Xangai agora tem banco automatizado com VR, robôs e digitalização facial

Um banco estatal chinês lançou uma agência completamente automatizada, equipada com software de digitalização facial, uma sala de realidade virtual, uma máquina de hologramas, robôs falantes e telas sensíveis ao toque para pagar as contas de serviços públicos e taxas do Partido Comunista, entre outras funções. A filial foi inaugurada na última semana no distrito de Huangpu, no centro de Xangai, e está sendo anunciada como o primeiro “banco não-tripulado” da China.

Na entrada do banco, os robôs recebem as pessoas e respondem a perguntas usando um software de reconhecimento de voz. Os clientes também podem passar seus cartões de identificação nacional para entrarem no recinto ou escanearem seus rostos usando o dispositivo de reconhecimento facial do local. As máquinas do lado de dentro, por sua vez, permitem que os visitantes comprem ouro, troquem moeda ou explorem investimentos imobiliários utilizando óculos de realidade virtual.

O pioneiro técnica China Construction Bank, cuja sede é em Pequim, foi fundado em 1954 visando financiar projetos de infraestrutura de grande escala, sendo considerado o segundo maior banco do mundo, medido por ativos.

A entidade comenta que a filial de alta tecnologia deve tornar o sistema bancário mais conveniente, personalizado e eficiente. Também reflete a crescente concorrência dos sistemas de pagamento sem dinheiro que está criando uma grande demanda dos bancos. A estatal automatizada, porém, não é completamente não-supervisionada, afinal guardas ainda se fazem presentes para observar o local, e existe uma sala equipada com software de teleconferência que permite aos clientes VIP solicitarem a ajuda de funcionários humanos.

De acordo com analistas, a empreitada parece ser uma resposta à pressão que algumas gigantes da internet, tais como a Alibaba e a Tencent, estão colocando no mercado, já que são responsáveis por transformar os financiamentos do consumidor chinês, oferecendo aplicativos móveis que permitem às pessoas executarem transações apenas utilizando seus smartphones.

A novidade está atraindo a atenção de muitas pessoas desde a sua inauguração. Tian Ting, uma funcionária de finanças, disse que ficou impressionada depois de visitar a filial. De acordo com ela, as pessoas cada vez mais evitam serem incomodadas por outras e esperam ir a um banco onde possam interagir com máquinas.

(Imagem: Phys.org)

O que os analistas andam dizendo

Muito tem se falado sobre inovação bancária e/ou financeira, e a tendência em direção à automação não é exatamente uma novidade no setor. Varejistas da China e de outros lugares têm trabalhado com supermercados e lojas de conveniência automatizadas. Além do mais, o Bank of America testou três bancos automatizados nos Estados Unidos no último ano, intitulando-os de “centros avançados”. Atualmente existem 14 filiais que oferecem caixas eletrônicos e recursos de videoconferência.

Todavia, o China Construction Bank parece ter dado um passo adiante no segmento, com tecnologia e recursos de ponta. O uso de reconhecimento facial, por exemplo, pode garantir autenticidade ao indivíduo no momento de sua inscrição, além de verificar e assegurar quem é o autor das transações bancárias que forem executadas.

(Imagem: The Nation)

Por outro lado, outros recursos levantam alguns questionamentos de analistas do setor no que se refere ao real valor dessas novidades.

De acordo com eles, os caixas eletrônicos e os internet bankings que existem atualmente já automatizaram a maioria das tarefas bancárias – ainda que muitas funcionalidades dependam de uma interação com funcionários humanos de qualquer forma, e em especial se o cliente possuir uma idade um pouco mais avançada.

FONTE: CANAL TECH