Fazer parcerias permite que você esteja em contato com outros players relevantes do seu próprio mercado e esteja sempre atualizado sobre as últimas tendências e oportunidades de negócios.
Não importa o seu setor de atuação. Se você ocupa um cargo de alta liderança hoje, é certo que há um tema fixo em sua agenda: a transformação digital. Na corrida para se manterem relevantes para seus clientes e para o mercado, as empresas estão focadas (ou deveriam) em oportunidades de digitalização, automação e inovação. Sabem que esse é um passo essencial para sua sobrevivência e sucesso.
Se a transformação digital não é mais uma escolha, mas, sim, uma necessidade, a pergunta que surge é: como percorrer essa jornada? A meu ver, a maioria das lideranças tem três opções: Construir, Comprar ou Fazer parceria, o famoso BBP na sigla em inglês, um conceito bastante difundido no mundo dos negócios e que se encaixa como luva nessa questão.
Até bem pouco tempo atrás, era comum que a principal aposta das empresas nesse sentido fosse a aquisição de uma startup ou o anúncio de um investimento robusto em pesquisa para o desenvolvimento de soluções tecnológicas próprias.
Mas, com os consumidores demandando soluções cada vez mais ágeis e sofisticadas, essas estratégias nem sempre são viáveis ou se mostram pouco eficazes. Isso porque esbarram em dois obstáculos difíceis de serem ignorados: tempo e dinheiro.
Coincidência ou não, diferentes pesquisas e artigos apontam que o futuro está na terceira opção, nas parcerias. A McKinsey, por exemplo, prevê que, em 2025, um terço de todas as vendas globais virão de ecossistemas construídos por players de uma mesma indústria.
Uma outra pesquisa, essa da Accenture, apontou que 63% dos executivos acreditam que participar de um ecossistema de parcerias permite inovar de maneira mais eficaz. Mais enfático, um levantamento da EY mostrou que os ecossistemas de parceria são vistos como a única maneira de ter sucesso no mercado hoje por 68% dos líderes.
De fato, hoje, é difícil imaginar que uma empresa possa se manter competitiva e relevante sozinha. Fazer parcerias permite que você esteja em contato com outros players relevantes do seu próprio mercado e esteja sempre atualizado sobre as últimas tendências e oportunidades de negócios.
Ecossistemas também são fonte constante de inovação porque são mais plurais do que parcerias bilaterais – que unem apenas duas lideranças. Ao promover conexões até então pouco prováveis, entre pessoas com experiências, perspectivas e ideias diferentes, os ecossistemas facilitam o surgimento de insights valiosos.
Mais do que isso, se mostram como um caminho possível para negócios que precisam e querem constantemente oferecer melhores produtos e serviços para seus clientes.
Para que o processo de colaboração ou qualquer tipo de aliança funcione bem, no entanto, vejo algumas condições fundamentais.
Primeiro, a intenção genuína de atuar em parceria – e algumas perguntas ajudam a avaliar isso. O objetivo de todas as empresas participantes é de que o coletivo seja mais forte do que cada uma isoladamente? Cada parte está disposta a ceder um pouco pelo bem do todo? No primeiro problema encontrado, as partes demonstram a dedicação devida para fazer a colaboração funcionar?
Outra característica fundamental é a transparência. Sem ela, é muito difícil fazer as engrenagens funcionarem. Vou citar um exemplo prático: o compartilhamento de dados. Para que a soma do conhecimento das partes acelere e torne mais assertiva a tomada de decisão, é absolutamente necessário que haja total clareza de quais informações estão sendo fornecidas, quais não e por quê.
Por fim, cito a confiança. Sem ela, é praticamente impossível criar uma aliança ou parceria sustentável. Sabemos, no entanto, que essa conexão não se dá do dia para a noite. E que o tempo desempenha um papel essencial nessa formação.
Em um mundo em que a sobrevivência e o sucesso dependem da nossa capacidade de nos reinventarmos, estou convencido de que alianças empresariais bem articuladas são uma condição para a inovação contínua e o crescimento sustentável. Ignorar esse movimento pode ser a receita para a estagnação.
FONTE: https://epocanegocios.globo.com/colunas/negocios-em-transformacao/coluna/2023/09/transformacao-digital-inovacao-e-a-importancia-das-parcerias.ghtml