Diferentemente de outros negócios do setor, empresa caiu na graça de públicos diversos com olhar voltado para comportamento do cliente.
Antes de fundar a fintech Trigg, Marcela Miranda e seus sócios, Guilherme Müller e Alexandre Pereira, buscaram entender o mercado de pagamentos de forma inusitada. Eles juntaram uma equipe de antropólogos para estudar o comportamento de consumidores no dia a dia. Diversas entrevistas foram feitas com pessoas de diferentes idades em uma série de ambientes para entender suas rotinas, desde a hora que acordam, até o momento em que compram produtos.
“Não queríamos ser mais uma empresa de cartão. Queríamos lançar um cartão de crédito, mas como o olhar para o futuro”, revelou Marcela em entrevista ao IDG Now!. Foram meses de trabalho até chegar a um modelo que agradasse aos sócios, mas que estive em linha com o que o mercado buscava.
Em um ano de existência, e 700 mil pedidos de registro ao mês, a estratégia fez com que a Trigg conquistasse diferentes gerações de consumidores e não apenas os Milleniuns, mais abertos às fintechs. “Da nossa base, 6% são de pessoas com mais de 55 anos”, apontou ela.
A Trigg, que tem entre seus sócios a Omni Financeira e funciona no formato totalmente digital, também implementou em seu modelo de negócios, destacou Marcela, o cashback, formato bastante conhecido fora do Brasil. Assim, a cada compra realizada com o cartão, o cliente recebe um porcentual de volta. Além dessa opção, há ainda a possibilidade de reverter o dinheiro do cashback para o empreendedorismo social.
Atenção aos detalhes
Diferentemente de outras fintechs de cartão de crédito, a Trigg, que mantém parceria exclusiva com a Visa, tem anuidade depois dos três meses de uso. São R$ 118,90 por ano – em bancos tradicionais, o preço anual é de cerca de R$ 300.
“Fizemos diversas pesquisas e identificamos que nossos clientes usam o cartão de crédito de uma marca ou de outra por três motivos: limite, benefícios e valor da anuidade, nessa ordem. Assim, implementamos a anuidade para prover serviços diferenciados”, contou.
Um dos exemplos apontados por ela foi o Saque Planejado. A empresa identificou que grande parte dos seus clientes fazia saques no cartão de crédito em determinados dias do mês. Alguns até realizavam a operação seis vezes ao mês. “Analisamos os dados e identificamos que o Saque Planejado ajudaria na organização das finanças. Deu certo.”
Outro produto lançado com base em análises foi o Meu Pet, serviço de assistência de auxílio emergencial ou de urgência para cães e gatos prestado pela Pet Assist e contratado por meio do cartão Trigg.
Private label
Para crescer ainda mais, a empresa anunciou no início desta semana sua aposta no mercado de cartões de lojas, o private label. O ingresso da fintech aconteceu por meio da aquisição de grande fatia das empresas UZE e Biz, que há décadas atuam no segmento. As duas companhias são complementares, uma vez que a UZE tem forte presença nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e a Biz no Sul e Sudeste do País.
FONTE: IDG NOW