Tomógrafo importado da Alemanha e usado no campus em Ribeirão Preto (SP) mapeia organismos menores que um alfinete, agiliza a análise de fósseis e imprime réplicas.
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Imagine “viajar” pelo interior do corpo de um inseto, analisar de maneira mais precisa e segura um fóssil pré-histórico ou reproduzir em detalhes a réplica do crânio de um animal. Um equipamento recém-inaugurado pela USP de Ribeirão Preto (SP) promete ampliar os estudos da biologia com nanotecnologia e imagens em três dimensões.
Importado da Alemanha, o aparelho de seis toneladas denominado “Nano/micro CT-Scan” será utilizado por diferentes pesquisadores no Centro para Documentação da Biodiversidade na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCLRP).
“Essa máquina possibilita a gente acessar uma série de informações que de outra maneira não eram possíveis ou com muita dificuldade sobre a biodiversidade”, afirma o professor Flávio Alicino Bockmann, coordenador do centro.
Investimento
A inauguração do espaço demandou um investimento de R$ 1,5 milhão, o que inclui o reforço do piso e a instalação de um gerador de energia para colocar em funcionamento a máquina.
A tomografia em 3D é possível da seguinte maneira: raios-X irradiam pela amostra analisada e produzem uma imagem bidimensional, que é movimentada em 360º e cria as imagens em três dimensões.
O aparelho permite registrar imagens do interior de organismos muito pequenos, com medidas abaixo de meio milímetro – o que é menor do que a cabeça de um alfinete -, imprimir réplicas de resina para preservar amostras reais ou mesmo analisar a estrutura de um fóssil sem necessariamente ter que remover os sedimentos, procedimento que toma tempo dos paleontólogos, segundo Bockmann.
“Isso é um trabalho extremamente detalhado que consome uma quantidade muito grande de tempo, e eventualmente pode danificar o material. Com esse equipamento, a gente consegue acessar o fóssil diretamente, sem precisar ter todo esse trabalho de remoção dos sedimentos. A gente reduz substancialmente o tempo e ainda por cima a gente consegue uma série de outras informações que do contrário não eram possíveis”, diz.
A tecnologia estará disponível tanto para fins de pesquisa quanto para ensino. Para o professor Milton Groppo, facilidades como a impressão de réplicas em resina ampliam as possibilidades de aprendizado e tendem a tornar a ciência mais interessante para os estudantes em geral.
“É interessante porque além de você ver a pesquisa científica, você pode também estimular os alunos em aulas a manipular esse material, Os alunos têm acesso a informações que eles não teriam num osso de verdade, que pode cair, quebrar no chão, aí a peça é destruída. Nesse caso aqui caiu no chão não tem problema, a gente recolhe e continua o estudo”, afirma.
FONTE: G1