Streamings se juntam ao ‘blackout’ feito pela indústria da música

Ação tem como objetivo apoiar os protestos que tomaram conta dos Estados Unidos nos últimos dias

A indústria da música marcou para esta terça-feira (02) um “blackout” em apoio aos protestos que tomaram conta dos Estados Unidos após a morte de George Floyd por policiais em Minneapolis.

Organizada pelas executivas da música Jamila Thomas e Brianna Agyemang, a ação tem como objetivo pausar ou fechar atividades comerciais por 24 horas. “É um dia para uma conversa honesta, reflexiva e produtiva sobre quais ações precisamos tomar coletivamente para apoiar a comunidade negra”, diz um trecho do discurso presente no site da iniciativa, que recebeu o nome de #TheShowMustBePaused (O Show deve ser Interrompido, em tradução livre).

Empresas que controlam streamings ligados ao setor também aderiram ao movimento, mas estão participando de diferentes maneiras. O Spotify, por exemplo, trocou seu tradicional logo verde por um da cor preta. Além disso, o serviço vai mudar as imagens ilustrativas de suas playlists e podcasts mais “emblemáticos” por fotos em tons escuros. Por fim, vai acrescentar oito minutos e 46 segundos de silêncio às listas de reprodução – o mesmo período em que o policial Derek Chauvin se ajoelhou sobre o pescoço de George Floyd.

Apple Music cancelou a programação regular da rádio Beats 1 e está redirecionando os usuários para uma estação de streaming que celebra o melhor da “Black Music”. Além disso, em meio às músicas das listas de reprodução, haverá intervalos regulares explicando protestos e movimentos. Deezer e Tidal também tuitaram sobre o assunto.

Críticas

No entanto, alguns criticam o dia, dizendo que não aborda diretamente os protestos e o movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam, em tradução livre). O dono da Don Giovanni Records, Joe Steinhard, disse à Rolling Stone que o movimento é “mal organizado” e que as gravadoras devem apoiar iniciativas já existentes. Outros observam que a indústria está sacrificando pouco pelo dia de “apagão”.

Porém, em seu site, Thomas e Agyemang explicam que a iniciativa aborda a desigualdade do setor. “[É] uma indústria que lucrou predominantemente com a arte negra. É obrigação dessas entidades proteger e capacitar as comunidades negras. Esta não é apenas uma iniciativa de 24 horas. Estamos e estaremos nessa luta a longo prazo. Um plano de ação será anunciado”, descreve um comunicado na página inicial do endereço.

FONTE: olhardigital.com.br