A inteligência artificial vai matar o Google? Como será o futuro da busca de informações

As inovações em inteligência artificial prometem transformar o modo como procuramos informações na internet, mas o player mais estabelecido tem as maiores chances de controlar a forma como isso vai acontecer.

À medida que ferramentas baseadas em inteligência artificial (IA), como ChatGPT, Google Gemini e Microsoft Copilot, ganham terreno na precisão e eficácia desde que surgiram no ano passado. Entre um bug e outro, uma alucinação e uma referência desatualizada, surge um novo horizonte no universo dos motores de busca.

Empresas emergentes, incluindo Perplexity e You.com, se apresentam como pioneiras na próxima geração de produtos de busca, prometendo uma alternativa às tradicionais listas patrocinadas de links azuis do Google e Bing, agora apostando pesadamente na IA como o futuro da pesquisa na internet.

Entretanto, substituir ou mesmo competir com o Google não se resume apenas a oferecer respostas diretas a perguntas complexas. O verdadeiro teste para essas novas ferramentas de IA é replicar a versatilidade do Google, que não só facilita pesquisas científicas importantes como também serve para tarefas cotidianas simples, ligando uma tarefa à outra.

Imagine requisitar a informação de uma conta de internet em um pdf no email, e depois pedir por um levantamento de operadoras com preços e condições melhores para realizar a migração.

Esta multifuncionalidade, atendendo a bilhões de solicitações diariamente, permanece como o grande desafio para os “assassinos do Google”.

Uma análise realizada com a lista das consultas mais pesquisadas no Google revelou que, embora as ferramentas de IA possam oferecer informações úteis, elas ainda lutam para igualar a rapidez e precisão do gigante das buscas.

Nas buscas navegacionais, por exemplo, o Google quase sempre entrega o site desejado imediatamente, enquanto as ferramentas de IA tendem a demorar mais, fornecendo informações adicionais nem sempre necessárias.

Quando se trata de consultas por informações específicas, a situação é mista. Para informações em tempo real, como resultados esportivos, o desempenho das ferramentas de IA é inconsistente, enquanto o Google geralmente fornece respostas rápidas e precisas, juntamente com informações complementares úteis.

Em buscas por informações mais permanentes, como datas comemorativas ou fatos científicos, as ferramentas de IA às vezes superam o Google ao adicionar contextos úteis às suas respostas, embora a confiabilidade dessas informações ainda varie.

Para consultas exploratórias, que não têm uma única resposta certa e servem como ponto de partida para uma pesquisa mais aprofundada, as ferramentas de IA mostram potencial, oferecendo respostas sintetizadas e facilitando o acesso a fontes originais.

No entanto, mesmo nesse aspecto, a simplicidade e eficiência do Google em fornecer não apenas links, mas um sistema quase operacional completo para navegação na web, permanece insuperável.

A verdadeira questão não se limita à capacidade técnica, mas sim à habilidade de reinventar a experiência do usuário, algo que as big techs consegue fazer com maestria mesmo quando a solução seja comprar o concorrente inovador.

As ferramentas baseadas em modelos de linguagem de grande escala, embora promissoras, ainda precisam evoluir significativamente para competir com a eficácia e rapidez que os usuários esperam dos motores de busca na era digital. E nesse mundo, o rei segue sendo o gigante Google.

FONTE:

https://exame.com/inteligencia-artificial/a-inteligencia-artificial-vai-matar-o-google-como-sera-o-futuro-da-busca-de-informacoes/