Tecidos inteligentes e co-criação nas coleções: a moda do século XXI

Conheça a Horvath, startup que usa a nanotecnologia e têxteis para transformar tecidos normais em “super-tecidos”, e a OneLady, onde as coleções são co-criados pela empresa e mulheres que se identificam com o propósito da marca

Praticidade, personalização e consumo consciente são palavras-chave para entender a nova classe consumidora e, consequentemente, as mudanças no mercado. O Beauty & Fashion Day, evento realizado pela StartSe neste sábado, contou com a presença de Newton Bueno, executivo-chefe de operações da Horvath. A startup de nanotecnologia e têxteis foi fundada em 2015 por Luciano Bueno, no Vale do Silício, nos Estados Unidos, para transformar tecidos normais em “super-tecidos”, resistentes a manchas, odores e amassos. A empresa recebeu investimento de Tim Draper, um dos maiores investidores do Vale.

Newton, da Horvath, participou num painel com Delia Zefiro, fundadora e CEO da OneLady, empresa de moda feminina onde os modelos das coleções são co-criados pela empresa e mulheres que se identificam com o propósito da marca. Durante o painel, que foi mediado por Nathalia Medici, da StartSe, Newton contou a história da Horvath, que surgiu da inquietação do jovem Luciano Bueno, que se incomodava com o suor e manchas de comida em suas roupas. Viu que existia um comodismo na moda: não existia uma evolução no tecido compatível com a tecnologia, no sentido de criar novos tecidos, mais resistentes à sujeira.

A irmã de Luciano, Jess Martin, apostou que se eles criassem algo assim, abririam uma empresa juntos e disseminariam o conceito para mais pessoas. Os irmãos foram para o Vale do Silício, onde estudaram dia e noite sobre as possibilidades de resolver esse problema. Após meses lendo pesquisas de doutorado e estudos, encontraram na nanotecnologia uma solução para criar camisas resistentes a manchas, odores e amassos. A inovação chamou a atenção: a startup participou de eventos como SharkTank, Silicon Valley Fashion Week e South by Southwest (SXSW). “A camisa dura por volta de 30 lavagens, mas você lava muito menos porque ela não suja”, diz Newton.

O executivo fez uma rápida demonstração no palco do Beauty & Fashion Day. Munido de uma Pepsi e uma camisa Horvath, Newton derramou o líquido no tecido e…nada. O refrigerante deslizou pelo branco da camisa sem deixar vestígios e arrancou aplausos.

Delia, da OneLady, falou sobre o conceito de co-criação, o principal pilar da marca de moda feminina, onde os modelos das coleções são desenvolvidos pela empresa “em conjunto com mulheres reais e engajadas em impactar de forma positiva o mundo”. “Hoje, tudo da OneLady é fabricado no Brasil e o storytelling está em todo o processo. Além das peças serem co-criações, nós, por exemplo, compramos a seda de uma mulher que fabrica o tecido aqui no país”, diz a empreendedora. Delia também afirmou que as peças são produzidas de acordo com a disponibilidade e o momento da cocriadora, podendo ser finalizada em um curto período de tempo ou levar meses.

FONTE: StartSe