UMA PEQUENA EMPRESA UNE CIÊNCIA À TECNOLOGIA PARA ENCONTRAR A CURA PARA O PARKINSON

A OccamzRazor, fundada pela empreendedora Katharina Volz, usa inteligência artificial para criar um “mapa” que reúne informações sobre a doença

Katharina Volz, fundadora da OccamzRazor, e os diretores Tarik Koc e Martin Bringmann (Foto: Divulgação)

A bióloga e empreendedora norte-americana Katharina Volz se comprometeu a encontrar a cura para a doença de Parkinson – mas a metodologia adotada é bem diferente das pesquisas tradicionais. Partindo do pressuposto de que uma das principais barreiras é a desinformação, ela fundou a startup OccamzRazor. O negócio desenvolveu um mapa 3D, com inteligência artificial (IA), que tem o objetivo de traçar tudo que se sabe sobre a doença. Com isso, quer encontrar possíveis lacunas que possam ser preenchidas e, assim, conduzir a descoberta da cura.

Batizado de Parkinsome, o mapa 3D já reúne toda a informação que se tem sobre a doença hoje. “Parte do problema é que o mal de Parkinson é mal compreendido e é uma doença realmente complexa. Por isso é difícil obter uma imagem completa do que realmente está acontecendo”, disse ao portal Wired.

 Com as informações já coletadas no banco de dados, Katharina diz que é possível expandi-lo para mapear mais doenças no futuro.O começo
Um telefonema foi a motivação para que Katharina começasse a pesquisa. Em 2015, pouco tempo depois de terminar o doutorado em biologia de células-tronco, a bióloga foi informada de que uma pessoa próxima havia sido diagnosticada com a doença. A notícia fez com que ela ficasse arrasada, mas também a fez querer agrir. “Decidi que iria encontrar uma cura para a doença”, diz.

Para construir o mapa, ela foi até o laboratório de IA de Stanford. Lá, obteve ajuda para desenvolver um sistema que poderia receber sentenças da literatura médica, rotular corretamente diferentes genes, proteínas e metabolitos e identificar a relação entre eles.
O sistema combina todos esses dados em um gráfico e ainda detalha como cada um dos componentes agem na evolução da doença.

De olho na indústria farmacêutica
A primeira ação do Parkinsome tem sido entender se medicamentos usados para outras doenças podem ser aplicados ao Parkinson. Assim que identificar possíveis tratamentos, Katharina quer iniciar parcerias com empresas farmacêuticas. “Não quero esperar mais dez, 20 ou 30 anos para que isso aconteça. Quero levar medicamentos eficazes para os pacientes de Parkinson o mais rápido possível”.

Ao site, a empreendedora diz que não pretende compartilhar a plataforma diretamente com os pesquisadores, mas mantém parceria com a Michael J Fox Foundation para identificar novas áreas que poderiam culminar em pesquisas no futuro.

A OccamzRazor também conta com Jeff Dean, líder do Google AI, como investidor, e é aconselhada pelo biólogo celular Randy Schekman.

FONTE: PEGN