Wiser faz aporte na MedCof, edtech de provas de residência médica que fatura R$ 22 milhões

Quatro médicos empreendedores são sócios da edtech que recebeu aporte minoritário com condições predeterminadas para a futura aquisição.

Sócios da MedCof: os médicos Augusto Coelho, Elisa Coelho, Felipe Fernandes e Matheus Meireles (Divulgação/Divulgação)

Há quem diga que passar no vestibular de medicina é a parte mais difícil da carreira acadêmica dos profissionais da saúde. Porém, essa é só a primeira etapa de uma longa jornada. Provas de residência e titulação médica são ainda mais concorridas.

Em busca de oferecer um material mais assertivo para esse mercado, três médicos recém-formados decidiram empreender. Em 2019, eles fundaram a MedCof, edtech que oferece cursos preparatórios de residência e titulação médica. Em 2022, a empresa teve 11,5 mil alunos e faturou R$ 22 milhões.

O rápido crescimento chamou a atenção de investidores. A Wiser Educação, hub de educação que faturou R$550 milhões no último ano, anunciou nesta segunda-feria, 16, a incorporação da MedCof em seu portfólio. O aporte minoritário, que não teve o valor divulgado, inclui condições predeterminadas para a futura aquisição da companhia.

“Com a Medcof, a Wiser se torna um hub de edtechs ainda mais completo. Contávamos com operações nas áreas de soft skills, vendas, preparatórios para o Enem e concursos e ensino de idiomas, mas ainda não tínhamos um braço na área médica”, diz Carlos Lazar, diretor da Wiser Educação.

Os médicos Augusto Coelho, Felipe Fernandes, Matheus Meireles e Elisa Coelho são os sócios da MedCof. A edtech tem como professores mais de 70 médicos de todas as especialidades e ligados a instituições renomadas, como Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Graças à sua metodologia de estudos, a MedCof passou a se destacar dos concorrentes com elevados níveis de aprovação. Em 2022, os alunos da plataforma obtiveram 100% das vagas em 16 residências Brasil afora, e responderam por 50% das vagas em outras 48 residências. No total, 85 alunos ficaram na primeira colocação de processos seletivos para residência médica.

Além da oportunidade de trabalhar nos melhores hospitais do Brasil, como Sírio-Libanês, Albert Einstein e Vila Nova Star, os médicos que fazem residência têm ganhos 46% maiores e tendem a trabalhar menos e em horários menos insalubres do que os colegas que não passam por esses programas.

“Temos visto empreendedores brilhantes que conseguiram criar marcas sólidas mesmo em um período muito desafiador. Podemos contribuir muito para a aceleração do crescimento dessas edtechs oferecendo toda a nossa expertise em tecnologia, gestão e vendas, entre outros”, diz Flávio Augusto, CEO da Wiser Educação.

Como a MedCof foi criada

O método MedCof surgiu quando Coelho partiu em busca de uma experiência acadêmica nos Estados Unidos, país que possui o programa de residência mais concorrido do mundo. Por lá, o curso que mais contribui para o aumento das notas no USMLE, a “residência médica” americana, era um programa de estudos curto, com um banco com 2 mil questões autorais, extremamente bem comentadas por especialistas, sem nenhuma apostila, algo completamente diferente do que existia no Brasil.

Durante um intercâmbio na Universidade de Harvard, Coelho descobriu que, para os estudantes que pretendiam ingressar no USMLE, bastava finalizar o curso e repeti-lo ao longo do ano.

“Eles tinham um método de preparação muito avançado. Considerando a forma de apresentação do material, estavam pelo menos dez anos à frente do que se fazia no Brasil, com um banco de questões hipercalibrado”, diz Augusto Coelho.

Após retornar ao Brasil, às vésperas da sua própria prova de residência, ele se reuniu com os dois amigos e futuros sócios, e o trio decidiu não usar o cursinho tradicional em sua preparação. Os três foram aprovados, sem precisarem ler uma única página de apostila.

Como funciona a MedCof

Além do método inspirado no modelo americano, a MedCof mantém o QBank, um banco de dados virtual que reúne milhares de questões inéditas, que podem cair a qualquer momento nas provas, além das clássicas questões de provas antigas, todas comentadas no padrão MedCof de qualidade.

Outro diferencial da plataforma é contar com especialistas, preceptores e assistentes que ensinam o aluno a entender a lógica dos elaboradores das provas de residência, obtendo assim os melhores desempenhos em concursos médicos do país.

“Conduzimos várias ações para manter nossos conteúdos extremamente atualizados e qualificados. Assim, a cada ano que passa, temos um curso mais especializado e mais denso”, comenta Elisa Coelho.

O Extensivo Acesso Direto, curso voltado para a aprovação em R1, conta com um programa de aulas que dura um ano, com entrega de simulados, além do Qbank. O valor é de R$ 4.297. Para quem optar pela opção Elite, com acesso ao intensivo, extensivo e mentoria, o valor é de R$ 7.297.

A partir da entrada na holding Wiser Educação, a MedCof pretende ampliar sua esteira de cursos, abraçando novas áreas na educação médica.

“Capitanear o braço de saúde da Wiser é uma oportunidade ímpar para continuarmos impactando cada vez mais vidas. Sabemos que temos um mercado muito relevante para conquistar, e a Wiser nos apoiará para acelerarmos nossa base de clientes nos atuais e novos produtos que serão oferecidos”, diz Coelho.

FONTE: https://exame.com/negocios/wiser-faz-aporte-na-medcof-edtech-de-provas-de-residencia-medica-que-fatura-r-22-milhoes/