30 startups para você ficar de olho em 2018

CargoX é única brasileira na lista feita pela CB Insights

OS “GAME CHANGERS” SELECIONADOS PELA CB INSIGHTS (FOTO: DIVULGAÇÃO)

No meio de tantas startups que surgem todos os dias, quais realmente podem mudar o mundo? Difícil saber. Mas a empresa de inteligência de mercado CB Insights fez suas apostas. O relatório “Game Changers 2018”, elaborado pela companhia, traz 30 negócios que, apesar de novos, têm um grande potencial de transformar seus setores. São empreendimentos em neurotecnologia, inteligência artificial, medicina regenerativa, entre outros. A única representante brasileira na lista é a CargoX, focada em logística. Confira cada uma das startups selecionadas:

NEUROTECNOLOGIA
NeuroPace (Foto: Divulgação)

NeuroPace. A startup criou um dispositivo implantável, chamado RNS System, para o tratamento de problemas neurológicos. O principal foco da empresa é o tratamento da epilepsia, para prevenir convulsões. O dispositivo da NeuroPace reconhece padrões elétricos específicos no cérebro, identificando atividades incomuns e enviando impulsos para normalizar instantaneamente as ondas cerebrais.

Neuros Medical (Foto: Divulgação)

Neuros Medical. A tecnologia da Neuros Medical gera um estímulo de alta frequência a nervos sensoriais do sistema nervoso periférico a fim de bloquear dores crônicas. No paciente, um eletrodo é colocado em torno de um nervo periférico e é ligado a um aparelho do tamanho de um marcapasso, que gera os estímulos. A empresa se concentra na eliminação da dor causada principalmente por condições como amputação, cirurgias e enxaqueca.

Synchron. A Synchron é uma empresa de dispositivos médicos que desenvolveu uma solução para ajudar pacientes paralisados. Trata-se de um dispositivo cerebral implantável que se liga a tecnologias assistidas, facilitando o controle de membros robotizados, computadores e exoesqueletos.

MEDICINA REGENERATIVA

BlueRock. Usando uma tecnologia que já venceu o Prêmio Nobel, a empresa “fabrica” células saudáveis para curar uma série de doenças. Inicialmente, a startup está se concentrando em condições cardíacas e cerebrais graves, como o Parkinson.

eGenesis (Foto: Divulgação)

EGENESIS QUER COLOCAR ÓRGÃOS DE ANIMAIS EM HUMANOS (FOTO: DIVULGAÇÃO)

eGenesis. É uma empresa que se dedica ao transplante entre espécies. A eGenesis trabalha com uma tecnologia de edição de genoma conhecida como CRISPR. O objetivo é fornecer células, tecidos e órgãos transplantáveis, seguros e eficazes por meio do xenotransplante — o processo de transplante entre membros de diferentes espécies, sobretudo porcos. A empresa defende que, por meio da sua tecnologia, um animal poderia salvar oito vidas humanas.

Prellis Biologics. A startup cria tecidos e órgãos humanos sob demanda, usando tecnologia de impressão 3D. A empresa quer acabar com a falta de doadores de órgãos. O primeiro produto da Prellis Biologics vai ajudar a recuperar o pâncreas de pessoas com diabetes tipo 1.

PRODUTOS SINTÉTICOS DE ORIGEM ANIMAL

Finless Foods. É uma empresa de biotecnologia em fase inicial. A Finless Foods colhe células-tronco de peixes vivos a fim de produzir carne de peixe cultivada em laboratório para alimento humano. O objetivo da empresa é tornar o consumo de peixes mais sustentável e saudável do que é hoje.

Frango produzido em laboratório pela Memphis Meats (Foto: Divulgação)

FRANGO PRODUZIDO EM LABORATÓRIO PELA MEMPHIS MEATS (FOTO: DIVULGAÇÃO

Memphis Meats. A startup desenvolve carne real sem matar animais, cultivando células-tronco em laboratório. A tecnologia resulta em até 90% menos emissões de gases do efeito estufa e menor uso de terra e água do que a carne tradicional. A intenção é crescer o suficiente para realizar produção em massa. Os bilionários Bill Gates e Richard Branson estão entre os investidores da ideia.

Modern Meadow (Foto: Divulgação)

MODERN MEADOW CRIA COURO EM LABORATÓRIO (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Modern Meadow. A Modern Meadow produz couro sem precisar abater nenhum animal, e com bem menos terra, água, energia e produtos químicos do que os métodos tradicionais. O processo é chamado de biofabricação. A partir de células vivas, a startup consegue estimular o crescimento do colágeno, a mesma proteína natural encontrada na pele animal e montá-lo em uma folha de couro sintético.

