Como o Big Data está revolucionando o mercado de créditos online no Brasil?

Tal como expressa em suas previsões a International Data Corporation (IDC), a quantidade de dados que as entidades financeiras conhecem de seus clientes é cada vez maior. A partir da incorporação do Big Data, se espera que para o ano de 2020 ocorra um aumento acumulado de 600%, a contar de 2016, em conhecimento de informação acerca dos usuários.

Na seguinte nota fizemos um resumo de toda a informação necessária para entender a situação atual do Big Data no Brasil:

O que é o Big Data aplicado a créditos online?

Esta técnica que consiste na capacidade de armazenar e analisar quantidades impressionantes de dados das pessoas. Isto se consegue a partir do desenvolvimento de sistemas informáticos que realizam automaticamente tarefas se baseando em algoritmos que podem identificar padrões capazes de prever o comportamento dos usuários.

Desta maneira, as companhias de crédito por internet podem determinar quais são as probabilidades de cumprimento de pagamento por parte dos solicitantes em questão de segundos (algumas plataformas têm conseguido avaliar as solicitações em menos de oito segundos).

Que dados obtidos com o Big Data avaliam as plataformas?

Em primeiro lugar, os sistemas que utilizam a técnica do Big Data apenas podem obter dados de fontes de acesso público ou que o próprio solicitante tenha decidido tornar público. Significa que, em alguns casos, se toma informação das redes sociais. Isto pode ocorrer não só em relação ao titular como também a seus contatos, pois se soube que, se um dos amigos de Facebook do solicitante deixou de pagar um crédito, isto pode afetar negativamente a qualificação do próprio solicitante. Este acesso livre à informação está transformando o paradigma em direção ao que se chama o prêmio de risco social.

Os dados que tomados e tidos em conta pela empresa prestadora para elaborar um perfil do solicitante de crédito, dependem da conformação dos algoritmos utilizados. Assim, por exemplo, algumas companhias emprestam dinheiro baseando-se sobretudo na informação que se possa extrair das redes sociais dos usuários, ou seja, a quantidade de seguidores que estes tenham, os perfis dos mesmos no que toca ao nível de escolaridade, atividade profissional, entre outros parâmetros, são dados valiosos que a companhia emprega para determinar o risco inerente a cada cliente.

No Brasil, a companhia de empréstimos Moneyman se associou com a BigDataCorp, empresa líder em Big data na América Latina. Essa empresa conta com aproximadamente 10 mil servidores monitorando semanalmente cerca de 20 milhões de sites. Esta informação, rapidamente é analisada e usada para realizar a validação do usuário que está pedindo um empréstimo.

Benefícios e perigos do uso do Big Data para a avaliação de solicitações de crédito em linha.

uso do Big Data para a determinação do perfil de crédito dos usuários é uma tendência mundial respaldada por resultados reconhecidos:

Maior quantidade de créditos aceitos

Menores perdas

olist

% de aceitados com Big Data

R$ em perdas com Big Data

Os benefícios não só se radicam na alta velocidade de processamento de dados, senão também, na quantidade de informação que é analisada, já que, neste caso a pontuação é elaborada em base a mais de dez mil dados obtidos de compras por internet, informação desprendida do GPS do celular, dependendo do tipo de celular que a pessoa tenha, etc. enquanto que um banco realiza suas avaliações a partir de, quando muito, dez informes.

Existem estudos desenvolvidos por pesquisas de instituições prestigiosas tal como é o caso da Escola de Finanças e Administração de Frankfurt que justificam como a bagagem de informação digital de um cidadão tem a mesma ou mais efetividade para prever como será seu comportamento frente à aquisição de uma dívida, que a qualificação que realizam os bancos comumente.

