TIM e Vivo ressaltam preocupação com infraestrutura para 5G no Brasil

O diretor de Relações Institucionais e Assuntos Corporativos da Telefônica Vivo, Enylson Camoseli, demonstrou preocupação com o sistema de infraestrutura em 5G no Brasil. Em encontro organizado pelo Tele.Síntese, o executivo apontou que é preciso coordenar segmentos para expansão de infraestrutura antes que aconteça o leilão do 5G por aqui.

 A Anatel anunciou em fevereiro que o leilão do espectro necessário para o funcionamento do 5G no Brasil deve acontecer até março do ano que vem. A preocupação de Camoseli é que haverá necessidade de expansão de antenas por conta da demanda. Ele lembra que serão necessárias 5 vezes mais antenas para conseguir abarcar o novo padrão: “A legislação vê o setor como se estivéssemos há 15 anos, mas até o conceito das antenas mudou radicalmente, quando precisaremos instalar esses equipamentos em cada quadra ou bairro”, afirmou. Atualmente, são 90 mil.

”Se não houver uma harmonização, o país vai pagar com ineficiência da produtividade e com a não implementação plena do 5G, que é uma tecnologia transformadora dos meios de produção”, alertou o executivo no evento.

Marcelo Mejias, diretor de Políticas Públicas da TIM Brasil, também se mostrou preocupado. Para o executivo, o Plano Estrutural de Redes de Telecomunicações (Pert) ajudou a dar um norte para o que deve ser feito. Contudo, segundo ele “é preciso avançar”.

 Lei das Antenas

O projeto chamado de Lei Geral das Antenas foi sancionado em 2015 pela então presidente Dilma Rouseff. O objetivo foi estabelecer normas gerais para o processo de licenciamento, instalação e compartilhamento de infraestrutura de telecomunicações no Brasil, agilizando o processo de concessão.

Um dos pontos era permitir que a montagem de infraestrutura de suporte de telecomunicações em área urbana fosse aprovada no prazo máximo de 60 dias a partir da data do requerimento — na época, as operadoras reclamavam que levavam mais de um ano para obter a liberação de licenças para a instalação de antenas.

Apesar de toda mudança na legislação, as empresas ainda passam por processos burocráticos que o diretor da TIM considera “hipocrisia burocrática”.

Contudo, o interesse de avançar com tecnologias 5G não é unânime. A Claro, por exemplo, já demonstrou que prefere que a implantação aconteça somente depois que aparelhos com essa capacidade cheguem ao mercado.

Fonte: Tele.Síntese