A Web 3.0 e o fim da internet grátis

A próxima geração da internet será mais segura e descentralizada – mas é possível que passemos a sentir saudades do velho e gratuito “www”

Você já deve ter ouvido falar desta sopa de letrinhas conhecida como Web 3.0, Web3 ou apenas sobre a nova internet, que no final é a mesma coisa. Parece que foi ontem que a minha geração desbravou os primórdios da internet, uma versão que na prática não serviu pra muita coisa, mas foi necessária para chegarmos até aqui.

Em uma rápida e resumida explicação, essa seria a evolução do nosso www:

internet, (Foto: Reprodução/Monica Magalhães)

A empolgação com a terceira geração da internet é grande e a maioria das pessoas, incluindo eu, fica tentada a acreditar que tudo que é inovação, é hype. Mas mesmo sem entender muito seus impactos, quando a gente menos esperar, vai estar tudo entranhado na nossa rotina.

Duas coisas boas da Web 3.0: a primeira é a sonhada descentralização, modelo exatamente oposto ao que temos hoje, onde a internet está centralizada na mão de poucas empresas de tecnologia. Tornar a internet aberta seria como reduzir a barreira de entrada para que outras empresas da tecnologia possam brincar no mesmo play. A segunda é a promessa de ser mais segura por existir dentro das redes Blockchain. De fato, já é. As redes blockchain fizeram 10 anos e até hoje nenhuma invasão ou roubo de dados foi registrada. Mas tudo isso vem com um preço. E, apesar de pouco falado, o tema “custos” é bem relevante, pois um dia podemos sentir saudades do nosso velho, porém gratuito, “www”.

As redes Blockchain utilizadas pela Web 3.0 são como rodovias novas onde não há acidentes. Mas como toda rodovia privada, para andar nela você precisa pagar o pedágio. Esse imposto na Web 3.0 se chama “gas fee”. Basicamente, ele suporta todos os custos das máquinas e o ambiente de segurança – por enquanto ainda nada viável. A taxa ainda precisa cair muito para se tornar escalável ou o inverso também funciona, precisa se tornar escalável para se tornar viável financeiramente. Mas o fato é que o custo virá.

Estamos na fase da descoberta e empolgação com a Web 3.0, mas quando olhamos para as startups que já estão trabalhando com a nova internet há um ou dois anos, é possível perceber essa dor  – e como estão quebrando a cabeça para encontrar viabilidade na tecnologia para a larga escala.

FONTE: https://epocanegocios.globo.com/colunas/5min-no-futuro/noticia/2022/05/web-30-e-o-fim-da-internet-gratis.html