“Sempre chove em algum lugar. Atualmente, os guarda-chuvas acabam em 80% de nossas máquinas. Trabalhamos em cima da capacidade máxima”, revela Freddy Marcos, fundador da Rentbrella. Ao todo, a startup oferece entre 60 mil e 70 mil unidades – o fundador conta que o índice de quebra é próximo a zero.
Para retirar um guarda-chuva da máquina, é preciso fazer um cadastro. As primeiras 24 horas são gratuitas. Caso ele não seja devolvido, a Rentbrella cobra R$ 2 por dia. Se o usuário não retornar o guarda-chuva após três dias úteis, são cobrados R$ 34 – e a pessoa não precisa mais devolver o item. Segundo o fundador, menos de 2% dos clientes ficam com o produto. “A gente não ganha dinheiro com o aluguel do guarda-chuva, a taxa cobrada é para repor o item. O nosso negócio é B2B2C e a nossa receita vem das empresas que contratam o serviço ou dos patrocinadores”, indica. O faturamento não foi divulgado.
A startup opera com dois modelos. O primeiro foi criado para grandes centros urbanos, onde ela busca um patrocinador para o projeto. Em São Paulo, a Unimed banca os custos para viabilizar o serviço, enquanto em Balneário Camboriú a responsabilidade é do Oceanic Aquarium. As patrocinadoras estampam os guarda-chuvas e as máquinas das regiões em que atuam e dão a cara ao app. Os prédios e estabelecimentos que desejam oferecer o serviço não precisam pagar.
O outro modelo é voltado para companhias que queiram o serviço para seus funcionários, com pagamento mensal para a manutenção e a logística por trás da operação, que varia de R$ 1.200 a R$ 1.500 por máquina. Cem empresas já contrataram a Rentbrella, como O Boticário, Hering, Natura e Petrobras.
O negócio da startup ainda estava escalando após o patrocínio da Unimed em São Paulo, que possibilitou o crescimento de 50 para 350 máquinas instaladas, quando a pandemia aconteceu. “Estávamos em amplo crescimento, com mais locais pedindo o serviço, e tudo parou. Decidimos olhar o copo meio cheio e preparamos a empresa para o pós-pandemia, estruturando a nossa internacionalização. Refizemos o aplicativo e preparamos o atendimento para múltiplos fusos horários e moedas diferentes”, relembra.
O fundador acrescenta que a startup negociou descontos e deu benefícios para a renovação dos contratos com os parceiros durante esse período e que a patrocinadora manteve o serviço mesmo sem a utilização prevista. O saldo foi que a Rentbrella passou pelo período em que as pessoas não circulavam pela cidade sem perder contratos.
De lá para cá, a capilaridade da startup só cresceu. Atualmente, as máquinas estão presentes em 25 cidades brasileiras, como Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre e Belo Horizonte, com 700 equipamentos. São Paulo tem a maior concentração, com os guarda-chuvas disponíveis em mais de 400 locais, incluindo 70 estações de metrô e trem, após parceria firmada com a CCR, responsável pelas concessionárias ViaQuatro e ViaMobilidade.
A Rentbrella também opera em Nova York e Londres, com 150 máquinas em cada cidade. “Certificamos os nossos equipamentos durante a pandemia com os padrões de segurança e podemos operar em qualquer lugar do mundo. Produzimos as máquinas no Brasil e exportamos. Aqui crescemos rápido e lá fora foi um desafio grande criar o relacionamento com os proprietários. Agora estamos negociando com possíveis patrocinadores para ver quem vai ser o dono desse projeto nessas cidades”, conta. A startup também replica o modelo corporativo no exterior, com contratos fechados com empresas em Londres.
O fundador afirma que a operação brasileira é saudável, com sustentabilidade operacional. “Queremos continuar crescendo, atendendo mais cidades, com pelo menos mais 500 máquinas em 2024. Para o futuro, estudamos também o formato de franquias, principalmente para cidades menores”, finaliza.
FONTE: https://revistapegn.globo.com/startups/noticia/2024/01/esqueceu-o-guarda-chuva-startup-faz-sucesso-com-proposta-de-uso-compartilhado.ghtml