Edtech fatura R$ 30 milhões dando aulas de Excel e programação

Fundada em 2015 para ajudar universitários a entender como utilizar a ferramenta de planilhas, a Hashtag Treinamentos expandiu e incorporou tecnologia para seguir crescendo.

Com a premissa de ser a Netflix do mercado de trabalho, a edtech Hashtag Treinamentos oferece cursos para que profissionais aprendam a utilizar softwares e ferramentas para melhorar as habilidades buscadas pelos gestores. Nascida como curso presencial para ensinar os truques do Excel, a empresa expandiu e agora oferece também aulas de programação. Em 2022, o faturamento foi de R$ 30 milhões.

A Hashtag teve início em 2015, quando o seu fundador, João Paulo Martins, cursava engenharia de produção na Universidade Federal Fluminense (UFF). Como estagiário na L’Oréal, ele começou a ter maior contato com o Excel e passou a ser conhecido pela liderança da empresa pelas planilhas que fazia. Nesta época, ele percebeu que era uma exceção e que grande parte dos colegas tinha dificuldade para mexer no programa.

Percebendo uma oportunidade, ele decidiu fazer uma aula gratuita no campus da universidade para 15 pessoas, mas acabou atraindo o interesse de mais de 100 alunos. Ao longo do dia, Martins notou que tinha conexão com quem assistia e que aquilo poderia se tornar um negócio. “Nossos concorrentes cobravam até R$ 2 mil por uma formação completa em Excel. Fui entendendo a dinâmica e vi que funcionava. Como a aula inicial era muito básica, percebi que deveria oferecer a formação completa também. Sondei o interesse naquele mesmo dia”, relembra.

Ele encontrou uma sala em Niterói para iniciar as aulas, já que dentro da universidade não poderia cobrar pelo ensino. No boca a boca, o negócio cresceu de nove para 60 alunos em poucos meses. Com a entrada do sócio João Paulo Lira, em 2016, a Hashtag passou a dar aulas de Excel também no Rio de Janeiro. Nesta época, o curso atendia cerca de 100 alunos por mês.

Com vontade de expandir ainda mais o negócio, os sócios chegaram a um impasse: ou abriam novas filiais em outros municípios e estados, ou apostavam no digital para ganhar maior capilaridade. A segunda opção foi a escolhida por demandar menos investimento financeiro. “Pegamos a metodologia que já dava certo no presencial e gravamos as aulas no apartamento em que eu morava com a minha mãe e meu padrasto”, conta.

Para atrair alunos, a Hashtag passou a publicar conteúdos gratuitos no YouTube, oferecendo parte da formação para apresentar a metodologia mais informal e prospectar vendas para o curso completo. O canal da edtech tem 1,4 milhão de seguidores na plataforma e mais de 1.500 vídeos publicados.

Mais de 80 mil alunos já foram atendidos pela edtech, um público que varia de universitários e recém-formados a idosos e aposentados que fazem os cursos por hobby. Além do Excel, a Hashtag lançou a frente de programação, com aulas de Python, JavaScript e ciência de dados. Os produtos são vendidos no formato de assinatura, com recorrência anual. Ao terminar um curso, os alunos recebem ofertas de extensões ou de outros temas para seguir aprendendo.

Com uma equipe de 40 profissionais, a Hashtag pretende faturar R$ 35 milhões em 2023. Martins revela que a edtech já recebeu sondagens de grupos de educação, mas as negociações não foram para frente por falta de sinergia. “Não buscamos, mas estamos abertos a conversar para fazer nosso negócio crescer em uma escala que não enxergamos”, finaliza.

FONTE:

https://revistapegn.globo.com/startups/noticia/2023/07/edtech-fatura-r-30-milhoes-dando-aulas-de-excel-e-programacao.ghtml