Em uma notícia que pode interessar a pelo menos três pessoas do Olhar Digital, a startup norte-americana dNovo diz estar avançando em experimentos com o objetivo de desenvolver a cura para a calvície, usando células-tronco humanas em ratos e com resultados…estranhamente eficazes, se reais.
A empresa falou à Fortune que, embora ainda esteja a “anos de distância” para que a tecnologia esteja pronta para os seres humanos, a eficácia atingida em ratos é um indício de que a dNovo possa estar no caminho certo para a cura da alopécia, estampando um sorrido no rosto dos donos de “entradas capilares” e “penteados involuntários de frades franciscanos” pelo mundo.

A empresa, fundada pelo biólogo formado pela Universidade de Stanford, Ernesto Lujan, explica que o tratamento em questão “reprograma” células comuns do corpo – como células gordurosas ou do sangue -, transformando-as em novos folículos capilares.
Esses folículos, por sua vez, tomam o lugar dos folículos com os quais nascemos, produzindo cabelo onde, antes, as madeixas não passavam de meros “tufinhos” no melhor dos cenários.
“Nós estamos atualmente no estágio pré-clínico do desenvolvimento”, disse Lujan à Fortune. “Nós conseguimos resultados promissores em ratos e estamos bem empolgados com eles. Esperamos demonstrar a eficiência [da solução] durante testes clínicos humanos e tornar o nosso produto comercialmente disponível, mas neste momento, estamos em uma fase bastante primária do processo”.
Outra startup – Stemson Therapeutics – recebeu o valor de US$ 15 milhões (R$ 81,58 milhões) em julho de 2021 para desenvolver a cura para a queda de cabelo com – e estamos parafraseando aqui – “uma inovadora tecnologia de regeneração celular usando as células do próprio paciente para gerar novos folículos capilares”.
Notícias boas para quem sonha em um dia ser mais cabeludo que o Wolverine, da Marvel (a não ser Jeff Bezos, que aparentemente adotou o estilo “cosplay de Lex Luthor” por esporte – bilionários têm dessas coisas…).

Essas empresas se valem de um estudo de 2006, onde o pesquisador japonês Shinya Yamanaka, que tem doutorado em biologia humana e que já levou até um prêmio Nobel de Medicina em 2012, descobriu uma forma de transformar qualquer célula do corpo humano em células-tronco. Desde então, inúmeras empresas – incluindo a Stemson – estão tentando reproduzir o mesmo método para, veja só, tratar do sofrimento dos proprietários dos chamados “aeroportos de mosquito”.
A calvície é, há anos, um ponto de discussão acalorada na comunidade clínica. Até hoje, sua cura definitiva ainda não foi descoberta, e suas causas podem ser extremamente variadas – indo das mais tratáveis, como estresse, uso de cigarros e outros vícios; até as irreversíveis, como herança hereditária.
Entretanto, isso não impediu que diversos métodos de implantes tenham surgido para compensar a falta de, digamos, “folhagem no matagal capilar”. O problema: segundo o Manual do Homem Moderno, um transplante capilar custa, em média R$ 10 mil por sessão – contudo, esse valor é extremamente variável de acordo com o grau de calvície do paciente ou, como eu gosto de me referir, “quanto ar fresco bate no topo da sua cabeça sem resistência”.
Outras soluções envolvem o uso de medicamentos tópicos (aplicados na própria região) ou orais (comprimidos e líquidos “bebíveis”). Nomes como “Finasterida”, “Minoxidil” ou “Dutasterida”, no Brasil; ou “Nutrafol” e “Rogaine”, nos EUA, são muito comuns em farmácias e barbearias. Há também o uso de diversos shampoos que prometem ou acabar com a queda, ou revertê-la totalmente, mas a eficácia deles é variável demais para atestar qualquer resultado.
Piadas à parte, vale lembrar que dermatologistas em todo lugar recomendam que, antes de qualquer tomada de ação, você consulte um profissional médico (o termo exato é “tricologista”, mas dermatologistas conseguem fazer essa análise e dar o devido encaminhamento).
FONTE: https://olhardigital.com.br/2022/01/19/ciencia-e-espaco/startups-prometem-avancos-em-experimentos-para-curar-a-calvicie/