Eólica offshore pode ampliar em 3,6 vezes capacidade de energia no Brasil, aponta estudo

PI, CE, RN, RJ, ES e RS foram apontados como os estados com mais oportunidades de exploração, segundo o levantamento elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A fonte eólica offshore, que usa a força dos ventos para produzir energia por meio de turbinas instaladas no mar, já é uma realidade na Europa, na Ásia e na América do Norte. Globalmente, espera-se que essa tecnologia gere 260 GW até 2030, elevando o total global para 316 GW ao final desta década. Para isso, estão previstos investimentos na ordem de US$ 1 trilhão (aproximadamente R$ 4,9 trilhões).

No Brasil, o potencial energético offshore é de cerca de 700 GW ou 3,6 vezes a capacidade de energia já instalada, segundo o estudo “Oportunidades e desafios para geração eólica offshore no Brasil e a produção de hidrogênio de baixo carbono”, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Atualmente, o país ainda não possui legislação específica para regular energia eólica offshore. A expectativa do mercado é de que o marco regulatório seja definido ainda este ano e os primeiros projetos entrem em operação no início da próxima década.

Dentre as regiões nacionais com maiores oportunidades de exploração, destaque para o Nordeste (é observada uma grande área de viabilidade na costa entre o estado do Piauí, do Ceará e no Rio Grande do Norte), o Sudeste (entre os estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo) e o Sul (na Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul), aponta o estudo.

A CNI aponta que, localmente, a consolidação dessa cadeia de valor deve oferecer uma fonte de energia limpa e renovável, além de atrair empregos e investimentos, estimular o desenvolvimento tecnológico e científico e apoiar a promoção do hidrogênio de baixo carbono.

Na visão da entidade, os setores da indústria que mais poderão ser beneficiados por essa tecnologia são o siderúrgico, o de refinarias, o de transporte e armazenamento de energia elétrica e o de fertilizantes.

Forte competidor

A CNI observa, ainda, que o conhecimento desenvolvido sobre energias renováveis, a extensa costa e a localização privilegiada para acessar os mercados com as maiores demandas para importação do hidrogênio podem colocar o Brasil como um forte competidor na geração de energia eólica offshore. Essa modalidade, inclusive, integra a estratégia da confederação para uma economia de baixo carbono e impulsioná-la é uma das prioridades do seu Plano de Retomada da Indústria, apresentado ao governo federal neste ano.

Uma das questões levantadas é como o setor elétrico vai absorver toda essa expectativa de desenvolvimento e expansão da geração. O hidrogênio de baixo carbono surge, então, como um caminho para viabilizar os projetos, já que ele pode ser produzido a partir de diversas rotas, inclusive, da eletrólise com fontes de energia elétrica renovável, a exemplo da eólica offshore.

Ainda que o hidrogênio de baixo carbono provavelmente só tenha mercado consumidor em cerca de dois a três anos, a CNI avalia que é preciso iniciar acordos, memorandos de entendimento e desenvolvimento de infraestrutura para o país se posicionar no mercado.

FONTE: https://epocanegocios.globo.com/brasil/noticia/2023/09/eolica-offshore-pode-ampliar-em-36-vezes-capacidade-de-energia-no-brasil-aponta-estudo.ghtml