APP AJUDA PAIS SEPARADOS A RESOLVER DIVÓRCIO E GUARDA DOS FILHOS

Criada por juíza aposentada e dois especialistas em tecnologia, plataforma facilita a comunicação e o contato com mediadores do processo legal

Criada por juíza aposentada e dois especialistas em tecnologia, plataforma facilita a comunicação e o contato com mediadores do processo legal

Ninguém se casa já pensando no divórcio. Mas ele acontece, e frequentemente. A boa notícia é que a tecnologia também já ajuda a tornar esse processo mais pacífico, como se pode ver com o app CoParenter, que ajuda pais e mães a resolverem mais facilmente a separação e a vida após ela, de forma que não haja traumas para os filhos.

Sherrill Ellsworth é juíza e ocupava a presidência de uma corte na Califórnia, onde via o rápido crescimento do número de pedidos de divórcio – nos Estados Unidos, entre 42% e 45% dos matrimônios terminam dessa forma, segundo um estudo da Universidade Penn State.

Mas ela percebia também que boa parte dos casos era simples, em um processo amigável. “A realidade é que quase 80% dos casos não requerem intervenção legal, mas ainda assim é o que acaba acontecendo”, observa Sherrill.

Ela combinou então a sua experiência legal com os conhecimentos tecnológicos dos amigos Jonathan Verk eEric Weiss, para criar o CoParenter. O app ajuda pais e mães a darem conta da documentação necessária, marcarem as audiências e se comunicarem durante o processo de divórcio, e ainda facilita a vida dos pais separados depois: com calendário e serviço de SMS integrados, a plataforma facilita a combinação dos dias em que o pai irá passar para pegar o filho na casa da mãe, por exemplo.

No caso de qualquer desentendimento, mediadores profissionais podem ser contatados também via app para ajudar a resolver a questão. Para usar todos esses serviços, pais e mães pagam R$ 50 mensais ou R$ 450 anuais.

Depois de alguns testes em 2017, o app foi divulgado e rapidamente passou a ser indicado por juízes aos casais em litígio, segundo Jonathan Verk. “A demanda acabou sendo três vezes maior do que esperávamos” diz o cofundador, que estima em 20 mil o número de usuários do CoParenter.

Os mediadores cadastrados no aplicativo são treinados pela própria Sherrill Ellsworth, que conhece bem as obrigações e emoções envolvidas no processo de divórcio. O foco é, por um lado, capacitá-los a usar a ferramenta tecnológica, e, por outro, orientá-los a moldar acordos focado no bem-estar dos filhos.

O aplicativo direciona a comunicação por meio de mensagens pré-estabelecidas, criadas com o cuidado de evitar discussões ríspidas. Os usuários podem escrever usas próprias mensagens, claro, mas alertas são dados automaticamente se a discussão ficar quente e algum palavrão for dito, por exemplo.

“Se alguém manda mesmo assim a mensagem com alguma palavra do tipo, o sistema a sinaliza e a deixa disponível para outras partes envolvidas, como juízes, advogados e mediadores. As pessoas se comportam melhor se souberem que alguém pode ver o que disserem”, lembra Eric Weiss.

Sherrill Ellsworth, cofundadora do CoParenter (Foto: Divulgação/CoParenter)

O mais importante, dizem os criadores do app, é que o processo de divórcio, se inevitável for, não deixe traumas nas crianças. “Muitas crianças filhas de pais separados vivem níveis excessivos de estresse ao serem expostas aos conflitos dentro e fora da corte. É o que queremos evitar”, afirma Jonathan Verk.

FONTE: PEGN