Aplicativo que permite sauditas rastrearem mulheres será analisado pela Apple

Um aplicativo chamado Absher que pode ser utilizado para rastrear e limitar a liberdade de locomoção de mulheres é alvo de polêmica na Arábia Saudita. Em entrevista à NPR, o CEO da Apple, Tim Cook, disse que a empresa vai analisar o funcionamento do app.

“Eu não ouvi sobre isso, mas, obviamente, vamos observar, se for o caso”, disse o executivo. O portal Insider descobriu que o aplicativo é capaz de acessar serviços do governo, como solicitação de passaportes ou de certidões de nascimento, e também permite listar guardiões que limitam a capacidade de viajar de mulheres no país.

Grupos de direitos humanos criticaram Apple e Google – o Absher também está disponível na Play Store – por hospedar um aplicativo que pode facilitar abusos. A Anistia Internacional disse, em entrevista ao Washington Post, que o aplicativo “destaca o sistema perturbador de discriminação no país”. A crítica foi endossada por um porta-voz da Human Rights Watch.

As plataformas da Absher para cidadãos e empresas contam com mais de 11 milhões de usuários, sefundo o Ministério do Interior saudita. O Google ainda não se manifestou sobre o aplicativo

O sistema de tutela do país prevê que mulheres não podem viajar sem a permissão de um guardião, que normalmente é um parente. Além de impor limites à sua capacidade de viajar, as regras de tutela também as impedem de tomar outras decisões importantes, como casar-se ou aceitar um emprego em uma empresa privada sem a aprovação de um tutor do sexo masculino.

FONTE: TUDO CELULAR