Tecnologias disruptivas fazem parte da estratégia de transformação de custos

A redução estratégica de custos ainda é uma meta importante para as empresas, mas elas também estão atentas à necessidade de alinhar esse desafio à adoção de soluções digitais para transformar suas operações

A redução estratégica de custos continua sendo um imperativo nas empresas de todo o mundo. Ao mesmo tempo, existe a percepção de que é preciso investir em novas tecnologias disruptivas e soluções digitais para promover a expansão dos negócios, e essas duas frentes – a de diminuição de custos e também a de transformação – estão cada vez mais relacionadas.

No estudo Global Cost Survey 2019, realizado pela Deloitte com 1.200 executivos, 71% dos respondentes mencionaram que pretendem tomar medidas para diminuir custos nos próximos 24 meses. Ainda assim, a pesquisa constatou que as taxas de sucesso dos programas de redução de custos são muito baixas, de forma que 81% das organizações não atingiram suas metas de redução. Entretanto, a pesquisa indica uma tendência na forma de pensar dos executivos, saindo do“save-to-grow” (economizar para crescer) para o “save-to-transform” (economizar para transformar). Essa mudança de pensamento pode ser um catalisador para que as empresas abracem a ruptura digital de vez, aliando a redução de custos à transformação e expansão.

“As empresas buscavam capturar eficiências e utilizar os recursos para desenvolver ações de aumento de receita em um momento em que a economia estava em dificuldades. Essas ações continuam sendo importantes, mas vêm acompanhadas agora de uma tendência forte de implementação de novas tecnologias e capacitação digital para transformação de toda a cadeia de valor de suas operações”, afirma Caroline Yokomizo, diretora de Strategic Cost Transformation da Deloitte. Dentre as principais tecnologias mencionadas pelo estudo, destacam-se as soluções de Cloud, Business Intelligence, Automação e Robotics Process Automation, além de soluções de inteligência artificial e cognitivas. Grande parte dessas soluções é implementada visando redução de custos, aumento de produtividade e segurança da informação.

De acordo com a pesquisa, as empresas reconhecem que a disrupção  digital é o principal fator externo de risco para os negócios. Elas pretendem ampliar a implementação de novas tecnologias não apenas para otimizar os recursos, mas também para sofisticar suas práticas de gestão e transformação de custos.

Já no caso das empresas brasileiras, estas ainda não enxergam o risco da disrupção digital de maneira tão forte quanto as empresas de outras regiões. Esse item aparece somente como a terceira maior ameaça externa, atrás de flutuações de câmbio e de preocupações com a macroeconomia. “Trata-se de um reflexo da própria maturidade do mercado e do momento atual, de retomada da economia de maneira mais lenta do que esperado”, explica Caroline Yokomizo.

FONTE: VALOR