CONHEÇA O NEGÓCIO QUE É UMA VERDADEIRA ESCOLA DA CERVEJA

O empreendedor Carlo Bressiani, de Blumenau (SC), abriu a Escola Superior de Cerveja e Malte.

Carlo Bressiani, da Escola Superior de Cerveja e Malte: Índia e África do Sul são os próximos destinos (Foto: Divulgação)

Quando começou a empreender, o engenheiro civil Carlo Bressiani, 38 anos, não pensava em trabalhar com cerveja. Em 2008, ele fundou, ao lado do sócio Sergio Cadore, 63 anos, o Instituto de Administração e Direção de Empresas (Iade), com foco em cursos de pós-gradução à distância, oferecidos em parceria com universidades de Blumenau, Rio de Janeiro e Santos. Quatro anos depois, quando já faturavam R$ 2,4 milhões, os sócios decidiram investir em um espaço físico em Blumenau (SC), com o objetivo de oferecer cursos presenciais de graduação em engenharia e administração. “Nos cursos à distância, a margem de lucro era pequena, já que as universidades ficavam com 35% do valor arrecadado”, afirma Bressiani. “O modelo presencial seria mais lucrativo para nós.”

Depois de alugar o espaço, foram atrás da aprovação do Ministério de Educação e Cultura. “Mas, como sabíamos que esse aval poderia demorar, resolvemos ocupar as salas com cursos livres”, diz o empreendedor.

Em busca de opções, os sócios descobriram que não havia nenhum curso profissionalizante de cerveja na cidade. “Mesmo sendo um p0lo cervejeiro, Blumenau era carente de escolas desse tipo.” Em 2013, Bressiani começou a fazer pesquisas sobre o tema, viajando para conhecer escolas de cervejeiros em Munique e Berlim, na Alemanha, e Filadélfia e Chicago, nos Estados Unidos. Um ano depois, os sócios lançaram a Escola Superior de Cerveja e Malte, com cursos dedicados à linha de produção e à fabricação artesanal da bebida. “O sucesso foi tanto que decidimos deixar o ensino à distância de lado para nos dedicar totalmente à nova frente de negócios.”

A participação em eventos como o Festival Brasileiro da Cerveja fez com que a escola começasse a atrair alunos de países vizinhos, como Argentina, Uruguai e Paraguai. O movimento chamou a atenção de Bressiani, que chegou a pensar em lançar cursos no idioma espanhol. “Mas o número de visitantes ainda era pequeno. Nas minhas pesquisas sobre o setor, descobri que argentinos, chilenos, paraguaios e uruguaios costumam viajar a outros países de idioma espanhol para fazer cursos livres. Mas raramente vêm ao Brasil com esse objetivo.”

A melhor solução, portanto, seria abrir uma segunda unidade da escola em um país vizinho. Em 2016, já como único sócio da empresa, Bressiani realizou diversas viagens pela América Latina, para estudar qual seria o melhor destino. Depois de sondar países como Peru e Chile, acabou se decidindo pelo Uruguai, pelos custos competitivos e pela maior proximidade com a Região Sul do Brasil. Para facilitar a entrada, o empreendedor fez uma parceria com o uruguaio Pablo Pereiro, um cervejeiro de 45 anos que já tinha experiência na área educacional. A associação foi fundamental para vencer a burocracia e recrutar os professores.

No total, US$ 120 mil foram gastos na instalação da escola em Montevidéu, aberta em setembro. Até março de 2018, o faturamento da Escuela de Cerveza y Malta deverá atingir R$ 400 mil. A previsão é que a receita chegue a R$ 1,3 milhão em 2019. “Trata-se de um projeto a longo prazo. A ideia é que o Uruguai se transforme em uma plataforma para a atuação em toda a América Latina”, diz. A unidade uruguaia conta com uma loja, que vende matéria-prima e equipamento para os cervejeiros locais.

A Escola Superior de Cerveja e Malte fechará 2017 com uma receita de R$ 3,6 milhões, um crescimento de 50% em relação ao ano anterior. Para o ano que vem, Bressiani projeta um crescimento de 35%. “Nosso objetivo a curto prazo é expandir as frentes brasileira e uruguaia”, afirma. “Só depois pensaremos em outros países. Já recebemos sondagens da Índia e da África do Sul.”

FONTE: Pequenas Empresas Grandes Negócios