EMPRESA DESENVOLVE PAINÉIS SOLARES QUE TRANSFORMAM A UMIDADE DO AR EM ÁGUA POTÁVEL

Os novos painéis têm salvado vidas em regiões em situação de vulnerabilidade, onde a água para consumo é escassa

Chamado de Zero Mass Water, o projeto consiste em absorver água da atmosfera e transformá-la em água potável disponível em regiões com população vulnerável (Foto: Zero Mass Water/ Reprodução)

Em algumas áreas do mundo, o simples ato de beber água traz grandes riscos à saúde. Na Jamaica, por exemplo, os casos de intoxicação por meio do líquido são comuns. Para solucionar esse problema, um hospital implantou uma fonte de água potável que colecta o líquido a partir da umidade do ar, por meio de painéis solares.

A primeira instalação do novo bebedouro aconteceu no Hospital Universitário de West Indies, na cidade de Kingston, no país caribenho. O projeto é original da Caribbean Climate Accelerator, um programa focado em criar soluções de infraestrutura resilientes, de forma que os projetos devem sempre apoiar o crescimento econômico local.

Os painéis usam uma tecnologia específica para absorver a água da atmosfera lentamente. Nanomateriais dentro da estrutura captam o vapor do ar e o líquido é levado para um reservatório, onde há a adição de minerais. Depois disso, a água é canalizada e distribuída pelo estabelecimento. No hospital, 20 painéis foram instalados no telhado a fim de fornecer mais de 3 mil litros da bebida por mês. Neste caso, a quantidade supera o mínimo necessário para os pacientes.

Nesse hospital jamaicano, 20 painéis geram mais de 3 mil litros de água potável por mês, o suficiente para abastecer o local (Foto: Zero Mass Water/ Reprodução)
Chamado de Zero Water Mass, o projeto levantou 65 milhões de reais e teve colaborações de magnatas como Bill Gates, da Microsoft, Jeff Bezos, da Amazon e Richard Branson, da Virgin. Até agora, 20 países receberam os painéis. No Líbano, por exemplo, a tecnologia oferece água para refugiados sírios, enquanto na Índia, os recursos são voltados para escolas. Outras localidades incluem o Quênia, Porto Rico e regiões que possuem muitos indivíduos em situação de vulnerabilidade, causada por desastres naturais, conflitos ou pobreza extrema.

Essa é uma solução altamente sustentável, uma vez que tais regiões, geralmente recebem água engarrafada, doada e arrecadada de outros países. Agora, livre do plástico, as pessoas são incentivadas a possuir recipientes reutilizáveis para coletar o líquido. Além disso, depois da instalação, a tecnologia é autossuficiente.

Os painéis também podem ser vendidos para indivíduos autônomos e o dinheiro arrecadado  é voltado para o desenvolvimento de novas soluções e para multiplicação da produção do advento em questão. Por isso, a inovação também está disponível para a instalação em grandes empresas e até mesmo em casas. O custo para a produção ainda é bastante alto, porém é esperado que o preço diminua devido ao aumento da escala de fabricação.

FONTE: CASA E JARDIM