Tecnologias emergentes: sua empresa está preparada?

Ainda é alto o nível de desconhecimento das organizações sobre ferramentas digitais disruptivas no Brasil

A Deloitte realizou, no final de 2017, a pesquisa “Agenda 2018”, com 750 empresas que atuam no Brasil, com o objetivo de avaliar o cenário que visualizam para o novo ano na economia e nos negócios.

O resultado revelou otimismo, com a expectativa de crescimento de vendas, receitas e investimentos, além da crença na retomada da atividade econômica no País. No entanto, ao mesmo tempo em que ressalta a intenção de lançar novos produtos ou serviços e substituir máquinas e equipamentos, a maioria dos respondentes demonstrou desconhecimento relativo sobre movimentos de transformação digital.

Mais de um terço das organizações entrevistadas desconhece algumas das principais tecnologias disruptivas, como a Internet das Coisas ou a impressão 3D. No entanto, muitas novas tecnologias devem receber investimentos das organizações nos próximos dois anos. As empresas participantes da pesquisa afirmam investir, em média, 3% do faturamento em tecnologia, o que representa um total de mais de R$ 58,9 bilhões em aportes nessa área – investimento que deve crescer gradativamente ao longo dos próximos anos.

A transformação digital nas empresas pode envolver desde projetos de automação de processos até a oferta de serviços digitais, sem que isso represente, necessariamente, um aumento proporcional dos custos. A meta das empresas de ampliar a capacidade de inovação deve incluir investimentos em, por exemplo, a análise complexa de dados e sistemas distribuídos (como o blockchain).

“Essas inovações estão transformando o ambiente dos negócios, mas é importante lembrar que os empresários têm de buscar o quanto antes o devido entendimento sobre as novas técnicas. A busca por produtividade vai elevar a eficiência das cadeias produtivas do País, tornando o Brasil mais competitivo no comércio internacional. A digitalização extingue barreiras geográficas e facilita o mercado ao acesso global”, comenta Márcia Ogawa, sócia-líder para a indústria de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da Deloitte.

Consumidor “phygital”

A necessidade de se adaptar a tecnologias, processos e interações que trazem disrupturas severas permeia hoje todos os setores da economia, a começar pelo próprio varejo, no qual se evidencia um consumidor que não encontra mais fronteiras entre os meios físico e digital no momento de realizarem suas compras.

A experiência de consumo neste Natal evidenciou essa tendência. Ao final de cada ano, as expectativas de gastos com o Natal são compiladas em pesquisas que revelam informações sobre a jornada de compra dos brasileiros. Também são divulgadas estratégias e perspectivas das empresas em relação ao ano que se iniciará. Consequentemente, dados comportamentais são revelados. É possível observar como consumidores e empresários vêm respondendo às novas soluções decorrentes das transformações digitais.

De acordo com uma pesquisa da Deloitte sobre consumo nas vésperas do último Natal, em que mil consumidores foram entrevistados em todo o Brasil, os canais de comércio online são preferência de praticamente metade dos brasileiros. O comportamento denominado “phygital”, que significa a capacidade de transitar entre os universos online e físico em uma mesma jornada de compra, já é uma realidade no País.

Como explica Reynaldo Saad, sócio-líder da Deloitte para o atendimento às empresas de bens de consumo e varejo, o consumidor está mais exigente e o cenário requer adaptação dos varejistas: “essa jornada de compra do consumidor reflete todo o processo de busca por um determinado produto, passando pela pesquisa de preço, opiniões, pagamento e recebimento do item adquirido. Para cada etapa desse processo de compra, o consumidor brasileiro indica um canal diferente como preferência, caracterizando-se como “phygital” – daí a necessidade de o varejista investir na melhor integração possível entre esses canais”.

FONTE: Deloitte –  em 29 de Dezembro de 2017