74% das startups brasileiras fecham após cinco anos, diz estudo

O maior motivo? Briga entre sócios e não oferecer
uma proposta que ‘converse’ com o mercado.

Empreender é uma tarefa árdua, mas pode trazer uma série de benefícios que incluem ter um controle maior sobre a carreira, trabalhar com o que gosta ou encarar novos desafios profissionais. O caminho exige disciplina, foco, às vezes sorte, e investimento. Mas nem sempre dá certo. Estudo realizado pela aceleradora Startup Farm aponta que 74% das startups brasileiras fecham após cinco anos de existência e 18% delas antes mesmo de completar dois anos. E o motivo não é majoritariamente falta de aporte ou de investimento. “As principais causas são conflitos entre os sócios e o desalinhamento entre a proposta de valor e o interesse do mercado”, diz Igor Mascarenhas, diretor de investimentos da Farm.VC, área da StartupFarm responsável pelo acompanhamento da evolução das startups. O estudo abrange cerca de 30% das startups aceleradas no Brasil desde 2011. Foram analisados 191 negócios.

A taxa de mortalidade das start ups chega a 75%. O número é da especialista Lindália Reis, uma investidora anjo que comanda a Ions Inovation. Ela participou ontem do debate “Start Up- Inovar ou Estagnar” do evento Portugal 360, que acontece até o próximo domingo na Cidade das Artes. Segundo Lindália, o maior problema envolvendo as empresas que estão começando envolve a briga de sócios e não questões financeiras.

– Por incrível que pareça, a briga de sócios é o que mais resulta no fim das start ups. Esse é o motivo mais comum. Hoje há muitas iniciativas para que os empreendedores consigam ser incubados e acelerados, pois há iniciativas envolvendo empresas e instituições. Mas, claro, há desafios. É preciso entender que é preciso planejamento – disse Lindália.

Ela lembra ainda que muitas startups poderão ter uma nova oportunidade com o Hacking Rio, que vai ocorrer no fim de julho no Porto Maravilha. Segundo ela, o evento é uma maratona de especialistas em tecnologia, design e business com o objetivo de gerar soluções para a cidade do Rio.

– É um projeto que surgiu do Juntos peloRio, um movimento de empreendedores e líderes empresariais apaixonados pelo Rio. Serão 12 temas simultâneos, de turismo e educação a alimentos e energia. É uma boa oportunidade para ser descoberto e ter suas ideias apoiadas – disse ela.

O Portugal 360 é um dos principais eventos reunindo empresas portuguesas já realizados no Rio de Janeiro. Durante o evento, haverá ainda conferências, palestras, workshops, cursos e outras atividades em diversos âmbitos, como cultura, gastronomia, turismo, negócios, esporte, estudos, surf, lazer entre outras atividades. O evento conta ainda com a participação de empresas portuguesas, como a TAP, que apresenta suas novidades no evento, como as novas rotas e seus programas de relacionamento como o Stopover.

A entrada no evento é gratuita e vem reunindo uma série de visitantes, interessados em morar e investir em Portugal.

– O governo português hoje já conta, por exemplo, com um programa específico para start ups. Por isso, empreendedores brasileiros podem participar – disse Hugo Barros, do Centro Regional para a Inovação da Univeridade do Algarve.

FONTE: ÉPOCA