Tendências e tecnologias emergentes que vão dominar 2022

De aviões movidos a hidrogênio a academias de ginástica virtuais, passando por implantes de ossos produzidos por impressão 3D e influencers virtuais, vamos viver um ano acelerado
Por Soraia Yoshida no THE SHIFT

O desenvolvimento em tempo recorde de vacinas do tipo mRNA, como a da Pfizer e Moderna, vieram quase como um lembrete do poder da ciência e da tecnologia sobre nosso mundo. Em sua edição anual rebatizada como The World Ahead, a Economist lista 22 tecnologias emergentes que vão criar novas oportunidades nos mais diferentes setores. De aviões movidos a hidrogênio a academias de ginástica virtuais, passando por implantes de ossos produzidos por impressão 3D e influencers virtuais, a grande maioria dessas tecnologias já foi abordada pela The Shift no último ano. A listagem confirma que a disrupção pode vir dos mais diferentes setores e quem está com as antenas ligadas, vai sair na frente.

Geoengenharia solar

As tecnologias de geoengenharia solar resfriam a Terra refletindo a luz do sol de volta ao espaço. Também conhecida como gerenciamento de radiação solar, a geoengenharia solar possui duas abordagens principais: a injeção de aerossol estratosférico (SAI) e o clareamento de nuvens marinhas (MCB). Muitos cientistas reforçam os riscos que essa tecnologia poderia ter para o meio ambiente. Quais seriam os impactos em padrões climáticos? Em 2022, um grupo de pesquisadores da Universidade de Harvard vai conduzir um experimento chamado SCoPEx (Stratospheric Controlled Perturbation Experiment), que lançará um balão na estratosfera terrestre para liberar 2kg de material (provavelmente carbonato de cálcio) no ar e então medir como ele se dissipa, reage e espalha a energia solar. A polêmica em torno da tecnologia é tão grande que o grupo de Harvard estabeleceu um painel consultivo independente para considerar os impactos morais e políticos da iniciativa.

Captura direta de ar

A grande presença de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera causa o aquecimento global. Várias startups estão trabalhando em uma solução que é a captura direta de ar (DAC), uma tecnologia que “suga o CO2 da atmosfera” e considerada vital na luta contra a crise climática. A canadense Carbon Engineering vai iniciar a construção no próximo ano da maior instalação DAC global no Texas. Ela seria capaz de capturar 1 milhão de toneladas de CO2 por ano. A suíça ClimeWorks abriu uma fábrica de DAC na Islândia em 2021, que enterra o CO2 capturado na forma mineral a uma taxa de 4.000 toneladas por ano. A norte-americana Global Thermostat conta com duas plantas-piloto. Uma grande barreira para o desenvolvimento em escala da DAC está nos custos, mas existe uma expectativa que possam começar a baixar a partir do próximo ano.

Bombas de calor

Um quarto do consumo global de energia vem do aquecimento de edifícios durante o inverno. Nos Estados Unidos, a maior parte do aquecimento depende da queima de carvão, gás ou óleo – o que representa um enorme problema frente ao desafio de cumprir as metas de mudança climática. Uma alternativa seria usar bombas de calor, equipamentos que emitem calor. Ao contrário do ar-condicionado, que resfria o ambiente, as bombas movem o calor existente a um custo inferior aos radiadores elétricos. Quando operadas ao contrário, elas resfriam o ambiente. A startup Gradient, é uma entre várias empresas que produzem bombas de calor para aquecimento e resfriamento. A Darcy Solutions utiliza sistemas geotérmicos para circulação de calor. São alternativas para diminuir o consumo e gerar mais carbono.

Aviões movidos a hidrogênio

2022 será um ano importante para a aviação, em particular para o avanço de aviões movidos a hidrogênio. O setor de aviação responde por 2% das emissões de gases de efeito estufa, por isso a busca por uma tecnologia mais limpa. As células de combustível de hidrogênio, que excretam água, poderiam ser a resposta para uma aviação mais limpa? Sim, mas ainda há uma barreira grande a vencer para autonomia. Um avião de dois lugares está sendo construído na Universidade de Tecnologia de Delft, na Holanda, para ser testado no ano que vem. A startup norte-americana ZeroAvia tem planos de construir uma aeronave de 20 lugares com sistema de propulsão a hidrogênio, que em tese estaria pronto para encarar a certificação até o final de 2022 (e uma parceria para um avião de 76 lugares até 2027). Mas antes disso, a startup Universal Hydrogen espera fazer testes de seu avião de 40 lugares.

