Você está me ouvindo? Importância da voz para o ambiente digital

Guilherme Brunhole, fundador da UAUBox, explica sobre sensações e emoções que o recurso de voz transmite.

“Vou te mandar um áudio para explicar melhor”. Quem nunca utilizou o recurso de voz para proporcionar uma experiência mais pessoal e autêntica que atire a primeira pedra. Os conteúdos de áudio são capazes de transmitir emoções e entonações que não temos em textos e imagens, criando mais conectividade entre emissor e receptor. E não poderia ser diferente, visto que nossa voz é uma grande expressão da nossa identidade, de quem somos.

Por meio da voz, conseguimos detectar se uma pessoa está entusiasmada, triste, brava, feliz, cansada, entre outros sentimentos. Para se ter uma ideia, é algo tão único que ferramentas tecnológicas já utilizam o reconhecimento vocal para garantir veracidade, como uma assinatura exclusiva.

Nesse contexto, o que antes era utilizado apenas como um complemento midiático, os conteúdos de áudio passam a ganhar, cada vez mais, importância no ambiente digital.

Veja, apesar do ser humano ser atraído por imagens e textos, esses tipos de comunicação exigem foco do usuário, diferente do áudio, que pode ser consumido a qualquer momento, de todos os lugares. Os podcasts, que caíram no gosto popular, podem ser consumidos enquanto desempenhamos outras tarefas diárias, desde trabalho até afazeres domésticos, por exemplo, principalmente quando estamos vivendo em uma era que busca, constantemente, por produtividade, fazendo mais coisas em menos tempo.

Um levantamento feito pela Deezer revelou que o consumo dos podcasts cresceu 177% em 2019, e mais de 25% dos brasileiros ouviram mais de uma hora de programa por dia. Eu mesmo sou um exemplo disso. Lembro de quando trabalhava em Campinas, consumia um podcast na ida e um na volta.

Os novos formatos da revolução do áudio no ambiente digital

Essa revolução do áudio, que coloca a voz como protagonista dos conteúdos, volta a ganhar força por uma questão de preferência, diferente da época precedente às telas, quando ouvíamos rádio por uma situação condicionada, afinal, só tínhamos ele.

E apesar de continuarem sendo atraentes, pioneiros nesse quesito, os holofotes seguem voltados para novos formatos, como audiobooks, que já são considerados uma das maiores tendências, ressuscitando a tradição de contar histórias de uma maneira inovadora.

A popularização desse tipo de conteúdo está tão emergente que o marketing de influência também tem aproveitado isso em suas estratégias, como a tendência em ascensão de plataformas de Clubhouse.

Elas permitem uma experiência em áudio imersiva, colocando influenciadores e marcas para criarem conteúdos de áudio exclusivos para a criação de uma identidade verbal, que nada mais é do que um conjunto de palavras e expressões que são utilizadas para desenvolver conectividade com o público-alvo.

Logicamente, como toda estratégia, os conteúdos de áudio precisam transmitir, com muita clareza, a mensagem que se conecta com a essência da organização.

Para isso, é preciso alinhar a linguagem e o tom de voz que será utilizado. E aqui acho importante também chamar a atenção para um desafio de engajamento, que talvez seja o maior risco na utilização desse conteúdo no ambiente digital: capturar a atenção do usuário.

Precisamos ter em mente que vivemos em uma era saturada de informações. Da mesma forma que as pessoas não param para ler textos longos, pegando apenas os principais pontos, o mesmo ocorre com conteúdos de áudio extremamente extensos. Uma possível saída é manter a participação ativa do ouvinte ou fazer materiais mais curtos.

De toda forma, é certo que a voz segue ganhando seu destaque no ambiente digital, com profissionais de marketing, influenciadores e consumidores olhando cada vez mais para essa ferramenta que emociona e conecta. É um novo (nem tão novo assim) modo de experimentarmos o mundo on-line. Precisamos estar preparados para ouvir.

FONTE:

https://www.metropoles.com/colunas/m-buzz/voce-esta-me-ouvindo-importancia-da-voz-para-o-ambiente-digital