Valve quer revolucionar experiências gamer com interfaces cérebro-computador

As interfaces cérebro-computador devem revolucionar as experiências gamer. É o que afirma Gabe Newell, cofundador da Valve — gigante de videogames e detentora de títulos como “Counter-Strike” e “Half-Life”.

Em entrevista ao 1 News, da Nova Zelândia, Newell diz que essas interfaces serão capazes de detectar as emoções dos jogadores e ajustar as configurações dos games de acordo com esses sentimentos. Na prática, isso quer dizer que a visão e a audição podem passar a ser meros coadjuvantes em uma gameplay. Para Newell, isso não é o mais estranho. “O estranho é quando você pode ser editado por uma interface cérebro-computador”, avalia.

E isso pode acontecer quando o protagonismo ficar com o humor: a detecção de tédio pode fazer o sistema aumentar a dificuldade para intensificar o foco do jogador. Por outro lado, sentimentos de tranquilidade e confiança podem levar o game a apresentar situações assustadoras.

Dona do Steam, a Valve trabalha para desenvolver seus próprios dispositivos com interface cérebro-computador. Foto: monticello/Shutterstock

De olho no futuro, a Valve já desenvolve seus próprios dispositivos do tipo. A empresa trabalha com acessórios modificados de realidade virtual, que são capazes de detectar os sinais do cérebro. Ou seja, não será novidade se a companhia anunciar games com a tecnologia nos próximos anos.

Aliás, segundo Newell, as interfaces cérebro-computador devem ser quase um pré-requisito para que as desenvolvedoras de jogos tragam novidades em um futuro próximo. “Se você for um desenvolvedor de software em 2022 e não tiver um desses [dispositivos] em seu laboratório de teste, estará cometendo um erro bobo”, diz.

Riscos das interfaces cérebro-computador

Muito além de experiências gamer superiores, as interfaces cérebro-computador podem ser grandes aliadas na resolução de problemas cotidianos. Elas podem ser conectadas, por exemplo, em aplicativos capazes de melhorar o foco ou otimizar o sono de um indivíduo.

No entanto, o fato de lidar diretamente com sentimentos individuais pode ser preocupante. Basta pensar que uma máquina pode estudar os humores de alguém e causar sentimentos como medo, angústia e dores — emocionais, no caso —, com a possibilidade de levar a traumas ou riscos à saúde.

Detecção de sentimentos individuais pode representar riscos. Gorodenkoff/Shutterstock

Além disso, é preciso atenção com vírus e malwares: eles podem invadir os sistemas de interface cérebro-computador e usar os sentimentos dos usuários para permitir a aplicação de golpes (por meio da detecção de medos, por exemplo), para criar perfis dos indivíduos e até para fazer brincadeiras traumáticas.

FONTE: https://olhardigital.com.br/2021/01/27/noticias/valve-quer-revolucionar-experiencias-gamer-com-interfaces-cerebro-computador/