Blippar, pioneira da realidade aumentada, declara falência

Voto de um acionista bloqueia o acesso da empresa a capital de investidores; Blippar anuncia que vai demitir todos os seus funcionários

Blippar, empresa inglesa pioneira em realidade aumenta (AR, na sigla em inglês), declarou falência. Em comunicado oficial, a empresa anunciou que vai demitir toda a sua força de trabalho. No Brasil, o aplicativo foi utilizado por grandes editores de revistas como a Editora Abril.

A empresa arrecadou mais de US$ 130 milhões em fundos de capital de risco de investidores como Qualcomm e Candy Ventures, e já foi avaliado em US $ 1,5 bilhão. Segundo o comunicado oficial:

“Nos últimos meses, toda a equipe da Blippar trabalhou muito para focar os negócios em nossa oferta B2B, a fim de alcançar a lucratividade e entregar valor de longo prazo aos acionistas. Esta estratégia foi aprovada por unanimidade pelo nosso conselho e exigiu um pequeno montante de financiamento, além do financiamento anunciado em setembro”.

Em setembro, a Blippar havia fechado uma rodada de US$ 37 milhões, mas o capital não foi necessário para fazer o negócio decolar. Seria necessário um investimento adicional de US$ 5 milhões.

“Esse financiamento foi garantido, mas, em última análise, exigiu a aprovação dos acionistas para o Blippar acessá-lo. Lamentavelmente, um acionista votou contra o financiamento adicional, efetivamente bloqueando o investimento.”

O acionista que votou contra o financiamento adicional, no valor de US$ 5 milhões, foi o fundo de investimento do governo da Malásia, Khazanah. Este fato, levou ao fechamento da empresa. “Este é um resultado incrivelmente triste, decepcionante e infeliz”, disse a empresa em comunicado a imprensa.

Pioneira em AR

Fundada em 2011, a Blippar liderou uma série de projetos que contribuíram para fazer decolar o mercado de realidade aumentada, a partir de 2012. A empresa funcionava como uma espécie de produtora de campanhas publicitárias com realidade aumentada.

O co-fundador e presidente da empresa, Ambarish Mitra, afirmou quando o negócio começou a decolar, em 2012, que pouca gente sabia o que era realidade aumentada, “mas já utilizavam verbo ‘blipar’”, referindo-se à ação de apontar a câmera para um anúncio interativo.

As tecnologias de realidades aumentada, virtual e mista começaram a popularizar-se nesta década. O maior trunfo delas é adicionar os elementos digitais à realidade, incrementando assim a experiência de viver. Produtos baseados na inovação movimentaram em 2015 um mercado de 8,1 bilhões de dólares — e chegarão a estupendos 80 bilhões em 2025.

FONTE: StartSe