TECNOLOGIA Realidade virtual em prol de idosos com demência

Dispositivo de realidade virtual visa dar a pessoas que sofrem com a perda progressiva de memória a oportunidade de reviver momentos felizes

Projeto funciona a partir de um celular e um óculos de realidade virtual de papelão (Foto: Wayback)

Elspeth Ford, de 79 anos, mora na Langham Court, uma casa de repouso para pessoas com demência, em Londres. Ela participa do teste de um projeto de realidade virtual chamado Wayback, que foi especialmente criado para pessoas que, assim como ela, sofrem com a perda progressiva da memória. Com um celular e um óculos de realidade virtual feito de papelão, Elspeth é transportada temporariamente para 2 de junho de 1953, quando ocorria uma festa de rua por conta da coroação da rainha.

Este é o primeiro de uma série de filmes de realidade virtual em momentos históricos. O Wayback está disponível gratuitamente para pacientes com demência, seus familiares e cuidadores para que possam aproveitar juntos a experiência.

“Isso deu à mamãe um grande prazer. Ela estava imersa nisso e isso a levou a tempos de memórias felizes”, disse Camilla Ford, filha de Elspeth.

Dan Cole, um dos criadores, do projeto diz que “se o filme puder abrir memórias, começar uma conversa e trazer um sorriso, ele é um sucesso”.

A ideia veio logo após uma volta de carro perto de Camden, no norte de Londres. O pai de Cole estava, na época, nos primeiros estágios do Alzheimer. Ele reconhecia lugares e contava histórias que viveu naquele lugar. O filme foi feito em dois dias em uma rua no norte de Londres com um elenco voluntário com roupas e adereços da época. O pai, que morreu há três anos, está entre os homenageados no final do filme.

“Wayback oferece a oportunidade de viver o momento, de voltar no tempo e de apenas ‘ser’ de novo e de se sentir validado. O maior risco de alguém viver com demência é perder a autoestima, de sentir que não está conectado”, diz David Sheard, especialista em demência.

FONTE: Opinião & Notícias