AGRICULTURA SINTÉTICA
Benson Hill Biosystems (Foto: Divulgação)

BENSON HILL BIOSYSTEMS QUER PLATANÇÕES MAIS EFICIENTES (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Benson Hill Biosystems. A startup usa computação em nuvem e big data para permitir que agricultores melhorem a genética de suas platanções. Por meio do uso de machine learning (aprendizado de máquina), a empresa prevê quais sementes produzirão as características desejadas. A solução também usa uma variedade de ferramentas, como edição do genoma.

Indigo Agriculture. A Indigo Agriculture está desenvolvendo soluções microbianas para melhorar a saúde de plantas e a produção agrícola de forma natural. A empresa usa sequenciamento de DNA e computação bioinformática para prever quais micróbios são mais benéficos (ou não) para a saúde vegetal.

Inocucor. A startup utiliza uma combinação de fermentação e uso de micróbios para garantir que plantas atinjam o seu pleno crescimento e potencial de produção. O objetivo é acabar com doenças em plantações. Atualmente, a empresa está trabalhando com fórmulas biológicas para curar doenças especificamente em plantações de morangos, tomates e batatas.

CHIPS DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Robô ; inteligência artificial ; deep learning ; machine learning ; chatbot ; inovação ; (Foto: Thinkstock)

PARTE DAS STARTUPS SELECIONADAS FOCAM EM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (FOTO: THINKSTOCK)

Cambricon. A empresa está desenvolvendo um chip inspirado no funcionamento do cérebro que simula as sinapses humanas em seu deep learning (aprendizado profundo). Os chips da companhia podem dar a base para a inteligência artificial de computadores, carros ou aviões autônomos, além de monitoramento de segurança e reconhecimento de fala. A Cambricon recebeu investimento de fundos como Alibaba Entrepreneurs, Lenovo Ventures Group e Yonghua Capital.

Graphcore. A Graphcore vende uma unidade de processamento inteligente projetada para reduzir o custo das aplicações de inteligência artificial em data centers de empresas. Os chips da startup são até 100 vezes mais rápidos do que as unidades de processamento tradicionais e algum dia poderiam ajudar a dar base para os algoritmos de machine learning por trás de dispositivos inteligentes conectados, como os carros autônomos.

Mythic. A empresa criou um chip para habilitar inteligência artificial, transformando dispositivos do dia a dia em sistemas inteligentes. Esses chips funcionam em conjunto com o software da empresa para fazer com que dispositivos vejam, ouçam e processem o mundo ao seu redor. A tecnologia é ideal para casas inteligentes, sistemas de saúde, além de segurança e monitoramento. Já recebeu mais de US$ 19 milhões em investimentos.

SIMULAÇÕES

CiBO Technologies. É uma companhia de agricultura sustentável que simula resultados agrícolas futuros. A plataforma da empresa agrega o histórico de plantas, solo, ambientes e um porção de dados ecológicos para prever qual a melhor utilização da terra — com direito a simulações meteorológicas detalhadas.

Improbable Worlds. A empresa desenvolve um ambiente operacional que permite ao usuário construir “mundos simulados” que podem ser executados em tempo real para prever comportamentos e interações. A Improbable está focada no desenvolvimento de jogos, mas tem implicações para setores que vão do comércio à segurança, permitindo que as companhias compreendam as consequências de suas escolhas antes de as executarem no mundo real.

RightHook (Foto: Divulgação)

RightHook. Permite que indústrias como a automotiva, a aeronáutica e a robótica testem com segurança seus produtos autônomos em ambientes simulados. A empresa oferece uma série de soluções, incluindo um programa para criar mapas em alta resolução. Faz sentido, já que testar carros autônomos no mundo real pode ser perigoso.

SEGURANÇA PÚBLICA INTELIGENTE
Evolv Technology (Foto: Divulgação)

Evolv Technology. A empresa cria hardware e software para segurança. Oferece um “portão” que pode realizar exames corporais rápidos sem exigir que as pessoas parem ou desacelerem. O sensor de imagem da empresa é projetado para detectar anomalias no corpo, como a presença de bombas ou armas de fogo. A Evolv também trabalha com câmeras e software de reconhecimento facial para identificar indivíduos e verificá-los em bases de dados.

