Fundada em 2019, a Zeka Educação Digital é uma plataforma que prepara estudantes para o Encceja. Com foco no B2B, já atraiu clientes como Magazine Luiza e Grupo Trigo.
Monica Pinhanez e Loredana Sarcinella, da Zeka Educação Digital Fredy Uehara
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022 dão conta de que 53,2% da população brasileira de 25 anos ou mais têm pelo menos o ensino médio completo. Apesar de ter sido a primeira vez que mais de metade dos brasileiros declarou ter finalizado a educação básica obrigatória, o número ainda está longe do ideal. Tratar dessa questão é o objetivo da startup Zeka Educação Digital, que capacita estudantes para fazer o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) em até 10 meses com uma jornada de estudos personalizada.
Além de uma plataforma gamificada que condensa o conteúdo de três anos de ensino médio, a edtech oferece lives diárias com professores especialistas em diferentes disciplinas para aproximar os alunos de uma dinâmica de sala de aula. Simulados também são realizados para que os usuários conheçam o modelo da prova, aplicada uma vez por ano em todo o Brasil.
O projeto nasceu em 2019, no formato presencial, por mães que tinham filhos estudantes da escola Avenues, uma das mais caras de São Paulo, localizada no Morumbi, próxima à comunidade Real Parque. Incomodadas com a disparidade no acesso à educação, elas se mobilizaram para lecionar para os alunos da Escola de Jovens e Adultos (EJA). Com a pandemia, levaram o projeto para o digital, baseando-se nos conteúdos cobrados pelo Encceja desde 2016.
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A Zeka é uma edtech de sete mulheres envolvidas nos mercados de inovação, educação e impacto social: Samara Werner (cofundadora da Tamboro e CEO da Xpecies), Marina Gelman (diretora da Anima Educação), Mônica Pinhanez (professora com passagens por FGV e Insper), Wania Pinto (especialista em transformação digital), Loredana Sarcinella (especialista em marketing), Gal Barradas (investidora de startups e mentora) e Viviane Elias Moreira (membro do conselho da QIPS Consultoria em Saúde e professora).
Na plataforma, os conteúdos podem ser acessados de qualquer lugar. “É tudo para a pessoa desistir. Ela está cansada e precisa, depois do trabalho, ir para a sala de aula com pessoas de 18 a 60 anos, com necessidades diferentes. Elas evadem a escola porque precisam trabalhar, pelas responsabilidades, e são essas pessoas que queremos resgatar”, aponta Sarcinella, sócia-executiva da Zeka.
O MVP da edtech rodou na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro, após a startup vencer um edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). 1.100 licenças foram cedidas para que moradores da região pudessem utilizar a plataforma e validar a ideia.
Depois da validação com os usuários, a Zeka iniciou a operação com foco no B2B, oferecendo os serviços para empresas. “Hoje temos 70 milhões de jovens e adultos acima dos 18 anos sem ensino médio e grande parte deles trabalha em empresas. Assim conseguimos atingir um volume maior de pessoas”, afirma Sarcinella. No momento, a edtech atende os funcionários de três empresas: Top Trade, Magazine Luiza e Grupo Trigo. O acesso à plataforma custa R$ 189 e pode ser parcelado em 10 vezes – segundo a sócia, as empresas costumam arcar com os custos da formação.
A tese da Zeka já atraiu 12 investidores-anjo que aportaram mais de R$ 1 milhão na startup – Sarcinella não quis abrir o valor exato do investimento. A edtech pretende expandir a carteira de clientes entrando no B2G, para atuar como ferramenta de suporte para professores e alunos em sala de aula da rede pública de ensino.
“Temos uma jornada bem grande, mas acreditamos muito no projeto porque ele ajuda as pessoas a crescerem individualmente e o Brasil também. Temos um volume de pessoas represadas que não vão a lugar nenhum se não fizermos nada”, finaliza.
FONTE:
https://revistapegn.globo.com/startups/noticia/2023/08/empreendedoras-criam-edtech-para-ajudar-jovens-e-adultos-a-concluir-o-ensino-medio.ghtml