Tecnologia digital avança no país com lançamento do AI2

Instituto de Inteligência Artificial lançado na Unesp visa atender projetos acadêmicos e também demandas da iniciativa privada

Foi lançado no final de fevereiro, em cerimônia realizada no Núcleo de Computação Científica (NCC) da Unesp, no campus Barra Funda, o AI2 (Advanced Institute for Artificial Intelligence). Trata-se de um pioneiro instituto nacional de fomento às áreas de inteligência artificial, aprendizado de máquina, big data e robótica, entre outros.

Pesquisadores das maiores universidades do país estão envolvidos no projeto, cujo intuito é atender tanto interesses acadêmicos de pesquisa, como demandas da iniciativa privada. O AI2 servirá como facilitador e fomentador do desenvolvimento de projetos inovadores que utilizam os avanços da tecnologia digital para promover ações de impacto socioeconômico.

Os projetos a serem envolvidos devem atender, ao mesmo tempo, o interesse da iniciativa privada e do meio acadêmico, procurando trazer benefícios diretos ou indiretos para a sociedade e influenciar a criação de políticas públicas para o desenvolvimento da área.

Na prática

O professor Sérgio Novaes, 63 anos, professor titular da Unesp, bacharelado e doutorado na USP e pós-doutorado em Berkley, nos Estados Unidos, é uma das cabeças envolvidas no projeto.

“Queremos servir como facilitadores e fomentadores da criação de grupos de pesquisa, e possivelmente startups, que estejam envolvidas com a chamada Digital Social Innovation, atividades inovadoras que utilizam os avanços da tecnologia digital para promover ações com relevância e impacto socioeconômicos. Nossa ideia é desenvolver projetos complexos e relevantes que envolvam a pesquisa acadêmica e que, ao mesmo tempo, contemplem os interesses da iniciativa privada, gerando frutos para a sociedade, quer sob a forma de novas atividades econômicas ou influenciando políticas públicas”, afirma.

Para ele, a proposta é inovadora sob o ponto de vista de interação público-privado, na forma de financiamento, na escolha da temática de pesquisa e no espírito inclusivo e cooperativo envolvendo de espaços de coworking integrados em diversas ICT’s. “Acredito que seja ainda muito cedo para avaliar o real impacto do AI2”, pondera Novaes.

De acordo com o professor, o AI2 terá autonomia absoluta no direcionamento de seus esforços. “Os projetos serão priorizados por um comitê técnico científico que deverá examinar não apenas a sua relevância científica, mas também o seu impacto socioeconômico e aspectos éticos envolvidos. Os projetos deverão atender, ao mesmo tempo, os interesses acadêmicos e empresariais, mas acima de tudo os interesses da sociedade”, garante.

Opinião corroborada

Outros professores e pesquisadores integrantes do projeto compartilham das mesmas expectativas. É o caso de Gustavo Meirelles, 43 anos, gestor médico de radiologia, estratégia e inovação do grupo Fleury. Para ele, o AI2 vem exatamente para suprir uma notória carência neste âmbito.

“Como não percebo uma política de investimentos em inteligência artificial, acho que o AI2 pode ser extremamente importante para agregar conhecimentos e experiências diferentes de empresas públicas, privadas e instituições de ensino e pesquisa. A ideia é ter um grupo representativo reunindo o que há de melhor em todas estas instituições e auxiliar no posicionamento do Brasil em iniciativas na área de inteligência artificial”, afirma.

Já para o professor titular do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP de São Carlos, André Carlos Ponce de Leon Ferreira de Carvalho, 53 anos, os benefícios do trabalho e das pesquisas do instituto terão impacto direto em forma de benefícios para a sociedade.

“Podemos citar a melhoria na qualidade e alcance da saúde e da educação, definição de melhores políticas públicas de desenvolvimento urbano, fortalecimento das empresas nacionais, ganhando mercados no exterior e gerando empregos de melhor qualidade”, finaliza Carvalho.

FONTE: SÃO PAULO.SP