Navios porta-contêineres com velas

Os navios produzem 3% das emissões de gases de efeito estufa. Não surpreende, portanto, pensar em um back to basics: navios a vela, mas com alta tecnologia. É o caso do Wisamo, cargueiro com velas infláveis da Michelin, desenhado para reduzir em até 20% o consumo de combustível. A japonesa MOL trabalha em um design inovador para que seus cargueiros sejam equipados com uma vela rígida telescópica – o primeiro deve cruzar águas em agosto de 2022. Outras abordagens incluem pipas e “asas de sucção”, com ventiladores e cilindros giratórios gigantes. A expectativa é que até o final do próximo ano, o número de grandes navios cargueiros com algum tipo de vela terá quadruplicado para 40, de acordo com a International Windship Association.

Táxis elétricos voadores

As aeronaves elétricas de decolagem e aterrissagem vertical (eVTOL, na sigla em inglês), mais popularmente conhecidas como táxis voadores, estão finalmente levantando voo – e com eles a mobilidade aérea mais sustentável. No próximo ano devemos assistir a vários voos de teste para obter a certificação comercial até 2024. A startup Joby Aviation, que comprou a divisão de táxis voadores da Uber, tem planos de construir eVTOLs com alcance de 242 quilômetros. A alemã Volocopter anunciou voos para Roma já em 2024, assim como um serviço de táxi aéreo nos Jogos Olímpicos de Paris. A Embraer pode se tornar um dos players mais importantes: através de sua subsidiária Eve, a companhia fechou acordo para produzir soluções eVTOL na Escandinávia. Lilium, eHang e Vertical Aerospace são outras companhias a explorar o segmento que vai crescer 30% ao ano, em média, e atingir valor global de US$ 4 bilhões até 2030.

Drones de entrega

A regulação em torno do uso comercial de drones retardou seu avanço. Mas a partir de 2022, eles devem levantar voo e provavelmente cumprir a projeção de fazer 80% das entregas, feita pela McKinsey, e se tornar um elemento chave na entrega de última milha. A irlandesa Manna entrega livros, refeições e remédios na região de Galway, mas quer levantar US$ 100 milhões até o próximo ano para expandir seus serviços na Irlanda e Reino Unido. Wing, empresa da Alphabet, está fazendo testes nos EUA, Austrália e Finlândia. A ideia é expandir seu serviço de entrega de compras. A búlgara Dronamics anunciou que usará seus drones para transportar cargas entre 39 aeroportos europeus. Haverá espaço no céu para tantos objetos voadores?

Supersônicos mais silenciosos

Por mais de 50 anos, os cientistas veem buscando formas de reduzir a intensidade do estrondo de aeronaves supersônicas. Mas com a computação quântica, foi possível executar as simulações para testar as novas teorias de redução de ruído. Em 2022, o X-59 da NASA fará seu primeiro voo teste em terra (o Concorde, primeiro e único avião comercial supersônico do mundo, só tinha permissão para viajar mais rápido sobre o oceano). O que se espera é a Quiet Supersonic Technology atinja 75 decibéis percebidos, equivalente a um “baque” sônico. Se der certo, a NASA espera que os reguladores possam suspender a proibição de voos supersônicos comerciais por terra – dando início a uma nova era na aviação.

Turismo espacial

Depois de um ano marcado pela corrida espacial dos bilionários, 2022 deve trazer um crescimento da indústria agregada a essa nova fase do turismo espacial. Virgin Galactic, Blue Origin e SpaceX vão transportar mais turistas do que astronautas treinados. A Virgin, de Richard Branson, tem uma lista de espera de 700 nomes (a viagem custa US$ 450 mil por pessoa) e está modificando sua aeronave para torná-la mais forte e só deve retomar as viagens no segundo semestre. A Blue Origin, de Jeff Bezos, que já levou até o Capitão Kirk (William Shatner) de “Star Trek” ao espaço, tem planos para mais voos, mas não anunciou datas. E a SpaceX, de Elon Musk, está fazendo a ponte aérea entre a Estação Espacial Internacional (ISS). A NASA já anunciou que seus astronautas voltarão a pisar na Lua em 2025. Mas até lá, a China acelera seu programa e investe m ais em tecnologia.

