Ao contrário da polêmica pesquisa com CRISPR na China, modificação realizada nos EUA não será hereditária tampouco poderá alterar cognição dos indivíduos
Duas empresas dos EUA vão realizar testes de edição genética CRISPR em humanos para tentar curar a Amaurose Congênita de Leber (ACL), um tipo comum de cegueira hereditária. Pessoas com a doença têm olhos normais, mas lhes faltam um gene que converte a luz em sinais identificáveis ao cérebro. O tratamento experimental pretende inserir o gene em um local específico do DNA dos pacientes, alterando-o permanentemente.
A edição genética CRISPR desperta o interesse da comunidade científica por permitir a edição do DNA de forma relativamente simples. No entanto, ainda não se sabe as possíveis consequências do uso da técnica, que ainda é bastante recente. Testes em humanos vêm sendo realizados pela Crispr Therapeutics e até o Google entrou neste mercado, investindo em startup que pretende usar a técnica para tratar doenças coronárias.
A polêmica CRISPR
O CRISPR se tornou um alvo de polêmicas desde o ano passado, quando um cientista afirmou ter editado geneticamente dois bebês para se tornarem imunes ao HIV. O chinês He Jiankui foi criticado pela comunidade médica internacional. Diferente dos testes realizados nos EUA, o processo realizado na China é hereditário, alterando também o código genético de possíveis descendentes dos pacientes.
Os estudos começaram em 2017 e alguns dos participantes afirmaram que achavam que estavam participando de uma pesquisa para vacina contra o HIV. Esse caso levou à proibição da edição genética com CRISPR na China. Mais tarde, foi descoberto que, ao alterar os genes dos bebês, He Jiankui pode ter alterado também suas capacidades cognitivas.
FONTE: STARTSE