até mesmo zerar o valor do aluguel a partir do pagamento com resíduos”, explica, Lyncoln Lemes.

Focada em franquias, a empresa entrega espaços em até três dias para franqueados de empresas que já têm um plano estruturado com a startup. Nos casos de outros tipos de negócio ou de franquias sem contrato direto com a Moreco, os empreendedores recebem o espaço em até 40 dias, para obras de até médio porte.

Cada módulo de 15m² custa cerca de R$ 1.500 por mês, com contratos sempre de cinco anos. Os espaços também podem ser feitos em opções de 7m² e 30m². Apesar do foco nos planos de assinatura, ainda é possível comprar a construção. Do faturamento total de R$ 2,1 milhão em 2023, cerca de R$ 566 mil vieram das vendas dos espaços, enquanto o restante do capital foi proveniente das locações.

Até o final do ano passado, foram feitos 112 contratos. Para 2024, a projeção é de 300 novos imóveis comerciais e um faturamento de R$ 6 milhões. Com projetos feitos para marcas como Chilli Beans, Kopenhagen, Oakberry e Natura já no portfólio, a expectativa dos fundadores é crescer três vezes ao ano nos próximos dois anos.

FONTE: https://revistapegn.globo.com/startups/noticia/2024/03/esta-startup-constroi-espacos-sob-medida-para-negocios-sem-que-eles-precisem-comprar.ghtml