Texprocess dá vida às microfábricas com muitas inovações

Individualização, automatização e digitalização são os conceitos que estão a impulsionar as microfábricas enquanto produtoras de vestuário do futuro. Na próxima edição da Texprocess, que se realiza de 14 a 17 de maio, quatro modelos destas unidades produtivas do futuro estarão em destaque.

Envie hoje o seu design favorito para o produtor através de uma app e use as suas calças ou camisa desenhadas individualmente e perfeitamente ajustadas amanhã. Já passou muito tempo desde que isso era um sonho para o futuro», sublinha Michael Jänecke, diretor de têxteis técnicos e processamento têxtil na Messe Frankfurt, que organiza a Texprocess.

Michael Jänecke

«Por detrás disso, contudo, está uma série de processos complexos, envolvendo a produção, o processamento e a logística. As microfábricas, com base em procedimentos ligados e integrados, representam uma forma progressiva de fazer o processamento de têxteis de forma mais rápida, mais flexível e, como é mais local, também mais sustentável, ao mesmo tempo que produz artigos personalizados», acrescenta.

Quatro microfábricas estarão à disposição dos visitantes da Texprocess – que na última edição, em 2017, contou com mais de 300 expositores –, para que estes percebam como é que funciona o processamento integrado de têxteis e em que áreas as microfábricas estão já a ser usadas.

Produção em série de têxteis inteligentes

No espaço “Smart Textiles Micro-Factory”, entre o hall 4.1 e o hall 5.1, o Institute for Textile Technology (ITA) e a RWTH Aachen University, juntamente com parceiros da indústria e de investigação, irão produzir uma almofada “inteligente”, com a aplicação de LEDs, para novas formas de interação. Com esta demonstração, os parceiros no projeto irão exibir um processo de produção completamente interligado para têxteis inteligentes, desde o design ao produto acabado. «A Smart Textiles Micro-Factory vai representar uma dupla estreia: a implementação operacional do processo de produção integrado à medida e este produto final condutor», explica Thomas Gries, diretor da ITA e coordenador da cadeira de Maquinaria Têxtil no Institute for Textile Technology na RWTH Aachen.

Sob a liderança da sua equipa de engenheiros nas mais diversas tecnologias, parceiros como a Gerber Technology, o Korea Institute for Industrial Technology KITECH, a Vetron Typical Europe GmbH, a Wear it GmbH e a ZSK Stickmaschinen estão a desenvolver o conceito e a implementação para a aplicação da micro-fábrica.

Com o ITA Institute, a Messe Frankfurt foi bem sucedida a trazer a especialista mais experiente para os desenvolvimentos da micro-fábrica», considera Yvonne Heinen-Foudeh, diretora de marketing para a região da Europa, Médio Oriente e África (EMEA) da Gerber Technology.

O estudo “Technologies, Markets and Players” da E-Textiles para o período 2018 a 2028 prevê um crescimento do mercado de têxteis inteligentes para 2 mil milhões de dólares. O crescimento, contudo, só poderá acontecer se houver novas abordagens, substituindo a produção manual pela produção em série, indica o relatório.

Interação com o consumidor

A intervenção do consumidor através de meios digitais está a tornar-se mais importante no desenvolvimento de produtos para a indústria de vestuário, enquanto ponto de partida para peças individualizadas e perfeitamente ajustadas e para uma ligação com o departamento de acabamentos.

Esta linha de produção demonstrará as várias etapas envolvidas, incluindo design/CAD, estamparia, corte, confeção, acabamento e etiquetagem. As novas abordagens também combinam simulações em 3D de vestuário com a transferência direta de dados em realidade virtual e realidade aumentada. Em vez de apresentar exemplares físicos da peça a ser produzida, os modelos são visualizados enquanto objetos virtuais. E durante o processo de produção, o cliente tem a possibilidade de dar inputs diretos no design do produto em questão. Esta interação direta entre a simulação 3D de um artigo, a representação em realidade virtual ou aumentada e o impacto no processo de produção, garante a Messe Frankfurt em comunicado, «nunca foi mostrada desta forma».

Malhas 3D a caminho da Indústria 4.0

Desde a imagem em 3D ao protótipo acabado em 18 minutos, a Digital Textile Micro-Factory na Texprocess vai desvendar um fluxo de trabalho que permite peças em malhas tridimensionais feitas diretamente com base das medidas do consumidor.

A 3D-knitting Line demonstra o processo desde o modelo 3D à criação de um padrão geometricamente preciso com base num conjunto de dados e o desenvolvimento de uma especificação nos dados finais, através da produção de um protótipo.

Têxteis técnicos em linha

O foco da última linha de produção está no processamento automático de têxteis técnicos, personalizados para o cliente, até ao produto final. Da linha fazem parte máquinas de estamparia a jato de tinta e máquinas interligadas com sensores integrados. Um braço robótico especial para utilização com têxteis retirará as peças cortadas à medida que saem da máquina de corte. Os procedimentos de rastreamento permitem acompanhar o progresso de cada encomenda através das fases individuais do processo de produção usando uma identificação automática.

 

FONTE: PORTUGAL TÊXTIL