Computação quântica

A computação quântica está chegando. Já está entre nós, mas ainda há muita discussão sobre os usos comerciais que fariam com que seu impacto chegasse aos meros mortais. Uma medida da capacidade de um computador quântico é seu número de qubits. Uma equipe chinesa construiu um computador com 66 qubits. A IBM espera atingir 433 qubits em 2022 e 1.000 até 2023. Mas as máquinas existentes têm uma falha fatal: os delicados estados quânticos dos quais dependem duram apenas uma fração de segundo. Consertar isso levará anos. Uma meta mais valiosa, segundo alguns especialistas, seria que a nascente indústria quântica – que deve atingir US$ 1,8 bilhão em 2026 – alcance um ponto de se transformar em utility, ou seja, aplicação para os mais variados fins – transformando profundamente todos os segmentos e ajudando a criar novos materiais, segundo relatório do CB Insights.

Vacinas para HIV e malária

O sucesso impressionante das vacinas contra o coronavírus com tecnologia mRNA inaugurou uma era de ouro para o desenvolvimento de vacinas. A Moderna está desenvolvendo uma vacina contra o HIV que entrou em testes clínicos em estágio inicial em 2021 – e os resultados preliminares são esperados para 2022. A BioNTech, que desenvolveu a vacina contra Covid-19 conjuntamente com a Pfizer, está trabalhando em uma vacina para malária, com testes clínicos previstos para começar no ano que vem. As vacinas para ebola, HIV e malária, desenvolvidas na Universidade de Oxford, também são promissoras.

Agricultura vertical

Já é uma realidade, inclusive no Brasil, mas essa tendência vai crescer muito mais, especialmente em áreas urbanas. Fazendas verticais cultivam plantas em bandejas empilhadas em um ambiente fechado e controlado. Algumas já cultivam tomates, pimentas e frutas vermelhas. Quanto mais próximas do cliente, ou seja, mais próximas de grandes centros urbanos, menores os custos de transporte e redução de emissões. Os custos de energia são menores graças à iluminação LED eficiente e o uso de água é minimizado. Sem insetos, tudo controlado, pouco desperdício. A Jones Food Company está construindo a maior fazenda vertical do mundo no Reino Unido, que será inaugurada em 2022. A norte-americana AeroFarms abrirá sua maior fazenda vertical em Virgínia. Outras empresas também estarão se expandindo. A Nordic Harvest ampliará suas instalações (que contam com robôs para manutenção) nos arredores de Copenhague e construirá uma nova em Estocolmo.

Carne, frango e peixe artificiais

De acordo com um relatório do Market Study Report, o tamanho do mercado global de alimentos e bebidas à base de plantas foi avaliado em US$ 42,2 bilhões em 2020, e deve atingir US$ 81,6 bilhões em 2028, crescendo a uma taxa composta de 8,71% durante o período. Outro estudo da Bloomberg Intelligence aponta um crescimento mais modesto, de até 7,7% até 2030, porém atingindo um valor de mais de US$ 162 bilhões. Nessa praia estão nadando empresas como a Next Gen, do brasileiro André Menezes, que opera em Cingapura. Em outra fronteira, o mercado de carne cultivada – que inclui também peixes – está crescendo: em 2020, os investidores injetaram mais de US$ 1,2 bilhão em startups em todo o mundo trabalhando em carne cultivada em células e outras alternativas de carne em cultura em células. Neste ano, os VCs apostaram outros US$ 913 milhões no setor, segundo dados da Crunchbase. Cerca de 70 empresas estão “cultivando” carnes em biorreatores. Células retiradas de animais, sem prejudicá-los, são nutridas em sopas ricas em proteínas, açúcares, gorduras, vitaminas e minerais. A startup norte-americana Eat Just tornou-se a primeira empresa certificada a vender seus produtos, em Cingapura, no ano passado. A startup israelense SuperMeat espera obter a aprovação para as vendas comerciais de hambúrgueres de frango cultivados. A Finless Foods espera obter aprovação para vender atum cultivado (leia entrevista com o CEO e cofundador Michael Selden). Bacon, peru e outras carnes cultivadas estão em preparação. Todas essas alternativas têm uma pegada de carbono muito mais reduzida.

