A era pós-pandemia já indica novos contornos para o cenário empreendedor. Tendências que começamos a ver no ano passado com as regras impostas pelo isolamento social se alastraram e devem se perpetuar em várias frentes, dando força especialmente para empresas que atuam em setores como as edtechs (startups focadas em educação online), delivery, e-commerce, healthtechs (do ramo de saúde) e logística. Ao contrário de outros setores da economia real, tais vertentes tiveram grandes oportunidades de negócio em 2020 e devem permanecer sob os holofotes.
Um nicho que aponta como promissor para os próximos anos dentro do segmento das healthechs – e que foi catalisado também pela pandemia – é o das chamadas femtechs. O termo designa as startups voltadas para o desenvolvimento de soluções tecnológicas para a saúde feminina, desde aplicativos de controle de fertilidade, a serviços de monitoramento remoto de gestação e fisioterapias.
Segundo um levantamento da consultoria Emergent Research, o segmento movimentou US$ 18,75 bilhões em 2019 e deve atingir US$ 60 bilhões até 2027 no mundo, crescendo a uma taxa de 15,6% ao ano.
Dois grandes motivos ajudam a impulsionar o setor. O primeiro deles foi a necessidade crescente durante a pandemia de serviços ou sistemas que ajudassem a apoiar mulheres – grávidas ou não – a manter acompanhamento clínico e remoto de saúde. Da mesma forma aparecem os aplicativos para rastreamento e monitoramento de fertilidade, monitoramento de gestação e soluções para tratamento doméstico.
A norte-americana Athena, por exemplo, é uma das empresas que desenvolvem tecnologias que atuam em sistemas de fisioterapia feminina. Entre seus produtos está um estimulador pélvico sem fio para tratar e prevenir incontinência urinária e que observa como promissor o cenário de negócios.
Outro nicho de grande potencial para as femtechs, segundo o levantamento, está em soluções que auxiliem a mulher a realizar seus planos de vida mesmo com o avanço do relógio biológico. Isso porque mais mulheres passaram a reprogramar seus planos de crescimento da família para a fase pós-pandemia.
Segundo dados do Instituto Guttmacher obtidos em uma pesquisa com 2 mil mulheres durante o ano passado, 1 em cada 3 mulheres decidiram adiar os planos de engravidar para a fase pós-pandemia. Assim, a demanda por escaneamento de embriões, armazenamento de ovos, técnicas de reprodução, entre outros segmentos, também ganham espaço de atuação para as femtechs.
O segmento de aplicativos para gravidez e amamentação, que já detinha uma fatia de 40,2% de participação, devem dominar o mercado nos próximos anos, mas com avanço notável também em tecnologias de diagnóstico e tratamento precoce de doenças.
Por fim, vale observar que o segmento ainda é dominado por poucos players. Não só os dados delineiam boas chances de negócio, mas também as informações trazidas pela consumidora de produtos de saúde. Novos hábitos de tratamento, atendimento e cuidados foram desenvolvidos nesses meses de isolamento social e devem persistir nessa fase pós-pandemia. Quem estiver pronto para ouvir as demandas e desenvolver seus produtos em torno dessa nova consumidora da áreas de saúde têm as maiores chances de sair na dianteira desta corrida por novas oportunidades.
FONTE: https://www.forbes.com.br/forbes-collab/2021/01/tecnologia-em-favor-da-mulher-a-vez-das-femtechs/