Toyota vai produzir Corolla Híbrido Flex este ano no Brasil

A Toyota vai iniciar a produção do primeiro carro híbrido flex do mundo no último trimestre do ano. A tecnologia desenvolvida por engenheiros do Brasil e do Japão vai permitir o uso de etanol ou gasolina para o motor a combustão que atuará em conjunto com o motor elétrico. Embora a empresa não confirme oficialmente, o modelo que receberá a tecnologia exclusiva será o sedã Corolla produzido na fábrica de Indaiatuba (SP).

O Corolla Híbrido Flex, que terá como base o modelo europeu a ser lançado em março próximo, será construído sobre a plataforma TNGA e será maior que o atual. Ele terá 2,70 metros de distância entre-eixos, 4,64 metros de comprimento, 1,78 metro de largura e e 1,43 metro de altura. A Toyota já fez testes no País com o importado híbrido Prius usando essa tecnologia, mas a produção desse modelo poderá ocorrer futuramente.

A fábrica de Indaiatuba está recebendo aporte de R$ 1 bilhão para produzir a nova geração do Corolla, que terá uma versão híbrida. A confirmação do projeto, anunciado em dezembro, foi feita ontem pelo presidente da Toyota América Latina, Steve St. Angelo. “Além do mercado interno, nossa intenção é exportar a tecnologia, pois há outros países que usam etanol, por exemplo os Estados Unidos”, afirmou.

A empresa também aguarda da matriz japonesa aval para produzir um utilitário-esportivo (SUV) de pequeno porte para competir no segmento que mais cresce em vendas no País e que concentra modelos como Jeep Renegade e Hyundai Creta.

Segundo fontes de mercado, é provável que o SUV será desenvolvido na plataforma do Yaris (hatch e sedã), produzido na unidade de Sorocaba (SP), junto com o compacto Etios. Nesse caso, a produção do derivado poderia ser agilizada se a empresa conseguisse receber do governo de São Paulo cerca de R$ 1 bilhão em créditos retidos de ICMS.

Mercado

A Toyota espera para este ano crescimento de 9,5% em suas vendas, abaixo do projetado para o mercado total de automóveis e comerciais leves, de 11,3%. Em 2018, vendeu 200,9 mil veículos – o melhor desempenho de sua história. O volume foi 5,4% superior ao do ano anterior, índice também inferior ao do mercado, que cresceu 13,8%. “Temos problemas de capacidade, pois estamos trabalhando no limite nas duas fábricas”, justifica Rafael Chang, presidente da Toyota do Brasil.

A produção deve crescer 7,6%, para 225 mil carros, sendo 28% para exportação. As fábricas de Sorocaba e a de motores em Porto Feliz operam em três turnos; a de Indaiatuba em dois. O grupo tem quase 7 mil funcionários e “não demitiu ninguém durante a crise”, diz Chang.

Em toda a América Latina a Toyota vendeu 400 mil veículos no ano passado, 5% a mais do que em 2017. Esse volume representa apenas 3,8% das vendas globais da marca, que somaram 10,5 milhões de unidades.

Em 2018, a Toyota celebrou 60 anos no Brasil. Nos últimos três anos a marca concluiu um ciclo de mais de R$ 2,6 bilhões em investimentos para produção do modelo Yaris e modernização das fábricas de carros e motores. (AE com agências)

FONTE: JORNAL O POPULAR