Casas impressas em 3D

A tecnologia que vinha sendo usada para criar modelos expandiu-se para a construção e é considerada uma virada de chave no modelo tradicional do setor. Construir casas e edifícios em 3D pode ser uma operação feita em fábrica, com várias peças sendo transportadas e montadas, ou mesmo no local. A startup Mighty Buildings concluirá o desenvolvimento de 15 casas ecológicas impressas em 3D em 2022. A Icon planeja começar a construir uma comunidade de 100 casas impressas em 3D perto de Austin, o que seria o maior empreendimento desse tipo.

Implantes ósseos impressos em 3D

O desenvolvimento de tecnologias para criação de órgãos artificiais vem sendo perseguido há um bom tempo por cientistas – e a impressão 3D de materiais biológicos só engrossou essa vertente. Em algum momento, espera-se que ao tirar algumas células de um paciente, os cientistas sejam capazes de criar órgãos totalmente funcionais para transplante, eliminando o risco de rejeição e as longas listas de espera. A NASA estaria perto de imprimir órgãos no espaço, no caso um tecido vascularizado que poderia sobreviver por 30 dias. Mas é nos ossos impressos em 3D que o avanço tem sido rápido: já no ano que vem, startups como Particle3d e A.D.A.M. esperam ter ossos impressos disponíveis para implantação. Essas empresas usam minerais à base de cálcio para imprimir seus ossos, que são feitos sob medida com base em exames de TC de pacientes. Os ensaios do Particle3d em porcos e camundongos descobriram que a medula óssea e os vasos sanguíneos cresceram em seus implantes em oito semanas. A.D.A.M. diz que seus implantes impressos em 3D estimulam o crescimento ósseo natural e se biodegradam gradualmente, sendo eventualmente substituídos pelo tecido ósseo do paciente.

Interfaces cerebrais

Em abril de 2021, Elon Musk tuitou que um macaco estava “literalmente jogando um videogame telepaticamente usando um chip cerebral”. Sua empresa, a Neuralink, implantou dois minúsculos conjuntos de eletrodos no cérebro do macaco. Os sinais desses eletrodos, transmitidos via WiFi e decodificados por um computador permitiram ao macaco mover a raquete na tela em um jogo de Pong usando apenas o pensamento. Em 2022, a Neuralink

espera testar seu dispositivo em humanos, para permitir que pessoas paralisadas operem um computador. Outra empresa, a Synchron, cuja prótese neural é inserida no cérebro por meio de vasos sanguíneos no pescoço, já recebeu aprovação para iniciar os testes em humanos. Além de ajudar pessoas com paralisia, o Synchron também está procurando outros usos, como diagnóstico e tratamento de doenças do sistema nervoso, incluindo epilepsia, depressão e hipertensão. Na Universidade de Stanford, uma equipe de pesquisadores criou uma tecnologia de interface cérebro-computador que permite a um paciente digitar com velocidade usando apenas seu cérebro. Há quem diga que isso nos aproxima do momento em que será possível saber o que estamos pensando. A biotecnologia pode ser a próxima grande ondas, dizem os cientistas.

Tecnologia do sono

Crescendo a uma taxa composta de 14,5% entre 2020 e 2030, a receita do mercado global de dispositivos de tecnologia do sono deve chegar a quase US$ 50 milhões em 2030. O crescimento seria resultado de crescentes distúrbios do sono, como insônia, apneia do sono e parassonias, entre outras. Mas também da onda que tomou conta do Vale do Silício, com profissionais tentando maximizar sua produtividade e, por consequência, otimizando seu sono com novas tecnologias. Bandanas, anéis e relógios que registram e rastreiam a qualidade do sono, aparelhos de som suaves, dispositivos para aquecer e resfriar colchões e despertadores inteligentes que tocam no momento certo. O Google lançou um tablet que monitora o sono em 2021, e a Amazon deve fazer o mesmo em 2022. O que o Vale do Silício faz hoje, todo mundo geralmente acaba fazendo amanhã, portanto esse mercado pode crescer mais rápido do que o esperado. Uma dica científica? Se possível, ir dormir entre 22h e 23h, considerado o melhor horário para manter seu coração saudável e livre de doenças, segundo um estudo recente.

