EMPRESÁRIA CRIA COWORKING QUE FUNCIONA DENTRO DE ÔNIBUS E CONTÊINERES

O Village Underground Lisboa é um coworking construído com ônibus e contêineres (Foto: Divulgação)

Mariana Duarte, do Village Underground Lisboa, é um excelente exemplo de como Portugal tem se transformado em um dos “queridinhos” do empreendedorismo na Europa.

E a mulherada não tem ficado para trás. De acordo com o relatório Global Startup Ecosystem 2017, no mundo das startups, as portuguesas têm fundado mais negócios (17%) do que a média global (16%). Pode parecer pouco, mas elas têm chegado para ficar.

A pegada empreendedora de Mariana começou quando largou o trabalho e mudou-se para Londres e criou a Madame Management. A agência de nome curioso organizava eventos culturais e agenciava artistas, especialmente DJs de música eletrônica.

Quando voltou para Lisboa, ela trouxe na bagagem a “obsessão” de criar a Village Underground, espaço decoworking focado na indústria criativa e locais para eventos variados.

Não seria apenas mais um coworking. Seria um co-working que utilizaria contêineres e ônibus, como espaço físico e que reunisse profissionais para trocas culturais e produção de conteúdo.

 Mariana Duarte, do Village Underground Lisboa (Foto: Divulgação)

Mariana nos contou que demorou cinco anos de muita persistência e paciência para começar a operar. Quando conseguiu os ônibus, não tinha área para criar o coworking.

Quando conseguiu a área, a crise chegou varrendo a Europa e ela só via porta batendo na sua cara.

Até que a pessoa certa, na hora certa, conheceu o projeto e, principalmente, o que o emperrava de ir para frente.

Em 2014, Antônio Costa, o hoje primeiro-ministro de Portugal e à época presidente da Câmara Municipal de Lisboa, leu um artigo da Mariana, no qual ela contava sobre a ideia e as dificuldades.

Costa, aproveitando a movimentação do empreendedorismo lisboeta, solicitou que o projeto fosse formalmente apresentado ao município. Encurtando a história, depois de algumas reuniões, as coisas começaram a destravar.

Mariana conseguiu a doação de dois ônibus da empresa que depois virou parceira do Village, a área para estabelecer o coworking foi cedida pela prefeitura e foi “acelerada” pela Startup Lisboa, que mais tarde serviria de modelo para o projeto Startup Portugal. Levantou 250 mil euros em investimento e tirou a ideia do papel.

Depois de muita incertezas (“dos outros, não minha”, brincou) e determinação, o projeto nasceu e tornou-se referência no ambiente empreendedor e artístico da capital portuguesa.

Hoje são mais de 50 profissionais distribuídos por 14 conteineres e 2 ônibus, que servem de cafeteria e sala de reuniões.

FONTE: PEGN