Telha fotovoltaica será testada na Universidade Federal de Santa Catarina

Lançada pela Eternit em 2019 telha ainda é produzida em pequena escala, mas deve chegar ao mercado em 2020

A Eternit está preparando a ampliação da produção industrial da primeira geração de telhas fotovoltaicas do Brasil. Os produtos capazes de transformar a luz em energia elétrica foram apresentados em agosto de 2019 e ainda são produzidos em pequena escala para testes laboratoriais e parcerias em andamento.

Testes avançados de durabilidade e exposição ao ar livre do novo produto que serão realizados no laboratório solar da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), referência em estudos de aplicação da energia solar. A expectativa é que o produto seja instalado em projetos-piloto ainda no segundo trimestre desse ano.

O modelo fotovoltaico em concreto já foi aprovado pelo Inmetro e ganhou o nome de Tégula Solar. Um outro modelo, em fibrocimento, está em fase final de desenvolvimento e vai se somar a nova linha fotovoltaica da marca – a Eternit Solar.

“Tivemos uma repercussão muito positiva de potenciais parceiros e consumidores e as perspectivas são muito boas para a futura comercialização das telhas solares, prevista para o segundo semestre deste ano”, conta o presidente do Grupo Eternit, Luís Augusto Barbosa. “A nossa fábrica em Atibaia-SP terá capacidade para produzir cerca de 90.000 telhas solares por mês”.

Sobre a nova parceria, Barbosa explica que a Eternit tem todo o interesse em firmar acordos de cooperação com instituições do setor fotovoltaico a fim de levar a melhor solução para o mercado com produtos inovadores, de qualidade e credibilidade.

Parceria com Universidades

O laboratório solar da UFSC fará a avaliação das telhas fotovoltaicas em concreto em diversos aspectos como produção de energia, rendimento, sujidade, perdas e segurança. A Tégula Solar já foi aprovada em todos os testes do Inmetro e passará pela última fase de avaliação antes de chegar ao mercado.

“A Universidade Federal de Santa Catarina tem um laboratório de sistemas fotovoltaicos que é referência no Brasil e que nos permitirá estudar o funcionamento do produto em condições reais de utilização”, explica o gerente de Desenvolvimento de Novos Negócios da Eternit, Luiz Antonio Lopes. “Teremos o resultado dos testes daqui a dois ou três meses. O objetivo é comprovar o desempenho e a durabilidade dos produtos quando submetidos à exposição ao ar livre em ambiente litorâneo, garantindo uma vida útil acima de 20 anos”.

“Um produto novo como a telha solar necessita passar por uma série de testes de desempenho, durabilidade e conformidade antes de ir para o mercado. Nosso laboratório está empenhado em dar o suporte científico e tecnológico que a Eternit necessita para desenvolver esta linha de produtos”, comenta o coordenador do laboratório solar da UFSC, professor Ricardo Rüther.

A Eternit conta ainda com o Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da Universidade de São Paulo (USP) como aliada na evolução do projeto e com uma parceria privada para o fornecimento dos inversores, que são a interface entre as telhas e a instalação elétrica da edificação. Em paralelo, a empresa pretende buscar certificações em laboratórios internacionais para facilitar a participação em mercados externos.

Foto: Divulgação | Eternit

Informações técnicas 

Cada telha fotovoltaica em concreto tem potência de 9,16 Wp e mede 365 x 475 mm. A capacidade de produção média mensal de uma única telha é de 1,15 kilowatts hora por mês (kWh/mês), com possibilidade de residencial, comercial e industrial.

A estimativa é que essa tecnologia permita uma economia de entre 10% e 20% no valor total da compra e da instalação das telhas fotovoltaicas, em relação aos módulos solares e às estruturas convencionais montadas em cima de telhados comuns.

O número de telhas fotovoltaicas necessário para uma residência depende da quantidade de energia que se deseja produzir, da localização do imóvel, inclinação e orientação com relação ao sol, entre outros fatores.

Uma residência pequena pode ter em torno de 100 a 150 telhas fotovoltaicas de concreto. Casas de médio e alto padrão, de 300 a 600 unidades ou mais. O restante do telhado é feito com telhas comuns, com mesmo material e medidas, garantindo a melhor estética do telhado.

FONTE: CICLO VIVO