EMPRESÁRIO ABRE NEGÓCIO PARA AGRADAR O SOGRO E FATURA R$ 5 MILHÕES

Guylherme Ribeiro, fundador da Suporte Smart (Foto: Reprodução)

É a regra: empresários, geralmente, criam negócios por oportunidade e necessidade. Guylherme Ribeiro trilhou um caminho diferente. O curitibano abriu uma empresa porque queria provar ao sogro que era capaz de ser um empreendedor de sucesso. E, assim, em 2010, nasceu a Reicell, um negócio especializado em eletrônicos.

Mesmo não planejada, a empreitada deu certo. A empresa prosperou, mudou de nome (para iService Soluções) e nicho e fatura, por ano, R$ 5 milhões com a venda de produtos e serviços para smartphones.

“Meu sogro pediu para eu fazer alguma coisa porque queria que eu tivesse uma vida estável e parasse de mudar de trabalho. Eu fiz”, diz Guylherme.

Guylherme lembra que empreender foi um caminho fácil para ele. Desde criança, tinha o “dom” para negócios. Criado sem muitas regras e cobranças, passava boa parte de seu tempo na rua e ganhava dinheiro vendendo artigos velhos da casa de sua avó em brechós e recolhendo latinhas e papelão.

Para criar a Reicell, além do empurrão do sogro, ele contou com a ajuda do pai. “Ele me deu R$ 7 mil para abrir o negócio”, diz. Com a grana, Guylherme comprou artigos para celulares e deu seu pontapé inicial.

“Aluguei um ponto pequeno em Curitiba, com cerca de 15m2. Era tão apertado que o micro-ondas para esquentarmos a marmita ficava no banheiro. Era um bairro de classe C e D e uma rua não muito movimentada. Os consertos, que não eram muitos, eu aprendi a fazer vendo vídeos no YouTube”, relembra o empresário. No primeiro dia com a loja aberta ao público, Guylherme e Juliana, sua esposa e sócia, venderam R$ 100,00 em produtos. “Pelos meus cálculos, eu ganharia R$ 3 mil por mês se continuasse assim. Na época, era muito dinheiro.”

A primeira das estratégias de venda usadas por Guylherme foi colocar em suas prateleiras aparelhos de celular mais baratos. Em seis meses, ele viu seu lucro bruto chegar a R$ 60 mil. Foi então que abriu conta em banco e passou a ter crédito. Mas alguns assaltos o desanimaram. “Perdi muito dinheiro com os roubos”, diz.

Em janeiro de 2014, quando o negócio estava em crise, Guylherme sentiu que precisava melhorá-lo. Pesquisou na internet e descobriu uma viagem de um grupo de empresários para a China. Parcelou os custos e foi, sem saber chinês ou mesmo inglês. Lá, ficou próximo da tradutora que acompanha os brasileiros. Ela os levou para conhecer cerca de 12 empresas de peças e acessórios para celulares. “Chegando nelas, eu consegui ver o tamanho do mercado que estava disponível para mim. Foi a visão que mudou meu negócio. O meu era limitado”, afirmou.

Quando voltou ao Brasil, Guylherme mudou o foco de seu negócio e o nome: a iService Soluções passou a ser o novo nome da Reicell. No início, ela era especializada em produtos da Apple – mais tarde, outras marcas seriam incorporadas. Mas a venda de produtos eletrônicos foi extinguida. A partir dali, eram peças, acessórios e concertos. Três novas lojas foram abertas e a marca repaginada: o público agora eram as classes A e B.

Em 2016, Guylherme já contava com 50 funcionários, mas percebeu que era preciso melhorar a gestão. Ter quatro lojas não estava garantindo retorno financeiro. Ele, então, se preparou.

“Fiz vários cursos sobre gestão, vendas e liderança. Antes, achava que o dinheiro que entrava na empresa era tudo meu. Mas mudei a mentalidade e comecei a administrar melhor a empresa”, diz. Foi então que os negócios tiveram um novo salto e Guylherme resolveu abrir uma segunda marca. “Atendíamos turistas e o feedback era positivo. Eles queriam que a loja estivesse em suas cidades. Isso despertou minha vontade de expandir o negócio e resolvi abrir a marca Suporte Smart”, explicou. “Em janeiro de 2017, vendemos a primeira franquia.”

Para Guylherme, uma das características que mais agradam os clientes da Suporte Smart são as soluções sem necessidade de agendamento para retirada do produto. “90% dos nossos serviços são feitos na hora”, afirma. Para os franqueados, a Suporte Smart oferece cursos de capacitação técnica em Curitiba e profissional exclusivo para assistência em horário comercial.

Com um negócio consolidado e visando expansão, Guylherme diz que conseguiu, afinal, conquistar o que queria quando abriu a Reicell: mostrar ao sogro seu potencial. “Hoje eu sou o exemplo da família, tanto da minha esposa quanto da minha, em questão de vencer na vida e de perseverança”, diz.

FONTE: PEGN