China cria aplicativo de reconhecimento facial para pandas

Tecnologia irá ajudar os pesquisadores a tentar evitar a extinção da espécie: hoje, existem menos de 2 mil pandas gigantes na natureza, vivendo em três províncias no oeste da China

EXISTEM MENOS DE 2 MIL PANDAS GIGANTES NA CHINA (FOTO: CHUNG SUNG-JUN/GETTY IMAGES)

Pesquisadores do Centro de Pesquisa e Conservação da China para Pandas Gigantes desenvolveram um aplicativo que pode reconhecer pandas usando uma tecnologia de reconhecimento facial, informou a agência estatal chinesa Xinhua na sexta-feira (17/5).

Para identificar os animais, o aplicativo irá se basear em mais de 120 mil fotos e 10 mil vídeos de pandas gigantes, de acordo com reportagem da Quartz.

De acordo com censo de 2014 conduzido pelo governo chinês, existem menos de 2 mil pandas gigantes na natureza, vivendo em três províncias no oeste da China.

O país assumiu um papel proativo nos esforços de conservação, anunciando no ano passado que construiria uma reserva de 17 mil km quadrados para os ursos panda, com o nome de Parque Nacional dos Pandas Gigantes. O curso da construção será de pelo menos 10 bilhões de yuans (cerca de US$ 1,45 bilhão).

Acredita-se que o reconhecimento individual dos animais ajudará os conservacionistas a monitorarem os ursos que ainda restam e verificar se os esforços para estimular a sua reprodução estão dando certo.

“O aplicativo e o banco de dados nos ajudarão a coletar dados mais precisos e completos sobre população, distribuição, idade, proporção de gênero, nascimentos e mortes de pandas selvagens, que vivem em montanhas remotas, difíceis de rastrear”, disse Chen Peng, pesquisador do Centro de Pesquisa e Conservação da China para Pandas Gigantes, em entrevista à agência estatal chinesa.

Esta não é a primeira vez que a tecnologia de reconhecimento facial é usada em animais. De acordo com o The Telegraph, empresas norte-americanas e italianas desenvolveram um software que pode combinar fotos de animais de estimação perdidos com os de abrigos e diferenciar gatos de felinos similares.

A questão do reconhecimento facial, porém, é polêmica na China, especialmente depois que agentes do governo utilizaram a tecnologia para monitorar e investigar membros minoria muçulmana Uighur, com a justificativa de evitar eventuais ataques terroristas.

FONTE: ÉPOCA