Nutrição personalizada

As evidências contra a crença de que um tipo de dieta pode ser aplicado a milhares de pessoas são enormes – o que eleva o credo de que as dietas não funcionam. Cada indivíduo possui seu metabolismo único, por isso as escolhas alimentares precisam ser personalizadas. Para além dos profissionais do setor, a tecnologia está trazendo aplicativos que indicam o que comer e quando. Usando algoritmos de aprendizado de máquina, testes de sangue e microbioma intestinal, dados sobre fatores de estilo de vida, como exercícios, e rastreamento em tempo real dos níveis de açúcar no sangue via dispositivos do tamanho de uma moeda fixados à pele, fazem esse trabalho. As empresas de nutrição personalizada estão de olho em outros mercados em 2022. Algumas também buscarão aprovação regulatória como tratamentos para doenças como diabetes e enxaqueca.

Rastreadores de saúde vestíveis

2020 foi o ano em que as consultas médicas por videoconferência ou plataformas digitais tornaram-se mais comuns. Isso acelerou as perspectivas de rastreadores de saúde vestíveis (wearables), como o Fitbit ou o Apple Watch (a próxima versão pode incluir novos sensores capazes de medir os níveis de glicose e álcool no sangue, junto com a pressão arterial e a temperatura corporal). Mas a linha entre o consumidor e o uso médico de tais dispositivos está agora se confundindo, segundo o Gartner. Os relógios inteligentes devem chegar a quase US$ 6 bilhões este ano, ante US$ 4,7 bilhões em 2020. Gastos globais com dispositivos vestíveis devem crescer 18,1%, totalizando US$ 81,5 bilhões em 2021. A startup Rockley Photonics, que fornece tecnologia de sensores, chama seu sistema de “clínica do pulso”. A aprovação regulamentar para tais funções pode demorar um pouco, mas enquanto isso os médicos, não apenas os usuários, estarão prestando mais atenção aos dados dos wearables.

Academias de ginástica RV

A pandemia evidenciou a necessidade de pensar de forma digital na hora de fazer exercícios físicos. Os fones de ouvido e os óculos de Realidade Virtual (VR) permitem que as pessoas tenham a sensação de estarem no meio de uma quadra ou academia fazendo exercícios. Os softwares de treinos em VR devem ser melhorados em 2022. O aplicativo Supernatural, que está disponível no mercado norte-americano, deve ser lançado na Europa. A Meta (antigo Facebook) está comprando a Within, criadora do Supernatural. Aguarde novidades para o metaverso.

O metaverso

Há uma crença fermentando: a de que o metaverso será a nova Internet. Se a tese se confirmar, quem irá dominá-la? Surgirão novas BigTechs ou a hegemonia existente continuará? Em 2022, a fusão de games, redes sociais e entretenimento para criar experiências novas e envolventes, inclusive no trabalho, levarão à expansão de um novo mercado e novos negócios. A Microsoft já anunciou planos de metaverso para jogos como Halo e Minecraft e em apps como Xbox. Roblox está construindo um metaverso em torno de seus jogadores. Fortnite, idem. São todos degraus para um novo meio emergente. E vale reforçar que o Facebook mudou sua estrutura, criando uma companhia guarda-chuva chamada Meta para abrigar Facebook, Instagram e WhatsApp, assim como o Google fez com Alphabet.

Influenciadores virtuais

A explosão do fenômeno TikTok alavancou a exposição de influenciadores e movimentou o mercado de marketing digital de influencers. Para as marcas, porém, sempre há o risco de que o influenciador da moda hoje seja cancelado amanhã. Por isso, o apelo dos influenciadores virtuais. São personagens gerados por computador que falam de produtos no Instagram, Facebook e TikTok, da mesma maneira que um humano faria. A mais conhecida é Miquela Sousa, ou “Lil Miquela”, uma fictícia brasileira-americana de 19 anos com 3 milhões de seguidores no Instagram – cujo sucesso fez com que a companhia redefinisse sua imagem e rumos. Com US$ 15 bilhões previstos para serem gastos no marketing de influenciadores em 2022, os influenciadores virtuais estão proliferando. Criada pela agência de marketing Cosmiq Universe, Aya Stellar é uma viajante interestelar que pousará na Terra em fevereiro. Ela já tem um canal com músicas e mensagens no YouTube.

FONTE: https://theshift.info/hot/tendencias-e-tecnologias-emergentes-que-vao-dominar-2022/