Conheça o C6 Bank, um banco que “parece uma startup”

O C6 Bank, o mais novo banco digital do mercado, começará a testar seus serviços já no dia 31 de janeiro com convidados e funcionários

Na sexta-feira (18), o C6 Bank recebeu autorização do Banco Central para operar. Agora, o novo banco digital formado por ex-executivos do BTG Pactual pode, finalmente, começar a oferecer seus serviços financeiros.

Finalmente” porque a ideia do C6 Bank começou a ser traçada ainda em março de 2018. Criado por Marcelo Kalim, Leandro Torres e Carlos Fonseca, hoje o banco digital possui 20 sócios e 320 funcionários. O objetivo? Criar um banco totalmente diferente e transparente para os clientes.

Localizado em um prédio de 8 andares na Avenida Nove de Julho, em São Paulo, o banco digital possui data para começar a fazer parte da vida de mais brasileiros. A partir do dia 31 de janeiro, o C6 Bank oferecerá seus serviços para funcionários e convidados. “Abrimos a solução para o público em geral no segundo trimestre deste ano”, disse Verena Fornetti, porta-voz do C6 Bank.

O banco digital recebeu uma licença do tipo “múltipla”, que o permite atuar nas carteiras de banco comercial e de investimentos. Dessa forma, o C6 Bank será capaz de emitir títulos específicos, como CRI e CRA, além do portfólio completo de produtos para pessoas físicas e jurídicas.

Na fase de testes, apenas os serviços mais básicos serão oferecidos, como conta corrente sem taxas de abertura e manutenção, cartão múltiplo de débito e crédito da bandeira Mastercard e transferência entre contas. Também será possível pagar contas (inclusive tributos e de concessionárias) através de boletos.

Os produtos isentos de taxas serão os saques, transferências entre contas de qualquer banco e abertura e manutenção de conta. Com a isenção da taxa de saque, o C6 Bank representará um forte concorrente para fintechs Neon e Nubank, além dos bancos digitais Original, Inter e Agibank. Confira uma comparação entre os serviços do banco digital (com exceção do novo C6 Bank).

Entretanto, outros serviços específicos do banco digital terão taxas. Segundo Fornetti, os clientes poderão escolher o cartão de crédito que desejarem. Existem as opções gratuita e a com taxas, e a última terá mais serviços disponíveis.

“Os produtos que vão ter taxas, tarifas, isso ficará claro para o cliente, bem visível. Todo o termo de adesão foi feito em uma linguagem simples, sem letras miúdas”, comentou Verena Fornetti.

Parece uma startup?

A linguagem descomplicada, a promessa de transparência, o fato de ser 100% digital e com grande foco em tecnologia pode lembrar uma fintech. No entanto, o C6 Bank não abraça, necessariamente, esse rótulo.

“Nos posicionamos como um banco completo. Quando começamos, falamos que o banco parecia uma startup — queremos acelerar o time to market, temos equipes ágeis. Nascemos com a cultura de trabalho de startup”, explicou a porta-voz do C6 Bank.

A cultura da empresa foi um dos motivos que a fez ganhar o primeiro lugar de PME mais amada do Brasil através de avaliações de funcionários na plataforma Love Mondays. Para Fornetti, outro grande motivo é que a C6 Bank está construindo um banco do zero.

“Isso é um baita desafio. As pessoas têm se engajado muito com essa ideia. Quantas pessoas vão poder dizer que estão construindo um banco do zero? A gente fez uma cultura que tem se mostrado muito forte”, justifica.

Atualmente, a cultura do C6 Bank é baseada em seis valores. São eles:

  1. Respeito, transparência e ética
  2. Jogar frescobol
  3. Exercemos a arte de discordar
  4. Bom humor
  5. Quebrar o Status quo
  6. “Autocracia”

A ideia de jogar frescobol não é uma brincadeira. Ela é, segundo o C6 Bank, baseado em uma crônica do Rubem Alves. “Tênis você joga para o outro errar, já no frescobol, você devolve o melhor que pode. A ideia é que o jogo continue”, explicou Fornetti.

Já a “autocracia” é uma palavra inventada pelo próprio banco. “É o poder do autor de ter liberdade e responsabilidade e incentivar a criatividade, a troca de ideias e conhecimento”, afirmou a porta-voz.

O banco C6 possui 320 funcionários sem ao menos ter lançado sua solução ao mercado — e quer mais. “Há duas semanas abrimos 60 vagas para desenvolvedores. Temos um plano de contratação bem agressivo, determinados a contratar depressa e aumentar o número de funcionários”, explicou Verena. Confira todas as vagas disponíveis.

Hoje, o maior time do banco digital é o de tecnologia — e os maiores investimentos também. Já o atendimento, que costuma formar grandes equipes, é terceirizado. “Contratamos uma empresa e treinamos, escolhemos cada uma das pessoas que irá trabalhar conosco. Temos a capacidade de aumentar o time de atendimento muito depressa”, disse Fornetti.

E, além do time convencional de atendimento, o C6 Bank criou também um “SWAT team”, para operações especiais. A ideia é que o primeiro atendimento seja capaz de resolver qualquer problema, mas, se não for o caso, o cliente será contatado pelo time de operações especiais.

“Temos uma preocupação de boa experiência para o cliente, tanto no aplicativo quanto no atendimento. O SAC foi treinado para oferecer um bom atendimento – aqui, qualquer atendente será capaz de resolver questões com crédito ou débito, por exemplo”, disse a porta-voz. Além disso, os atendentes do C6 Bank usarão os produtos da empresa para passarem pela mesma experiência que os clientes.

Mentoria e aportes em startups

Mais um indício que mostra como o C6 Bank se distancia de ser uma startup, apesar de todas as semelhanças, é seu programa de conexão. Através do OPP, o banco digital realizará mentorias para startups selecionadas.

Para tal, as startups ficarão em um co-working da C6 Bank localizado no prédio da empresa. Além disso, as selecionadas receberão aportes de até R$ 70 mil por startup (com equity). As empresas escolhidas serão divulgadas em breve.

Cada uma das empresas terá um padrinho para ajudar em suas principais dificuldades. A ideia é que o banco possa ajudar em estruturação, capital e conexão, pois elas se encontrarão em situação inicial no mercado.

A aproximação com o C6 Bank poderá ajudar com que as empresas consigam clientes e, dependendo da solução, podem se tornar parceiras no marketplace do banco digital. Produtos financeiros de terceiros também serão distribuídos na plataforma digital do banco, mas este último ainda não possui previsão de lançamento.

FONTE: StartSe