USP usa equipamento com nanotecnologia e impressão 3D para ampliar estudos sobre biodiversidade

 

Tomógrafo com nanotecnologia e impressão 3D na USP de Ribeirão Preto (Foto: Reprodução/EPTV)

Tomógrafo importado da Alemanha e usado no campus em Ribeirão Preto (SP) mapeia organismos menores que um alfinete, agiliza a análise de fósseis e imprime réplicas.

ASSISTA O VÍDEO AQUI:

http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/jornal-da-eptv/videos/v/novo-equipamento-da-usp-de-ribeirao-preto-promete-revolucionar-estudos-de-biologia/6393880/

Imagine “viajar” pelo interior do corpo de um inseto, analisar de maneira mais precisa e segura um fóssil pré-histórico ou reproduzir em detalhes a réplica do crânio de um animal. Um equipamento recém-inaugurado pela USP de Ribeirão Preto (SP) promete ampliar os estudos da biologia com nanotecnologia e imagens em três dimensões.

Importado da Alemanha, o aparelho de seis toneladas denominado “Nano/micro CT-Scan” será utilizado por diferentes pesquisadores no Centro para Documentação da Biodiversidade na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCLRP).

“Essa máquina possibilita a gente acessar uma série de informações que de outra maneira não eram possíveis ou com muita dificuldade sobre a biodiversidade”, afirma o professor Flávio Alicino Bockmann, coordenador do centro.

Investimento

A inauguração do espaço demandou um investimento de R$ 1,5 milhão, o que inclui o reforço do piso e a instalação de um gerador de energia para colocar em funcionamento a máquina.

A tomografia em 3D é possível da seguinte maneira: raios-X irradiam pela amostra analisada e produzem uma imagem bidimensional, que é movimentada em 360º e cria as imagens em três dimensões.

O aparelho permite registrar imagens do interior de organismos muito pequenos, com medidas abaixo de meio milímetro – o que é menor do que a cabeça de um alfinete -, imprimir réplicas de resina para preservar amostras reais ou mesmo analisar a estrutura de um fóssil sem necessariamente ter que remover os sedimentos, procedimento que toma tempo dos paleontólogos, segundo Bockmann.

Réplica em resina feita por equipamento na USP de Ribeirão Preto (Foto: Reprodução/EPTV)

“Isso é um trabalho extremamente detalhado que consome uma quantidade muito grande de tempo, e eventualmente pode danificar o material. Com esse equipamento, a gente consegue acessar o fóssil diretamente, sem precisar ter todo esse trabalho de remoção dos sedimentos. A gente reduz substancialmente o tempo e ainda por cima a gente consegue uma série de outras informações que do contrário não eram possíveis”, diz.

A tecnologia estará disponível tanto para fins de pesquisa quanto para ensino. Para o professor Milton Groppo, facilidades como a impressão de réplicas em resina ampliam as possibilidades de aprendizado e tendem a tornar a ciência mais interessante para os estudantes em geral.

“É interessante porque além de você ver a pesquisa científica, você pode também estimular os alunos em aulas a manipular esse material, Os alunos têm acesso a informações que eles não teriam num osso de verdade, que pode cair, quebrar no chão, aí a peça é destruída. Nesse caso aqui caiu no chão não tem problema, a gente recolhe e continua o estudo”, afirma.

FONTE: G1