Como será o futuro dos processadores com a Indústria 5.0

As soluções para equipamentos de internet das coisas precisam ser menores, com alta conectividade e com baixo consumo de energia, para o bem do meio ambiente.

A Indústria 4.0 nos mostrou a importância da conexão entre máquinas nas fábricas e computadores. E a chamada Indústria 5.0 vai além, buscando formas mais intuitivas e naturais para que máquinas e humanos trabalhem juntos. Isso não se limita apenas a tornar as tarefas mais eficientes, mas sim em oferecer personalização em larga escala e produção sustentável.

Esse futuro parece promissor, mas também desafiador, uma vez que apresenta desafios significativos para os responsáveis por projetar produtos de internet das coisas. Eles devem considerar questões como flexibilidade, conectividade e consumo de energia. Para superar essa barreira, é necessário utilizar como base uma gama de chips de IoT de ponta, apoiados por um sólido ecossistema de parceiros. Esses módulos permitem que as empresas criem dispositivos inteligentes para aplicações industriais avançadas e de alto desempenho.

A Indústria 5.0 coloca os seres humanos novamente no centro da produção e permite que trabalhem lado a lado. Como destacou Esben H. Østergaard, fundador e diretor de tecnologia da Universal Robots, “ao colocar os seres humanos novamente no centro da produção industrial, auxiliados por ferramentas como robôs colaborativos, a Indústria 5.0 não apenas fornece aos consumidores os produtos desejados no presente, mas também oferece aos trabalhadores empregos mais significativos do que os que as fábricas ofereceram por mais de um século”.

É por isso que essa nova era industrial exige produtos de IoT flexíveis, pois em sociedades inteligentes, a colaboração entre humanos e robôs será necessária. Eles podem trabalhar como extensões das pessoas ou de forma autônoma, por exemplo, em locais remotos ou sem conexão.

Isso significa que são necessárias soluções tecnológicas mais compactas e poderosas, em comparação com as soluções tradicionais. Os chips ideais para esse mercado precisam ser menores, utilizar tecnologia de ponta em matéria de economia de energia, incluírem CPUs poderosas, gráficos superiores para imagens e vídeos e inteligência artificial, entre outras funcionalidades. Além de suportarem muitos sensores e dispositivos adicionais.

Dado que as demandas da Indústria 5.0 abrangem uma ampla variedade de tarefas, a conectividade se torna um aspecto crítico a ser considerado. As necessidades podem variar desde a conectividade em tempo real com latência mínima exigida por um robô cirurgião, até as de um sensor inteligente, que captura apenas alguns dados por mês (um leitor de consumo de água de uma empresa, por exemplo) e, portanto, precisa de uma conexão menos frequente.

Para escolher a melhor alternativa ao pensar nesse tipo de dispositivo, os designers de IoT devem considerar fatores como quantos dados precisarão transferir, qual a distância que precisarão percorrer, qual a velocidade de funcionamento e quanto de energia consumirão. Eles também precisam escolher qual tipo de tecnologia usar, como novas versões de Wi-Fi (a sete vem aí…), Bluetooth, 5G ou NTN (conexão satelital).

E o crescimento da importância da computação de borda (veja também o artigo Como a computação de borda deve impulsionar a IA e a IoT) ressaltam a importância do uso de recursos de Edge AI, o que significa a capacidade de processar dados de inteligência artificial próximos ao local onde são gerados, em vez de enviá-los para a nuvem e aguardar uma resposta. Isso reduz o tempo de espera e melhora significativamente a eficiência.

E por falar em eficiência, a Indústria 5.0 se destaca por seu foco na sustentabilidade na produção, uma vez que o consumo eficiente de energia é benéfico tanto para o meio ambiente quanto para os sistemas de interação homem-máquina.

Para dar um exemplo, tarefas abrangentes, como o reconhecimento facial, podem fazer com que a CPU consuma mais de 40% da energia, o que contribui com 1% das emissões globais de gases de efeito estufa. Pode parecer um número pequeno, mas é um grande impacto no meio ambiente.

Como ressalta o relatório “O Futuro da indústria 5.0 na sociedade: soluções centradas no ser humano, desafios e áreas de pesquisa prospectivas”, com a Indústria 5.0 as tecnologias corporativas estão mudando a tendência e adotando políticas sustentáveis, como a geração mínima de resíduos e uma gestão que torna as empresas mais eficazes. Essa nova era industrial exige alto desempenho no processamento de IA no perímetro, sensores sempre ativos e conectividade sem fio, mas sem abrir mão da eficiência energética, para bem do meio ambiente.

FONTE: https://www.terra.com.br/byte/como-sera-o-futuro-dos-processadores-com-a-industria-50,af0a474d14ef660f4bf9a8ebd99cf6204c2s3tg8.html?utm_source=clipboard