7 tendências para o uso de inteligência artificial no Direito em 2018

O advogado especializado em tecnologia Alexandre Coelho listou as principais tendências em 2018; leia o e-book gratuito para saber mais.

A inteligência artificial está agindo como um facilitador em qualquer setor que é inserida – não é por acaso que a previsão de gastos de empresas com sistemas cognitivos irá crescer de US$ 8 bilhões em 2016 para US$ 47 bilhões em 2020, segundo uma pesquisa realizada pela International Data Corporation (IDC). No direito, a importância desta tecnologia não é diferente: a inteligência artificial atua simplificando processos burocráticos e agilizando o trabalho dos profissionais do setor, que passam a concentrar mais tempo em tarefas impossíveis de serem realizadas por robôs.

“Os profissionais do direito têm uma capacidade natural e são formados para auxiliar na solução de problemas e demandas da sociedade – porém, gastam boa parte de seu precioso tempo realizando tarefas operacionais ou que necessitam da seleção e análise prévia de milhares de dados”, afirma Alexandre Zavaglia Coelho, advogado especializado em direito e tecnologia e Head de Educação da lawtech Future Law. O advogado reuniu as principais tendências para o uso da inteligência artificial em 2017. São essas:

  1. Direito Data Driven

Um dos maiores desafios ainda enfrentados por profissionais do setor jurídico é como aumentar a própria eficácia e produtividade, pois o número de processos, por exemplo, cresce a cada dia. No caso, a ciência de dados pode ajudar o profissional em diversos segmentos, como o monitoramento de dados públicos, cruzamento de dados para investigação de crimes e sonegação fiscal, organização de cláusulas contratuais, identificação da causa raíz e motivos recorrentes de processos contra uma empresa. Se a análise de dados for feita através da inteligência artificial, o advogado poderá ter insights antes imperceptíveis e concentrará seu tempo em como resolver as questões que surgirem.

  1. Dados abertos e as leis de proteção de dados

Para Coelho, uma das dificuldades de implementar a gestão a partir de dados é a ausência destes. No Brasil, esse não é um problema tão impactante, pois possuímos a Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/11) e a Lei de Informatização dos Processos Judiciais (Lei nº11.419/06), que garante uma maior acessibilidade em dados. O advogado afirma que os melhores insights estão no cruzamento de dados heterogêneos, de fontes diferentes. A iniciativa está ainda mais promissora no país e no mundo com a General Data Protection Regulation (GDPR), diretriz europeia sobre a legislação e utilização de dados, que entra em vigor esse ano.

  1. Small Data x Big Data

A integração de várias fontes de dados é ainda mais importante quando as informações podem ser complementares, como o small e big data. Para Alexandre Coelho, enquanto o small data vê a foto e organiza os dados estruturados, o big data analisa as grandes quantidades de informações desestruturadas em tempo real. A integração de small e big data garante que os dados qualitativos serão analisados com os dados quantitativos, oferecendo o melhor das duas tecnologias.

  1. Jurimetria

A jurimetria utiliza a análise de dados qualitativos para saber informações importantes sobre processos, como as causas recorrentes, onde estão localizados os principais conflitos e como as decisões judiciais estão julgando cada acontecimento. “A jurimetria tem muito a colaborar com a evolução do Direito e do ensino jurídico, visto que são muitos os temas e variáveis, com um volume de trabalho notadamente expressivo”, afirma o Head de Educação da Future Law.

  1. Legal Design

O “Legal Design” é o design aplicado ao meio jurídico, um conjunto de técnicas que auxiliam na identificação de problemas e estratégias para solução. O Legal Design utiliza ferramentas modernas e tecnológicas para desmistificar o setor jurídico, promovendo o engajamento de clientes e profissionais responsáveis da área.

  1. Mudança de cultura da gestão jurídica

Para o advogado, de nada adianta utilizar tecnologias inovadoras sem contar com a participação de pessoas. Coelho defende que a tecnologia ainda é subutilizada em grande parte das vezes, porque seus usuários não são formados para entender o seu potencial de uso. Por isso, uma grande tendência na mudança da cultura é, sem dúvidas, uma equipe interna de ciência de dados.

  1. Educação Corporativa

O head de Educação da Future Law enxerga a capacitação dos profissionais da área de direito um diferencial na área. “Essa formação é atualmente tão importante (ou mais) quanto foi entender a diferença entre usar uma máquina de escrever e um computador, ou a extraordinária modificação que a internet trouxe para o acesso à informação”, afirma.

FONTE:  StartSe