Shield AI. A startup desenvolve sistemas de inteligência artificial para proteger policiais, socorristas e civis em áreas de risco. A empresa oferece uma espécie de drone que explora de forma autônoma ambientes de “alta ameaça”, conduzindo buscas e aprendendo ao longo do tempo. “Nossas máquinas podem obter acesso a ambientes proibidos e analisar grandes quantidades de informações para proporcionar aos humanos mais dados, como nunca antes”, diz a página da empresa.

UVeye (Foto: Divulgação)

UVeye. Com a ajuda de visão computacional e machine learning, a empresa detecta ameaças em veículos. Ao escanear a parte de baixo dos carros, a UVeye sinaliza anomalias que indicam se um carro foi modificado com armas ou para contrabando. O sistema de inspeção conta com câmeras de alta resolução. O número da placa também pode ser capturado para comparações em bancos de dados.

CONSTRUÇÃO AUTÔNOMA

Built Robotics. A Built Robotics oferece tecnologia para automatizar os trabalhos de terraplanagem e construção. A empresa também desenvolve um software autônomo especificamente para tarefas relacionadas à escavação. As soluções oferecidas pela Built combatem uma escassez crônica de mão de obra na construção em diversos países, além de aumentar a produtividade e prevenir lesões decorrentes do trabalho.

Construction Robotics (Foto: Divulgação)

Construction Robotics. A empresa está desenvolvendo hardware e software para o setor de construção. A Construction criou o SAM100, um robô autônomo usado para alvenaria. Combinado com o SAM100, o software de mapeamento de tijolos da empresa ajuda no projeto de paredes e identifica anomalias no local da obra. Os produtos da empresa visam ajudar os pedreiros a serem mais produtivos e reduzir lesões causadas pelos movimentos repetitivos.

Apis Cor (Foto: Divulgação)

Apis Cor. A startup se dedica à construção de edifícios de forma rápida e eficiente por meio da adoção de máquinas inteligentes. A Apis Cor criou uma impressora 3D móvel especialmente para a construção civil que “imprime” os edifícios no local desejado. A impressora da Apis faz uma casa em um único dia.

LANÇADORES DE FOGUETES
Rocket Lab (Foto: Divulgação)

Rocket Lab. A empresa está construindo um veículo de lançamento totalmente composto de carbono. Foi projetado para o emergente mercado de satélites e pode rapidamente colocar pequenos modelos no espaço. A Rocket Lab se baseia na crença de que pequenas cargas requerem pequenos veículos de lançamento — atualmente não oferecidos pelos sistemas tradicionais de foguetes. Ela já recebeu US$ 75 milhões em investimentos.

Relativity Space. Esta startup quer construir foguetes sem nenhuma mão de obra humana. A Relativity Space está criando o que chama de “linha de produtos evolutiva”, baseada em um sistema de fabricação de impressão 3D. Segundo a empresa, o sistema pode montar um foguete de lançamento do zero em 60 dias, com prazos de entrega curtos e a baixo custo.

Kubos. A empresa fornece software e hardware de código aberto para missões de satélites. Oferece aos desenvolvedores que criam satélites sistema operacional, suporte de hardware e ferramentas para desenvolver suas missões. Os produtos incluem um software de controle de missão baseado na nuvem e um ambiente de teste para hardware de voo.

LOGÍSTICA
CargoX (Foto: Divulgação)

CargoX. Única brasileira da lista, a CargoX é uma empresa de logística que oferece serviços de transporte de carga em caminhões pesados. Mas a tecnologia de machine learning da empresa foi projetada para usar espaço e tempo de forma mais eficiente. A CargoX tem a intenção de reduzir as emissões de CO2 e a quantidade de caminhões vazios na estrada. No Brasil, por causa da falta de ferrovias, o país depende muito do frete por caminhões.

Fetchr (Foto: Divulgação)

Fetchr. O aplicativo tem como objetivo resolver o problema logístico da falta de endereço, o que pode restringir o aumento dos serviços de entrega — especialmente para o comércio eletrônico. O serviço permite que os usuários usem um telefone como endereço físico. Com o Fetchr, os motoristas chegam à localização exata do cliente através da localização do aparelho.

Zipline International. A empresa criou aviões autônomos para fins médicos e organiza a entrega por ar de suprimentos a clínicas e hospitais em áreas que não são acessíveis por terra. O serviço permite que os profissionais de saúde em clínicas remotas façam pedidos por mensagem para a Zipline, como sangue. As entregas da Zipline são frequentemente usadas para transfusões durante cirurgias ou partos complicados e para tratar vítimas da malária. A empresa está operando em parceria com os governos de Ruanda e da Tanzânia.

FONTE: ÉPOCA NEGÓCIOS