Talkdesk fecha ronda de 100 milhões. É o novo unicórnio nascido em Portugal

Marco Costa, diretor-geral da Talkdesk desde 2016.

Ronda liderada pela Viking Global avalia empresa em 1,2 mil milhões de dólares. Investimento vai servir para expansão comercial, desenvolvimento de produto e crescimento na Europa.

A Talkdesk é o mais recente unicórnio fundado por portugueses. Depois da Farfetch, em 2017, e da OutSystems, já este ano, a empresa fundada por Tiago Paiva e Cristina Fonseca fechou uma ronda de financiamento Series Bde 100 milhões de dólares e passa a estar avaliada em 1,2 mil milhões de dólares, o que a coloca na categoria de unicórnio.

Fundada em 2011, a empresa passa a ser a startup fundada por portugueses a atingir mais rapidamente esta valorização de animal imaginário: no caso da Farfetch, a empresa de José Neves fundada em 2007 atingiu o patamar em 2015, depois da última ronda de cinco rondas de financiamento em cinco anos, no valor de 86 milhões de dólares; já no caso da OutSystems, a empresa passou a ser avaliada em mais de 1.000 milhões a 5 de junho deste ano, depois de uma ronda de 360 milhões de dólares e 17 anos de história.

A ronda de 100 milhões — a maior de sempre numa empresa privada neste setor — foi liderada pela Viking Global — com experiência em levar as suas investidas até ao IPO —, e acompanhada pela DFJ, que já era investidor da Talkdesk e que investiu em empresas como o Twitter, o Tumblr e o Skype. O investimento vai servir para reforçar três eixos específicos, explica Marco Costa, diretor-geral da empresa, em entrevista ao ECO.

“O investimento vai servir para três áreas distintas: temos um plano ambicioso de chegar aos 1.000 engenheiros até 2020 e investir no produto; para expansão comercial, com a contratação de equipas de marketing; e numa terceira área, para reforçar a aposta no mercado europeu”, diz Marco Costa.

Com uma equipa de cerca de 400 pessoas espalhadas entre os dois escritórios norte-americanos — em São Francisco e Salt Lake City –, Lisboa e Porto, a empresa tem como objetivo manter o departamento de engenharia em Portugal. A última ronda de financiamento da Talkdesk tinha sido levantada há quatro anos, quando a empresa. De acordo com a Talkdesk, as receitas da empresa aumentaram 10 vezes em três anos.

A Talkdesk desenvolve software usado por empresas para os serviços de call center: as empresas usam a startup para criar centros com os quais os clientes podem comunicar para pedir assistência. As chamadas são depois encaminhadas para os serviços internos e bases de dados da empresa — Salesforce ou Zendesk, por exemplo — que informa a empresa sobre a informação relevante, orientando o cliente para o melhor serviço ou pessoa a contactar.

Com uma base de clientes assente em empresas dos Estados Unidos e da Europa — onde já tem mais de 40 clientes — a Talkdesk movimenta-se num mercado onde apenas 10% dos players apresentam soluções para a cloud. No entanto, o nicho do mercado, que vale 40 mil milhões de dólares no total, deverá crescer para 30% nos próximos anos.

FONTE: ECONOMIA