Segundo este estudo, o uso do Big Data pode trazer certas vantagens ao analisar dados que não tenham relação direta com o histórico de crédito. Por conta disso, é factível facilitar o acesso a um financiamento às pessoas que não contam com produtos bancários como contas ou cartões de crédito ou que simplesmente não tenham score, no entanto, desde a Escola de Finanças de Frankfurt ressoa a advertência de que este modo de avaliar o perfil dos possíveis clientes também pode prejudicar as pessoas que os bancos consideram de baixo risco, fato que se explica mediante o exemplo a seguir.

Suponhamos que você tenha comprado sua casa por meio de uma hipoteca procedendo com o pagamento da mesma de forma ideal e que, por sua vez, sempre tenha devolvido o dinheiro que as entidades te emprestaram. No entanto, você é dono de um telefone móvel econômico, tem um endereço de e-mail no qual não figura o seu nome completo, de vez em quando ingressa a sites de apostas e realiza compras por internet depois das 11 da noite porque durante o dia não conta com tempo para fazer isso. Neste caso, se a plataforma de empréstimos online não relaciona corretamente sua pontuação de crédito com os dados obtidos mediante o Big Data, pode ser rechaçada sua solicitação equivocadamente por considerar o interesse por tal tipo de jogo um fator de risco.

Como perigo proveniente da utilização da inteligência artificial para a avaliação de crédito, a pesquisa alemã também indica que existe o risco de se incorrer em práticas discriminatórias no ato de tomar definições sobre parâmetros que têm que ver com raça, gênero ou outras variantes polêmicas.

Como o Big Data produz uma revolução nos créditos web no Brasil e no mundo?

É necessário conhecer o modo através do qual funciona o Big Data aplicado ao mercado dos empréstimos em linha para poder compreender porque esta tecnologia está ampliando o mercado das fintech (companhias que aplicam as tecnologias para evoluir os serviços financeiros oferecendo empréstimos 100% por internet)

Basta ver os impactantes números mundiais e concretamente em nosso país, que é o país da América Latina com maior presença de companhias Fintech. Sempre recordando que os números dessa região se encontram consideravelmente abaixo daqueles dos Estados Unidos e da Europa, posto que, enquanto o investimento a nível mundial em fintechs durante o ano passado foi de 28 bilhões, apenas dois porcento desse investimento teve lugar na região latinoamericana segundo os dados de CBInsights.

A revolução reside em que este tipo de companhias começam a confiar mais nos resultados obtidos por via do Big Data do que nas conclusões nas quais se chega mediante o sistema tradicional de avaliação de crédito. Razão pela qual é previsível que as empresas que formam parte do setor financeiro se interessem cada vez mais por essas pegadas digitais que deixamos quando usamos nossos telefones, computadores, tablets, etc.

Claro que os bancos também devem evoluir e adaptarem-se aos novos tempos para que possam sobreviver, e é por isso que a partir da digitalização de seus serviços e do emprego da tecnologia Big Data tentam embarcar nesta revolução do mercado, pois, não é à toa que uma entidade tão importante a nível mundial como o é BBVA, contratou recentemente a mais de 2 mil profissionais especializados em Big Data para que trabalhem no desenvolvimento de serviços e de produtos financeiros modernos que possam competir com o avanço das já conhecidas fintechs.

Segundo Cristian Rennella, CEO de oMelhorTrato.com“o Big Data não é apenas uma ferramenta que utiliza as companhias especializadas para o desenvolvimento de campanhas publicitárias ou políticas, o design de um produto que responda aos gostos dos consumidores; senão que também é uma tecnologia que ajuda a melhorar tanto o desempenho das empresas de crédito em linha como o dos bancos nos processos de avaliação, promovendo resultados mais confiáveis, sempre e quando, se realize uma fusão inteligente entre as virtudes do novo e os aspectos positivos dos mecanismos tradicionais.”

Em conclusão, falamos de um avanço tecnológico que é uma novidade, que com suas virtudes e carências está estimulando o desenvolvimento mundial das companhias de crédito por internet e começa a competir fortemente com os bancos a partir de uma simplificação nos processos de solicitação, avaliação e concessão de empréstimos.

FONTE: E-COMMERCE NEWS